sexta-feira, 12 de junho de 2015

A imprensa um ano depois da Copa

Os especialistas do futebol 365 dias após o mundial de seleções

Muito se falou em legado. Não quero entrar no mérito político, falar das manifestações (de antes, durantes e depois do torneio), e nem dos elefantes brancos espalhados pelo país. Tenho uma opinião sobre isso, mas prefiro me restringir aqui ao futebol, objeto principal deste Blog. Minha proposta de tema para hoje são dois assuntos: a elitização da bola e a resistência da imprensa por novos métodos.
Mark Ogden, repórter do jornal inglês Daily Telegraph em contato com a reportagem do LANCE!, falou sobre a experiência de trabalhar no Brasil durante a Copa:
– “Minhas expectativas sobre o Brasil não foram exatamente o que eu experimentei. A Fifa fez uma espécie de higienização nos estádios, abraçando apenas as classes sociais mais ricas, enquanto os verdadeiros fãs do futebol ficaram fora. Costumava andar bastante pelas ruas. Vi muitas crianças jogando bola na rua, por exemplo. Mas elas não tinham perfil daqueles que estavam nos estádios, se é que você me entende” (01).

A Inglaterra tem o futebol mais elitizado do planeta

Hipocrisia pura! Sim, porque a Inglaterra deu um salto em modernidade no futebol depois que elitizou o esporte. Além das grandes receitas, o preço deste entretenimento para os fãs “varreu” os hooligans das arquibancadas. Time inglês nem parece que joga em casa, partidas sem festas e pouca animação. Em contrapartida, a grana jorra nos cofres dos clubes que alcançaram um grande poder de barganha nesta modalidade cada vez mais cara em todo o mundo.
No Brasil, o fenômeno se mostra presente. O maior exemplo disso hoje, a meu ver, é o Corinthians. O time mais popular do estado de São Paulo trabalha forte com o plano de sócios, cobrando ingressos em valor cada vez menos acessível. Mesmo assim seu estádio sempre tem bons públicos. Não quero atrelar a violência aos economicamente menos favorecidos, mas “durante os jogos em sua casa” os incidentes são cada vez menores e se nota muito mais mulheres, crianças e idosos no público corintiano.

Um mal “infelizmente” necessário!

No que diz respeito ao vexame do 7x1 e um “clamor” da crônica especializada em mudanças imediatas, o que mais vi até agora foram contradições. O modelo velho de fazer futebol, tão rechaçado, ao mesmo tempo, é o mais defendido pela crítica especializada. Aqui só se fala em titularidade e reservas, sequencia de jogo, grupo que corre pelo técnico, dar moral, etc. A velha maneira de trabalhar a boleiragem exatamente como os medalhões da casamata fazem. Muita malandragem para condução do processo. Quando alguém tenta algo novo, moderno e mais atual não recebe a devida consideração.
Exemplo disso vem do Internacional. Tanto se falou de um trabalho ao “estilo europeu” em nosso país e, assim que D. Aguirre implantou o rodízio de jogadores como se faz no velho continente, foi massacrado. Até hoje, mesmo semifinalista da Libertadores, abraçado pelo torcedor e em ascensão no campeonato brasileiro, o jeito “reinventado” de dirigir um time é atacado por quem mais pediu esse tipo de mudança. Gareca, ano passado no Palmeiras, não resistiu. No São Paulo, Osório chegou com uma filosofia nova também. Os jovens treinadores brasileiros com seus conceitos atualizados não resistem porque “o novo” sofre enorme resistência.

O novo assusta, mas deve ser encarado de frente

No fim das contas, o que eu mais percebi até agora são discursos demagogos, uma imprensa sensacionalista que se diz entendida (e não é) criando unicamente debates com o fim de obter audiência. Não vi esses “entendidos” apresenta um único “plano” concreto, escuto, leio e vejo só a corneta.  Formar opinião por uma mudança, dizer que tudo está errado é fácil. Pior é se mostrarem irredutíveis ao “novo”. Bem fez a CBF em trazer Dunga de volta. Um verdadeiro tapa de luva em quem não está colaborando em nada com nosso futebol – a imprensa!

Pitacos:

- Não quero fazer juízo de valor;
- Ainda mais quando nos falta prova;
- Mas as decisões da CBF em nada tem haver com mudanças;
- Pra mim aquilo é golpe disfarçado no Estatuto;
- Assim Defim Peixoto da FCF não poderia assumir a presidência em caso de renúncia ou afastamento de Del Nero.

Saudações Coloradas

Fonte: 
(01) FARALDO, Lucas. Após um ano da Copa, estrangeiros criticam elitização e 'elefantes brancos', disponível em <Lance!> (acesso em 12 jun. 2015)
Imagens: Portal Trivela e Diário Centro do Mundo

Um comentário:

  1. Li o artigo, apenas não concordo com a questão de que o futebol para ter sucesso precisa ser caro o ingresso, isso é a mesma coisa que dizer que pobre e baderneiro, o que falta é educar os torcedores, apenas isso. E o que fez com que na Inglaterra desse certo, não foi o preço e sim as leis mais duras, que identifica e pune com rigor o bandido

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