A vitória Colorada e outros aspectos
Hoje quero falar um pouco mais do que de costume. No entanto, não pretendo escrever “mais do mesmo”. Meu objetivo é tentar dar uma passada rápida em cada pauta de forma simples, dividindo o texto em tópicos para propor um debate:
A QUESTÃO TÁTICA
D. Aguirre disputou o primeiro Gre-Nal com três volantes. Segurou o ímpeto do Grêmio no primeiro tempo e colocou Valdívia no segundo. Tudo em sinal de respeito e estratégia. Por pouco não derrotou seu oponente já no jogo de ida. Scolari parece não ter aprendido da lição do “7x1”! Com três meias de qualidade, mas pouca recomposição, não podia vir ao Beira-Rio com apenas dois volantes para marcar três meias (dois deles com muita recomposição). Na metade da primeira etapa tentou corrigir, mas aí já era tarde. Não teve um “vexame” porque o Colorado diminuiu depois do segundo gol e perdeu Nilmar lesionado ainda no intervalo. Com L. López, o treinador do Inter tentou segurar a bola na frente, sem muito sucesso. Como o rival estava sem criação eficiente na segunda metade da decisão, bastou ter atenção nas tentativas frustradas de bola parada (um ponto forte desta equipe) para garantir o merecido pentacampeonato.
Merecido!
BRIGAS DE TORCIDA E VANDALISMO NAS DECISÕES BRASIL AFORA
"Se organizar para torcer" nunca vai acabar. Besteira levantar a bandeira de dar fim aos torcedores organizados. Isso é impossível. É balela querer "impedir" uma torcida de entrar no estádio, basta o “torcedor marginal” não vestir a camisa da organizada e estará lá dentro. Outra... organizada "autorizada" a usar escudo oficial do clube (marca "registrada" da entidade) deve levar em conta a responsabilidade que isso acarreta e vice-versa. Em havendo autorização (bem como omissão em proibir), todo ato de vandalismo cometido por integrantes uniformizados (de organizada) DEVE ser responsabilidade da entidade também. Por fim, só tem dois jeitos de acabar com isso: elitizar o esporte (como já vem acontecendo) do mesmo jeito que a Inglaterra fez (acabou com os hooligans nos estádios, mas deixou a festa muito chata) ou penalizar exemplarmente e severamente o INDIVÍDUO ou os INDIVÍDUOS, tirando esses bandidos do meio de convívio social. Mas em um país em que assassino fica preso por meros quatro ou seis anos para depois voltar às ruas em regime semi-aberto, o que dizer de uma cadeirinha arrancada e arremessada de cima de uma arquibancada então?

Até quando?
O FUTURO DO INTER
D’Alessandro, emocionado, falou da importância do título. Contudo, ressaltou a cobrança que virá em eventual eliminação na Taça Libertadores. Quando não se prioriza, o técnico assume riscos. Géferson, que vem fazendo uma boa temporada, deve ser desfalque. Nilmar também está em observação. Mesmo assim, seu time é favorito neste embate com o CA Mineiro. Se repetir a estratégia do Gre-Nal, começa com três volantes. Aí pergunto... como deixar Valdívia no banco?
Luigi foi um grande dirigentes, um dos maiores na história do clube porque deixou, dentre outras coisas, um legado patrimonial incrível sem perder a força do quadro societário jogando longe de casa durante as obras. Píffero, que já está na história do Inter, pretende aumentar ainda mais seu rol de títulos como presidente. Há quem diga que foram os presidentes certos na hora certa. Entretanto, “ainda acho” que estes homens, um grande grupo liderado por Fernando Carvalho (Movimento Inter Grande) em seus primórdios, devia trabalhar em conjunto (como antes). Fernando Miranda, antes deles, fez uma reforma financeira fundamental no início deste século, não podemos esquecer isso também.
Um clube que cresce dentro e fora dos gramados
Por um passado de glórias recente, lembro-os disso para, quem sabe, formar mais um período de grandes vitórias no futuro. Hoje, opositores, mas que em um passado político foram aliados, pelo bem do Inter “deviam” encontrar um meio termo. JUNTOS são os melhores dirigentes da história do clube. Separados podem muito, imaginem trabalhando lado a lado novamente?
