sexta-feira, 5 de junho de 2015

A culpa é de quem?

CBF passa por maior crise de sua história

Não sejamos hipócritas! Os 12 maiores clubes do país (Inter, Grêmio, CA Mineiro, Cruzeiro, Santos, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco) exercem influência direta nas Federações. O presidente da CBF, salvo engano, é eleito pelos presidentes das federações (acho que os clubes de série A também votam). Desde o reinado de R. Teixeira até hoje, TODOS os mandos e desmandos da CBF defendeu SIM o interesse dos grandes do nosso futebol, senão eles não estariam todo esse tempo no poder. São os grandes clubes que mandam no esporte. 
Sejamos MENOS inocentes em acreditar que Teixeira, Marín, del Nero e toda a trupe são exclusivamente responsáveis pela crise administrativa do futebol. Nossos times de coração, que tanto amamos, fazem parte, ao menos, do processo que viabilizou isso, por chegar onde chegou. 
Esse efeito cascata decorrente daquilo que houve na FIFA agora, nada mais é do que uma situação que perpetua anos e anos. Lembro MUITO BEM quando houve uma tentativa em 2007 de instaurar uma CPMI. A ausência de apenas três assinaturas de deputados impediu que o Congresso Nacional criasse uma comissão parlamentar mista de inquérito para investigar denúncias de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contra a ordem tributária nos clubes de futebol brasileiros (CPMI do Futebol). Na Câmara, foram registradas 168 assinaturas quando o número mínimo era de 171. 
Me recordo como se fosse hoje quando o deputado Sílvio Torres recolheu na Câmara as assinaturas para criação da CPMI e depois entregou à Mesa do Congresso, um requerimento contendo a rubrica de 209 deputados. Mas houve, depois, retirada de 38 assinaturas a exemplo dos então deputados gaúchos e catarinenses Afonso Hamm (PP/­RS), Pepe Vargas (PT­/RS), Sérgio Moraes (PTB/­RS), Décio Lima (PT/­SC), Edinho Bez (PMDB­/SC), João Pizzolatti (PP­/SC), Nelson Goetten (PR­/SC) e Paulo Bornhausen (DEM­/SC)

Qual o futuro da entidade?

Como disse Álvaro Dias na época, o Congresso Nacional "se amesquinhou ao fechar os olhos para a corrupção no futebol". Pra quem não lembra, a criação da CPMI ganhou força após vir à tona o escândalo envolvendo a parceria entre a Media Sports Investment (MSI), do empresário iraniano Kia Joorabchian com o Sport Club Corinthians Paulista. Tudo depois da veiculação daquela escuta que Dualib dizia ter sido roubado o título brasileiro do Internacional. Houve pressão de todos os lados! Principalmente da CBF. A Fifa como entidade privada "poderia" resolver realizar a Copa de 2014 em outro país. O Inter, em 2005, não assumiu papel mais ostensivo por ameaça da Conmebol. Caso tivesse ingressado na Justiça Comum para reaver seu título nacional vencido no campo, não seria possível que ele disputasse a Libertadores do ano seguinte. Justamente a primeira na história do clube. Título ganho por merecimento, mas quem não lembra arbitragem contra o Peñarol? 

Agora aguenta torcedor! 

Eu comemorei aquela conquista, o mundial que veio depois... então não sejamos HIPÓCRITAS agora de querer colocar toda a culpa por isso naqueles homens se o Congresso, eleito por nós, retirou os votos e preferimos nos "esquecer" do que houve pelo que veio depois. Qualquer torcedor poderia ter prosseguido com a ação na Justiça. E porque somos culpados? Primeiro pela inércia, essa nossa cultura de nos manter a margem dos assuntos importantes do Brasil. Mas respondo isso de maneira mais clara fazendo duas perguntas: algum desses homens que retiraram a assinatura da CPMI em 2007 foram eleitos de novo? E hoje, ocupam algum cargo público? 
Sim... a culpa disso e em todas as outras ramificações deste país é EXCLUSIVA do povo brasileiro. E, para pensar, concluo esta lamúria com as palavras do Desembargador do TJ/SC Gerson Cherem II, relator em um processo de dissolução de união estável bem recente: "nada mais importa, só os próprios desejos, custe o que custar. Os seus valores dizem respeito apenas a si, numa simbiose que se autoalimenta".
Ou seja, se está bem para mim... FOD@#$%-SE o resto!

Saudações Coloradas

Imagem: ClicRBS

3 comentários:

  1. Rafael,

    Eu assino embaixo em tudo que você escreveu: a conivência dos clubes, a falta de interesse do nosso parlamento, a nossa responsabilidade e nossa participação em todas essas questões, enquanto cidadãos, exceto no que disse o Álvaro Dias. Em tudo que esse senhor fala, eu me reservo no direito de desconfiar dos seus argumentos.
    Ele gosta muito de atirar contra os adversários políticos, mas quando se trata de problemas relacionados a membros do seu partido ou aliados, ele não fala nada.
    Aqui no Paraná, o presidente da FPF é o Helio Pereira Cury, da mesma clã que tem influência no legislativo, no judiciário e no executivo - aliados de Richa e do Senador.
    O problema começa pelas Federações estaduais, também corresponsáveis por toda essa crise no nosso futebol que tem estreitas relações com o poder político desse país.

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  2. Sobre o post anterior, meu caro Rafael, mais sobretudo ao Roger - vi dois jogos na íntegra do Grêmio nesse BR2015 - o primeiro na derrota frente ao coxa e esse na vitória frente ao Corínthians.
    Dois jogos, praticamente os mesmos jogadores em campo, dois times taticamente e tecnicamente muito diferentes.
    Claro que no jogo contra o Coxa, o Martin Rodriguez e o Erazo, funcionaram como se o time jogasse com dois a menos em campo, mas a postura é outra.
    Ainda é muito cedo para tirar conclusões, mas o interessante é que o Roger conseguiu, pelo menos nesse jogo, montar uma linha de três meias atacantes, revezando com outro mais adiantado, um time marcador na saída de bola do adversário.
    Nesse novo modelo, jogadores que agente considerava como não muito animados para recompor a marcação como Giuliano, Luan e até Pedro Rocha, voltam para marcar atrás da linha da bola, quando é o adversário que ataca pelos lados.
    Resta saber, como ele vai manter esse nível quando começa a enfrentar problemas com desfalques por contusão e suspensões, como é o caso do próximo confronto com o São Paulo.

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  3. Grande FJC:

    Quando as declarações do Sr.Álvaro Dias, consignei no texto porque achei apropriado, até porque ele mesmo foi o autor daquilo. Mas claro, não defendo partido algum e nem acuso outros nesse texto. São constatações e só.

    Em relação ao "novo Grêmio" de Roger, ele tem em mãos uma jóia para trabalhar. Luan é diferente, ele bate na bola de um jeito diferente. O problema que esta jóia não foi lapidada como devia e desde o ano passado vem carregando nas costas a responsabilidade que Rhodolfo, F. Bastos, M. Oliveira, Douglas e Maicon precisavam carregar. Este garoto, assim como Wallace, Linconl, Mamute e tantos outros meninos tem de ser blindados. Com confiança ele sempre provou seu potencial. Em o Grêmio trabalhando isso com inteligência, deve render muitos frutos positivos dentro e fora de campo.

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