Fim de primeiro turno
O Grêmio termina a primeira metade da competição em terceiro lugar, 36 pontos somados e mais de 63% de aproveitamento. Enquanto o Inter se encontra na décima primeira posição, com 25 pontos e menos de 44% de aproveitamento. Ambos trocaram o comando técnico. O Tricolor no início do certame, o Colorado mais recentemente. Em ambos, a escolha se deu por nomes emergentes, antigos atletas do próprio clube com identificação com seu torcedor.
Pelo lado azul do Rio Grande, de repente, uma das mais gratas surpresas deste ano. Desacreditado depois do Estadual, o time deu a volta por cima e sem maiores extravagâncias já superou a desconfiança da crítica para habilitar-se como candidato ao título, inclusive. A “liga” de um grupo vencedor se observou no último compromisso. Mesmo fora de casa e tecnicamente inferior, o JEC foi um páreo duro na Arena. Abriu o marcador e poderia ter feito mais um e até mais dois ainda na primeira etapa. O inteligente PC Gusmão parecia ter encontrado a fórmula para parar os donos da casa dentro de Porto Alegre.
Somando pontos e se favorecendo com algumas combinações
No segundo tempo as coisas mudaram. A pressão gremista foi constante desde o princípio. Sentindo a falta de Luan e na base do abafa, veio o empate. Coisa de time com “liga”. Perto do fim e de bola parada saiu gol da vitória. De novo, coisa de time com “liga”. Em uma partida estrategicamente semelhante ao seu próprio desafio em Minas diante o Galo, mas exercendo um papel contrário, o Tricolor teve de superar um resultado parcial adverso com uma marcação encaixada. Os contra-ataques levavam perigo com uma exposição relativamente grande. O certo é que o Grêmio aprendeu com Roger a jogar como time pequeno quando precisa e como time grande na hora certa. Defender-se sem a vergonha de jogar por uma bola ou se impor quando preciso for, são os alicerces que somam os resultados tão preteridos.
Do lado vermelho pesou muito a eliminação na Taça Libertadores e a goleada no Gre-Nal. Priorizando a competição continental, o Internacional “recomeça” sua participação neste Brasileirão 15 pontos atrás do líder. Argel fez sua estréia na casamata diante outro time que vem decepcionando, o Cruzeiro. Em um primeiro “panorama” o empate em 0x0 pareceu bom resultado. Perder agora poderia prejudicar um (re)início de trabalho. Pelas circunstâncias do jogo, o time mereceu melhor sorte, até porque foi mais competente nas mudanças realizadas durante a partida.
Missão: apagar o que passou para recomeçar
Assim como diante o Fluminense, ainda sob o comando do interino Odair Hellmann, se percebeu um esforço maior. Ainda com ele no banco, no clássico, aquela falta de vergonha na cara não se repetiu nos dois últimos jogos. Então não podemos dizer aqui que a “vontade” apresentada no Mineirão tenha sido um fator decorrente da contratação de Argel. Mas isso deixa o torcedor um pouco mais esperançoso porque, em não havendo muitas chances de título nacional, essa equipe pode prosperar e, embalando, ter condições de fazer pela Copa do Brasil a conquista de uma taça de peso combinado com a vaga para a Libertadores do próximo ano. O que precisa é recuperar aquela “liga” perdida nos confrontos com o Tigres. Antes, muitos daqueles lances de perigo teriam se convertido em gol. Coisa de “falta de liga”.
Se no início as projeções eram outras, o Tricolor entra no segundo turno com pretensões maiores que toda crônica apontava. Manter esse foco, essa entrega, essa “liga”, tudo junto pode fazer desse time um aspirante ao caneco. Uma vaga na Libertadores já é bem possível. Enquanto no Colorado, o momento é de recuperar a auto-estima, afastar as dúvidas colocadas sobre esse grupo para tentar, ao menos, terminar o campeonato brasileiro com honra, fazendo da Copa do Brasil o alicerce da temporada. O título de campeão se tornou improvável, mas uma vaga no G-4, devido oscilações bem conhecidas, ainda é alcançável.
Pitacos:
- Se o Grêmio é a grande surpresa entre os grandes correndo por fora, Galo e Corinthians são os favoritos;
- O CA Mineiro somou resultados ruins no fim do turno, mas tem uma equipe qualificada para voltar ao topo;
- Fluminense, Palmeiras e São Paulo, assim como o Grêmio, também correm por fora agora;
- Sport, CA Paranaense e Chapecoense, sem sombra de dúvidas, são as gratas surpresas fora o quadro dos times mais tradicionais do país;
- A Ponte Preta vem fazendo um bom papel e soube no início somar uma quantidade considerável de pontos;
- Mas ainda assiste um perigo de rebaixamento;
- O Flamengo não é uma “decepção” como vem sendo Santos, Inter e Cruzeiro, mas é um gigante na parte inferior da tabela que merece ser citado;
- Sem Robinho, o time da Vila Belmiro perdeu muito;
- Cruzeiro e Inter estão devendo demais;
- Figueirense, Avaí, Goiás, Coritiba, Joinville e Vasco devem ser brigar até o fim pra não cair;
- Até essa rodada eu ainda acreditava que, pela tradição e pela história, o Gigante da Colina ainda escaparia;
- Mas a derrota em casa para o Coxa do jeito que aconteceu tirou essa idéia até dos mais otimistas.
Saudações Coloradas
Imagens: Globo.com


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