O FUTURO DO GRÊMIO
Felipão desmentiu as especulações de sua saída e pautou seu pronunciamento em coletiva na continuidade do projeto. Legal da parte dele! Nada mais claro e transparente do que mostrar que um resultado negativo (por mais doloroso que tenha sido) vai ter força suficiente para romper sua idéia a respeito do assunto.
Seu time larga no Campeonato Brasileiro como franco atirador, longe de um favoritismo por título. Seu trabalho será intenso na Copa do Brasil onde tem história não só no Tricolor como em outros times que trabalhou. Esse tipo de competição em tiro curto exige muito menos do grupo. O G-4 não é provável, porém também não é impossível. Mas é um título de maior expressão que daria a esse trabalho (projeto) um “respaldo” que a grandeza do Grêmio precisa.
Hora de levantar a cabeça e não perder o foco
Duas contratações, jogadores para desembarcar e assumir a titularidade são fundamentais. A equipe evoluiu muito, mas faltam peças. Um grupo carente de qualidade técnica para Scolari buscar vôos maiores. Acredito que a direção saiba disso e depois das duas primeiras peças trazidas ainda no Gauchão, as tratativas para trazer mais dois nomes estejam correndo com toda calma e paciência deste mundo. O clube passa por um momento financeiro conturbado, de repente todos os grandes do nosso futebol sofrem deste mal econômico no presente. O problema do Tricolor são as várias escolhas equivocadas do passado que estão impedindo uma gestão mais tranquila agora.
QUANTO VALE O GAUCHÃO?
Aqui precisamos relativizar um pouco as coisas. Nem sempre o melhor vence, mas o Gauchão 2015 foi conquistado pelo melhor time do Rio Grande do Sul. Aliás, por muitos anos vem sendo assim. O Inter começou a partida com oito nomes formados na base do clube, um aspecto que vem chamando atenção.
O Grêmio poderia ter levantado esse caneco? Claro que poderia... ajudaria muito a dar tranqüilidade daqui em diante. A tradição gremista não é compatível com um período tão grande sem um troféu novo na prateleira e este estadual era um caminho mais curto para quebrar esse tabu.
Um futuro promissor depende de planejamento e visão!
O que não pode é o Inter acreditar que estar melhor que o Grêmio basta. Esse sentimento que perdura tantos anos acaba criando uma rotina “perigosa”. Um clube vive e sobrevive de suas glórias! Com pés no chão e investimento coerente, o crescimento institucional deve caminhar ao lado das vitórias no campo de jogo (por mais difícil que seja). A fórmula do sucesso passa por escolhas certas e é mais complicado do que parece tomá-las.
Por outro lado, os gremistas não podem transformar um Campeonato Gaúcho em Copa do Mundo. Primeiro porque não é! Segundo porque a grandeza do time não permite isso e, terceiro, fica bem mais difícil relativizar a derrota (como Felipão tentou fazer ontem) para não deixar criar terra arrasada.
Pitacos:
- O adversário Colorado na Libertadores venceu o Campeonato Mineiro;
- Gol polêmico de Jô garantiu o título pro Galo;
- Polêmica em Santa Catarina também;
- Dois empates deram o título ao JEC;
- Mas o rebaixamento do M. Dias passou muito pelos pontos perdido após ter relacionado um atleta irregular;
- O Avaí, por outros motivos, também perdeu pontos;
- A direção do time de Joinville erraram também;
- Em relação a isso, havendo perda destes pontos, o Figueirense será campeão com esse duplo empate;
- Decisão no tribunal catarinense;
- O Palmeiras não perdeu o título ontem;
- Havíamos dito isso aqui mesmo no Blog semana passada;
- Contou a perda de um pênalti e não aumentar a vantagem em casa com um jogador a mais;
- Melhor pro Santos, campeão merecidamente;
- No Rio a maior barbada do domingo!
- Antes de começar já havíamos dito aqui neste espaço;
- Com E. Miranda, fatalmente o Vasco seria campeão;
- Os grandes afastaram as zebras!
- Bahia, Santa Cruz e Goiás levantaram o caneco;
- Só no Paraná, pelo segundo ano consecutivamente, o interior ficou com o troféu;
- 3x0 pro Operário em pleno Couto Pereira fez história.
Saudações Coloradas
Imagens: Gaúcha.ClicRBS, Terra, Globo.Esportes e Correio do Povo