Derrota do Grêmio passou pela omissão de Felipão
O clima era todo gremista, o ambiente jogava a favor e o time gaúcho estava muito bem. Mais ajustado que os mineiros, a vitória era possível. Mesmo assim, o Tricolor tomou a virada do Cruzeiro em casa e precisa vencer o Corinthians agora em São Paulo na próxima rodada para manter viva as chances de G-4.
Voltamos no tempo... Scolari conquistou a Copa das Confederações com brilho. Montou um esquema com Oscar e Hulk, ambos bem abertos e Fred centralizado lá na frente. Mandou Neymar jogar onde e como queria para resolver em campo enquanto encaixava o desconhecido no Brasil (mas ótimo) L. Gustavo na meia de contensão com uma dupla muito eficiente de zagueiros. Na Copa do Mundo depois foi o mesmo. Sem os mesmos brilhos, levou a Seleção às semifinais. Estava funcionando. No meio do caminho Zuñiga quebrou seu principal jogador em três pedaços. Não havia um plano B. Ouvindo o clamor do povo, apostando inclusive no fator Minas Gerais, mandou Oscar centralizar mais e soltou o mineirinho Bernard bem aberto contra a Alemanha. O resto desta história nós todos conhecemos.
Barcos perdeu um gol incrível que poderia ter mudado a história da partida
Ontem, o esquema que E. Moreira encontrou, mas não teve respaldo para manter, foi implantado de novo. A sequencia positiva do Grêmio se solidificou assim. O dedo do novo treinador está nas opções, como neste menino Walace (baita jogador) e, principalmente, no motivacional.
O que se viu no primeiro tempo foi o mesmo de sempre! Um time que joga no erro, adiantando a marcação ao máximo e armando uma “arapuca” de espreita como daquelas para caçar pássaros. Eficiência plena! A primeira etapa parecia o Gre-Nal do 4 x 1. Mas M. Oliveira teve sorte! Forçadamente por contusões, seu time fez duas substituições ainda antes do intervalo que deram uma dinâmica diferente no meio do campo. No segundo tempo o líder do campeonato conseguiu adiantar as duas linhas e até os 20 minutos iniciais, mesmo perdendo por 1 x 0, os visitantes chegavam fortes enquanto os comandados de Scolari sequer tinham finalizado.
Pergunto... o que Felipão estava esperando para mudar a equipe e conseguir mais posse de bola?
Estava evidente! O empate era questão de tempo... pior, o time saiu para jogar com três volantes abdicando sua postura depois do gol de R. Goulart. O contra-ataque foi fatal! Giulliano e A. Ruiz demoraram MUITO para entrar.
Falei ontem aqui no Blog que o empate era um bom resultado porque o Corinthians, tal qual o Grêmio, espera o jogo. Sem este ponto (ou três) perdido na Arena, Felipão não vai poder esperar muito porque a distância dos paulistas é de três pontos, tudo que M. Menezes queria. Os adversários diretos também se enfrentam (Inter x CA Mineiro) e o Fluminense é quase carta fora do baralho.
Súmula: Vergonha! Ao invés de reclamar tanto dos árbitros a comissão técnica poderia ter ficada atenta à partida enquanto a bola rolava
Aqui no Grêmio e acolá na Seleção poderia ser trabalhado um plano B. Mas Felipão não faz (ou não sabe mais fazer) isso e depois da partida fica muito mais fácil colocar a culpa na arbitragem ao invés de bater no peito e assumir que se omitiu. Ficou complicado para o Tricolor agora.
Saudações Coloradas
Imagens: Globo.com


Rafael,
ResponderExcluirEu concordo contigo em muitos pontos, mas não sei se a conta deve ir toda ela para o Felipão, seja na Seleção, seja no Grêmio.
Na seleção, Felipão fez o que os mineiros queriam, que era o Bernard no time titular. O resultado todos sabemos, mas imagine se ele escolhesse outro e deixasse o fraquinho atacante de fora. Os críticos iam dizer que a culpa é do treinador que não escalou o ex-jogador do Atlético-MG.
Depois da campanha vitoriosa na Copa das Confederações ninguém contestava a titularidade de Julho César, Hulk e Fred.
No Brasileirão pós-copa, até a derrota de ontem, os números mostravam que a campanha de Scolari se equivale ao do líder, ganhando inclusive no saldo de gols.
As opiniões mudam conforme o vento. Não creio que esse sistema tático seja simplesmente a manutenção do esquema Enderson Moreira. A meu ver, a diferença entre Felipão e Enderson, é, justamente, os 4 a 1 dos dois grenais.
