Inter confirmou favoritismo vencendo o clássico
No texto Nó tático para vencer! (Como ganhar este Gre-Nal?) publicado na terça-feira aqui no Blog (05/08), já havíamos previsto muito do que poderia acontecer ontem. Destaco alguns pontos em especial. Vejam:
Em relação ao Grêmio...
- “A maior limitação está justamente nos flancos (marcação) e o time se tornou relativamente lento na armação. Scolari veio para fazer ‘algo diferente’ e por mais óbvio que pareça a escalação de três volantes, acredito que possa começar com a formação clássica (4-4-2) com dois armadores no meio”.
- “Time que chega mais junto sai na frente, o Grêmio precisa resgatar isso”.
Grêmio recuperou parte do "espírito" deste Clássico, mas não foi suficiente
Em relação ao Inter...
- “A já limitada zaga não contará com Paulão. Os laterais não passam de comuns. Por isso, eu creio que Willians e Wellington devam ser mantidos”.
- “Assim, D’Alessandro jogará bem aberto na direita”.
- “Wellington e Willians fariam a cobertura desta defesa pouco confiável”.
Uma vitória incontestável
No geral...
- “(...) os meias do Tricolor não são exímios na recomposição. (...) A individualidade de Luan, Giulliano ou outro armador qualquer que entrar será fundamental. (...), o segundo atacante terá de marcar MUITO na saída e se colocar bem posicionado a cada lançamento. Será altamente desgastante”.
- “Apesar de irritar os amigos gremistas... com apenas dois volantes no Grêmio as chances do Inter aumentam”.
- “(...) Abel com todos seus meias à disposição (o Grêmio) não pode entrar com dois armadores de pouca força de recomposição”.
- “(...)podemos ter “surpresas” para a partida entre Inter e Grêmio no Domingo? Alguma coisa acredito que sim”.
Abelão fez o simples e venceu com sobras. Scolari tentou surpreender, mas a qualidade Colorada foi determinante na etapa complementar
Como vimos, a partida pouco fugiu do contexto debatido por aqui. Felipão ousou um pouco mais do que eu esperava, é verdade, mas nada passível de uma crítica mais severa porque os gremistas estavam ansiosos por mudanças.
Pará inverteu de lado e Ramiro caiu na direita. Os volantes que vinham jogando foram todos substituídos. Enquanto isso, Abel foi coerente mantendo o segundo volante Wellington entre os titulares após reingresso de Aránguiz. O time gremista começou chegando junto, até com certa deslealdade. Os Colorados não mudaram o jeito de jogar e foram envolvidos inicialmente. Havia um revezamento Tricolor para “dar uma pegada” em D’Alessandro e Aránguiz, anulando os dois na primeira etapa. Já o Inter tentava rodar a bola, mas com os meias muito bem marcados, a saída ficou prejudicada. No primeiro tempo a ideia do Grêmio deu certo! Em saída errada do Inter, Dudu desperdiçou a chance. Na segunda etapa, amarelado e cansado, Rodriguinho foi substituído ainda no intervalo. Ao invés de Luan, Scolari lançou Fernandinho. Mais à frente o treinador corrigiu, mas aí já era tarde. É muito difícil manter aquela intensidade 90 minutos, mesmo que não tivesse errado na troca. Daí em diante o Inter envolveu, vencendo com sobras. Um terceiro volante no Grêmio era fundamental. Todos os meias do elenco de Felipão não são exímios marcadores e as invenções nas laterais não surtiram efeito prático. Já Abel encontrou o time e não deve mudar nada daqui em diante.
Pará inverteu de lado e Ramiro caiu na direita. Os volantes que vinham jogando foram todos substituídos. Enquanto isso, Abel foi coerente mantendo o segundo volante Wellington entre os titulares após reingresso de Aránguiz. O time gremista começou chegando junto, até com certa deslealdade. Os Colorados não mudaram o jeito de jogar e foram envolvidos inicialmente. Havia um revezamento Tricolor para “dar uma pegada” em D’Alessandro e Aránguiz, anulando os dois na primeira etapa. Já o Inter tentava rodar a bola, mas com os meias muito bem marcados, a saída ficou prejudicada. No primeiro tempo a ideia do Grêmio deu certo! Em saída errada do Inter, Dudu desperdiçou a chance. Na segunda etapa, amarelado e cansado, Rodriguinho foi substituído ainda no intervalo. Ao invés de Luan, Scolari lançou Fernandinho. Mais à frente o treinador corrigiu, mas aí já era tarde. É muito difícil manter aquela intensidade 90 minutos, mesmo que não tivesse errado na troca. Daí em diante o Inter envolveu, vencendo com sobras. Um terceiro volante no Grêmio era fundamental. Todos os meias do elenco de Felipão não são exímios marcadores e as invenções nas laterais não surtiram efeito prático. Já Abel encontrou o time e não deve mudar nada daqui em diante.
Uma vitória que assegurou a vice-liderança provisória no Brasileirão
Em resumo, o torcedor, a direção, a crítica e principalmente Felipão precisam entender que as carências nos flancos por falta de peças com qualidade para marcar, “força” a armação com três cabeças-de-área ou até três zagueiros nessa equipe gremista. O melhor desses jogadores foi alcançado na difícil fase de grupos (grupo da morte) na Libertadores. Uma derrota no Gre-Nal de virada na Arena, em um planejamento falho, colocou em dúvida esta formação. Aquilo foi um acidente de percurso desnecessário porque o Grêmio devia ter poupado seu time principal na fase final do Estadual. Na intensidade que o futebol está, os meias do Tricolor (até por características próprias) não vão desempenhar o papel de marcação como propôs Felipão. R. Portaluppi viu isso ano passado e teve sucesso. O time de segundo semestre ganhou em qualidade com as contratações, é verdade, mas ainda é limitado na linha defensiva. Repito... Pará é ala, não um lateral.
