quinta-feira, 23 de julho de 2015

"Tigres" fora do Rio Grande

Grêmio é eficiente para seguir vivo na Copa do Brasil e Inter é eliminado da Taça Libertadores

Na terça-feira o Tricolor venceu o Criciúma no tempo normal, depois nos pênaltis. Não foi brilhante, mas voltou a ser eficiente como antes. Já o Colorado não viu a cor da bola no México na noite de ontem. O time de D. Aguirre retorna sem conquistar a vaga na final e se volta para as competições nacionais.
O time gremista entrou em campo pressionado. Naturalmente favorito nesse embate contra uma equipe da série de acesso, tratou logo de abrir o placar. Os donos da casa tiveram chances. Criaram, ao menos, duas boas oportunidades para empatar ao longo da partida. Do outro lado, os gaúchos também assustavam. Luan quase sacramentou tudo no tempo regulamentar. O resultado igual da partida de ida levou a decisão para as penalidades máximas e M. Grohe foi decisivo novamente.

Goleiro gremista foi o herói da noite

Chamou atenção a maturidade de um time limitado, mas consciente de seu papel. Os comandados de Roger se posicionaram diante um oponente embalado por resultados significativos que perante sua torcida e pela vantagem obtida em Porto Alegre, poderia surpreender a todos com uma classificação. Diante deste cenário, o Grêmio foi o que deve ser: um time grande. Se não impôs seu futebol, atropelando um adversário inferior tecnicamente, se apresentou eficiente de novo, assim como vinha fazendo nos últimos compromissos pelo Brasileirão.
Na quarta-feira, o estádio Universitário incendiado pelo calor do ambiente, por mais de 40 mil torcedores e um time muito forte, se tornou palco da eliminação da última equipe brasileira no certame continental. Aliás, o Internacional parece que nem havia entrado em campo tamanha dispersão tática. 3x1 saiu barato demais! Exceto Alisson e R. Dourado, o resto da equipe ficou devendo. Não faltou empenho, os jogadores correram muito. Porém, a equipe gaúcha foi presa fácil para o Tigres que agora enfrenta o River Plate na decisão.

R. Sóbis comemora a vaga em cima de seu ex-time

Verdades sejam ditas! Primeira delas é que a campanha foi boa, garotos foram lançados na competição em uma tentativa “válida” de focar a disputa da Libertadores em detrimento do Brasileirão, mas seguiu em frente o melhor time. Segundo, os 80 milhões investidos fizeram diferença. Aquino e Gignac (por exemplo) estão acima da média se comparado com os demais atletas inscritos nesta edição da Libertadores. Terceiro que Willian, Valdívia e principalmente Gefferson sentiram o peso da decisão, mas são garotos ainda (pratas da casa) e devem ser blindados agora pela comissão técnica e toda diretoria. Quarto, medalhões como D’Alessandro, Nilmar, Juan, Lisandro e Aránguiz não podem sentir tanto um jogo desses. Faltou chamarem a responsabilidade para si. O único que fez isso foi Sasha quando entrou, só que era tarde demais.
As lições que ficam na passagem dos dois “Tigres” pelo Rio Grande do Sul são três ao todo, uma para o Grêmio e duas para o Inter. No lado Tricolor é evidente que a torcida espera, anseia por coisa maior. A Copa do Brasil é a “menina dos olhos” da temporada. O que não pode acontecer é a humildade se perder e a entrega de seus atletas dar lugar ao “sapato alto” da semana passada na Arena. Lutando, esse grupo pode chegar lá, se apresentando de outra maneira é fraco. A falta de comprometimento pode colocar tudo a perder e seu resgate garantiu a classificação. Essa vontade de vencer resgatada diante o Criciúma em Santa Catarina aliada com aplicação tática fazem do Grêmio de Roger mais do que todos esperavam nesse ano.

A direção manterá o grupo ou haverá desmanche?

Já no lado Colorado, o grupo precisa entender que sonhar e acreditar em alguma coisa são sentimentos diferentes. Sonhar com algo é bom, dá ânimo em lutar por algo maior lá na frente porque o objetivo se torna o alicerce do trabalho. Acreditar dá demasiadamente confiança e, às vezes, confiança demais derruba tudo. Em as coisas saindo do “planejado”, daquilo que se acredita acontecer, mesmo que por um pequeno instante, o traçado tende a desandar exatamente como aconteceu depois do primeiro gol do Tigres.
Outra lição fica registrada para o bom treinador D. Aguirre! Sempre “incoerente” nas suas escalações contra tudo e contra todos, ao ser coerente ontem acabou eliminado. Sasha não vinha jogando, óbvio, “coerente” esperar ele no banco como foi. Entretanto, sem o jovem atacante esse time perde recomposição porque junto a R. Dourado, os dois são as peças mais importantes taticamente que o Inter teve ao longo deste ano. Outro exemplo dessa mesma lição é Gefferson! Titular, lateral de seleção, óbvio teria de ser escalado para iniciar a partida. Ernando naquela “loucura aparente” de fechar o lado esquerdo, contudo, não teria tomado tantas bolas nas costas se lá tivesse deslocado com A. Costa e Juan fazendo a dupla de zaga. A coerência de D. Aguirre ontem foi “incoerente”. Suas invenções fizeram parte dos melhores momentos do seu time em 2015 e no México parece ter se esquecido disso.

Saudações Coloradas

Imagens: Portal Vavel, FoxSports e Globo.com

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