Por outro lado, concordo que ele demorou para mexer no meio campo, ainda assim, não havia muita opção, pois Giuliano está voltando de contusão, e a velocidade do jogo, não era para a lentidão do Alan Ruiz nem para o ex-meia do Inter.
O Alan Ruiz, talvez, tenha entrado tarde demais. Mas se com os três marcadores, o tricolor levou contra-ataque, imagine com apenas dois marcadores!
Acho que não houve uma falha exclusiva do treinador, mas os detalhes do futebol, como os dois gols perdidos por Ramiro e Barcos. Assim como o confronto com o São Paulo, o tricolor teve chances e não fez, o adversário mais uma vez foi mais eficiente e objetivo.
De qualquer forma, é um resultado desanimador, porque vai ser muito difícil buscar seis pontos fora, seja contra o Corínthians seja contra o Bahia.
Depois dessa partida, que praticamente equivale a mata-mata de LIbertadores, estou quase jogado a toalha, exceto pelo jogo de volta que acontece contra o Corínthians.
Para voltar com os três pontos, esse jogo tem que ser encarado como os grandes confrontos da história, em que o Grêmio foi buscar o resultado fora de casa.
Claro FJC, não questiono o trabalho do Felipão na seleção nos quesitos jogadores e esquema de jogo. A convocação foi quase uma unanimidade de opinião (depois aparece os abutres oportunistas para criticar), nem o esquema. O que eu quis dizer, e aí sim é culpa dele, a ausência de um plano B. Oras, foram depositadas todas as fichas na individualidade do Neymar. Ontem foi algo parecido... méritos dele ao manter o esquema encontrado por E. Moreira, não é isso nem contra isso que me refiro. Scolari deposita toda sua confiança na armação de três volantes, cujo pactuo e você é a maior testemunha disso. Mas houve uma "mudança" no panorama do jogo. O Grêmio ficou totalmente envolvido e o A. Ruiz podia sim ter entrado quando estava 1 x 0, pelos 15 min. do segundo tempo para prender a bola, chamar a falta, provocar, partir pra cima. O que aconteceu no Gre-Nal 4 x 1 em favor do Inter foi o gol! Quando o Tricolor sai ganhando, velho, é muito difícil empatar, ainda mais virar o placar. Mas quando sai na frente é igual mordida de pitbull, não larga. Maaas ontem, tal qual foi naquele vexame diante a Alemanha, faltou reação do técnico! Ele não se preparou para o que aconteceu, não havia um plano B. Parece esse ser o grande mal que está acometendo Felipão nesse final de uma carreira tão vitoriosa.
ResponderExcluirRafael,
ResponderExcluirEsquecemos de comentar sobre a arbitragem, que não influenciou diretamente no resultado, mas que não bem, isso não foi.
E tem a polêmica da entrevista do Felipão que mostrou em vídeo à imprensa, os dois penaltis em Geromel.
Barcos e Dudu apanharam muito no jogo. E daí a reclamação, as expulsões dos auxiliares, por reclamação.
Eu concordo com a maior parte do teu raciocínio, mas quando falamos de Plano B, não podemos comparar o trabalho de Luis Felipe com o da seleção, porque são situações distintas, duas realidades completamente diferentes.
Na seleção Brasileira, havia mais opções além de Jô e Bernard. No Grêmio, a situação é completamente diferente.
Posso concordar contigo em relação ao plano B na seleção, se pensarmos que, realmente, ele deixou de fora da lista jogadores experientes da qualidade de um Kaká, talvez o velho e bom Ronaldinho, e, principalmente, Diego Tardelli, talvez, o mais injustiçado entre os veteranos.
No Grêmio, as opções do banco são o Giuliano que chegou baleado da Europa, Fernandinho com problema no joelho, e Alan Ruiz que tem alternado bons e maus momentos no time titular.
Como muitos torcedores brasileiros, creio que pesa aí na sua memória um 7x1 de uma Copa do Mundo, mas não podemos comparar o trabalho de um treinador na seleção com o de um clube, porque na seleção havia mais do que a opção de dois ou três jogadores na convocação.
Sobre o jogo diante do Corínthians, vejo como uma partida de Libertadores, e o confronto de egos de dois treinadores não muito bem sucedidos na seleção recentemente.
Mano está na vantagem, seja pelo elenco, seja pelo fato de jogar em casa.
Felipão tem a dúvida em relação ao Barcos. Aonde que se encaixa um plano B nesse caso?
Lucas Coelho? O Alan Ruiz de centroavante? Giuliano com uma perna só?