Já Abel fez a leitura correta. Venceu porque tem um esquema mais bem definido e um time superior. Preocupante é a falta de um plano B. Com o chileno Charles Aránguiz, este time é candidato ao título. Sem ele, o Inter se torna uma equipe comum. O treinador deve preparar um enquadramento tático mais defensivo quando seu principal jogador estiver lesionado, suspenso ou a serviço da sua seleção. Outra alternativa é trazer Fred, que pode substituir o gringo à altura, mantendo este enquadramento a temporada inteira. Entre os atletas do Bom Senso FC, Juan queimou minha língua e fez um partidasso, já Dida quase comprometeu.
Saudações Coloradas
Imagens: Portal ClicRBS, Zero Hora e ESPN




Rafael,
ResponderExcluirEu concordo com tua análise sobre os meias, Giuliano e Luan. De fato, não são meias clássicos, e há uma deficiência de jogadores que controlam bem a bola e fazem uma recomposição de meio campo, sem dúvida nenhuma.
Mas essa deficiência, essa fraqueza, se é que ela existe, não justifica a ideia de se jogar com três volantes, em hipótese alguma.
Discordo sobre o Pará. Esse não é ala apoiador, pois não sabe chutar no gol. Também não tem força na marcação, como vimos no drible que levou do Claudio Winck.
O Felipão não acerta mais nas estratégias.
Quis fazer teste com Ramiro na direita, Pará na esquerda, mais Wallace e Felipe Bastos de volante.
Mas o Grenal não é feito para testes.
Num clássico dessa grandeza e importância, ele não deveria ter abrido mão, de forma alguma, da experiência de Riveros ou do próprio Edinho.
No mais, o time é fraco, e para chegar no G4, vai ser necessário contratar mais dois ou três jogadores, para as laterais e o meio de campo.
Amigo FJC
ResponderExcluirA idéia do terceiro volante, ao meu ver, justiça-se pela fraca recomposição dos meias porque dois cabeças de área ficam sobrecarregados quando o adversário ataca com dois atacantes e dois meias ou três meais e um atacante (como o Inter). Ainda mais com a limitação dos homens de lado que não defendem com satisfação. O Tricolor não tem um meio-campista como Aránguiz (Tinga das antigas é outro exemplo), um atleta que arma e volta marcando. Zé Roberto não agüenta mais fazer o que fazia antes. O Clássico foi vencido assim, no momento de desatenção (que vem muitos vezes do cansaço). Ninguém acompanhou o Alex. O segundo gol foi ao natural, como teria sido o terceiro do W. Paulista.
Pará não é um marcador. Apesar de não concluir à gol, o forte dele é a aproximação dos meias e os cruzamentos na área. Precisa de cobertura sim, é inevitável. Já o Felipão “não acertou” porque está mais ousado. Quis surpreender a Alemanha e perdeu. Tentou contra o Inter inventando muita coisa (algumas até deram certo, mas a maioria não), perdeu. Ele tem nome, pode ousar! Diferente de outros que são mais cautelosos. No entanto, pergunto: “como ele chegou ao sucesso?” Scolari foi campeão mundial pela seleção com três zagueiros, formou no Grêmio e no Palmeiras times fortes defensivamente, rápidos no ataque e bem representados na área por um bom centroavante. O torcedor gremista queria “coisas novas” e ele fez. Não podemos criticar agora. Mas concordo, esse não é o Felipão que estamos acostumados. Apesar de na sua frase “Grenal não é feito para testes” eu concordar em gênero e grau, até por isso falei no texto que antecedeu o clássico: “No clássico, mudar muito se torna até perigoso”, é complicado reclamar do novo técnico agora. Tivesse perdido com o time quer estava jogando, diriam que ele não fez nada para melhorar.
Minha preocupação, como Colorado, era o Grêmio vir a campo com três volantes, Barcos na área e um cara rápido na frente jogando pelos lados, ambos alimentados por Giulliano. Jogando por uma bola, a história poderia ter sido diferente. Quando vi a escalação, pensei comigo mesmo: “ganhamos”. Scolari veio de igual para igual! Mas era o que se esperava dele, repito e reitero o que falamos aqui no Blog antes do Gre-Nal, o gremista não quer três volantes ou três zagueiros!
Quanto a contratações, esqueça! O Grêmio passa por um momento financeiramente complicado e, se vier mais alguém, este não chegará para vestir a camisa e jogar. Pode desembarcar em Porto Alegre um cara para compor grupo. O ciclo de contratações do Tricolor acabou. Esse time ganhou em qualidade com as recentes contratações, mas não é eficiente. Eficiência é resultado! Enderson havia encontrado compactação e o ponto de equilíbrio na fase de grupos da Libertadores. O planejamento falhou em não abdicar da fase de “mata-mata” do Gauchão, isso pesou. Um acidente de percurso que custou caro. O ex-treinador se perdeu, começou a errar não por si, mas pelos outros (não agüentou a pressão) e acertadamente, foi substituído.
R. Portaluppi fez o mesmo ano passado, Felipão precisa entender (assim como todo gremista, diretoria, etc.) que ser eficiente é mais importante que ser agudo. Sei que você não aceita o terceiro volante na equipe. É da nossa cultura querer ataque, posse de bola. Mas o melhor desse time foi lá atrás, no grupo da morte na competição continental. Basta lembrar e colocar a mão na consciência.