sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Intervir? Como proteger (salvar) nosso futebol?

Liberdade contratual no futebol em xeque
 
O Brasil tem por tradição intervir na vontade das pessoas, na sociedade em geral. É da nossa cultura mesmo. A liberdade é relativa em nosso país, nem tudo que se quer acordar (acertar em contrato), se pode e/ou tem validade (valor legal). No Estados Unidos, por exemplo, a contratação é bem mais livre do que aqui. Lá os contratos detém uma força muito maior se comparado ao “pacta sunt servanda” tupiniquim. Exemplo disso? O casamento! Enquanto lá um pacto antenupcial pode prever desde indenizações em exposições sem autorização do “noivo” na Internet (Redes Sociais), até reparações em dinheiro em casos de adultérios, por aqui esse documento se resume meramente a identificar o regime patrimonial do matrimônio. A regulamentação deste relacionamento é quase que estritamente pela Lei. Você escolhe o regime e se enquadra a ele, nada mais.
Temos também as constantes intervenções estatais com a desculpa de “equilibrar” ainda mais essas coisas. Cotas sociais/raciais, taxas de juros, tributos (isenção/redução deles), benefícios... ações governamentais que motivam ou desmotivam certas situações. Assim são nas relações comerciais, trabalhistas, de consumo, quase tudo.
Quase tudo! Porque nas convenções em contratos esportivos o caminho é inverso. Voltemos um pouco no tempo para entender isso melhor.
 
Futebol ostentação! Farra, mulheres e grana, MUITA grana
 
Desde a Lei Pelé (9.615/98) de 24 de março de 1998, o direito de “passe” dos atletas em favor dos Clubes foi extinto no Brasil. Algumas mudanças foram introduzidas no processo para justificar a formação dos jogadores de futebol. Podemos citar a janela de transferências, o direito de formador, cálculos de rescisão distintos (permitindo diferentes percentuais em relação às transferências internacionais e nacionais), por aí vai. Nada se mostrou eficiente e a Fifa acabou criando uma comissão para discutir a participação de investidores nos clubes de futebol (terceiras partes). Segundo Martín Fernandez “A primeira reunião do grupo acontece na semana que vem, em Zurique, e terá apresentações de especialistas nos mercados de Brasil, Portugal e Inglaterra. O caso brasileiro é considerado o mais problemático. Serão analisadas na Fifa as situações de três clubes de elite do futebol do Brasil. Cada um tem entre 45 e 60 jogadores profissionais registrado. E menos de 20% desses jogadores pertencem integralmente aos clubes” [01].
 
Joseph S. Blatter - presidente da FIFA
 
Como se observa na reportagem constatou-se que entre 80% e 90% dos jogadores do futebol no Brasil tem seus direitos divididos entre Clubes e investidores.
Outra matéria jornalística interessante foi a entrevista do Sr. Antenor Angeloni (homem forte do Criciúma), pronunciando uma série de manifestações que chama a atenção ao problema. Vejam alguns destaques:

Presidente, podemos garantir a permanência do Tigre na Série A em 2015? R.: Meu caro, se quisermos continuar tendo futebol precisamos ficar na Série A. Avai e Joinville têm que voltar logo.
A Série B não é um bom campeonato, presidente? R.: É uma desgraça. Financeiramente, digo.
E a ética no futebol, presidente.
Não existe mais? R.: Já sei, estás falando do técnico do Avaí. Deus me livre mandar tirar um profissional do Avaí ou qualquer outro clube.
O futebol está caro, presidente? R.: Olha, não há em Santa Catarina nenhum time capaz de se manter com os absurdos que estamos vendo. Se não houver uma mudança não sei como isso vai terminar.
E vai mudar? R.: Nada. Essas reuniões na CBF para tentar alguma coisa não dão em nada. Não vai mudar nada”. [02]
 
Antenor Angeloni
 
Por isso a Fifa (órgão supremo do futebol) deve tentar regulamentar esse mercado criando uma espécie de regulamento, algo novo a ser posto em prática sob pena de o esporte em países de economia mais fraca como a nossa se tornar impraticável.
O problema não reside unicamente no grupo de elite da bola. Os pequenos Clubes do Brasil sofrem ainda mais pelo movimento desta máquina que transformou o país em um exportador de jogadores altos, fortes e tecnicamente aplicados. Perdemos nossa identidade porque os times precisam da grana! Para formar zagueiros e volantes tão procurados pelo mercado externo, a metodologia mudou. Alto rendimento custa uma nota preta, formar “jogadores/cavalos” demanda muito mais ciência do que habilidade das comissões técnicas de base. Para sobreviver, paramos de garimpar craques para lapidar “caras grandes”.
 
O baixinho Romário teria chances em um peneirão de hoje?
 
Escolinhas de futebol são formadas sem o propósito de FAZER FUTEBOL e sim formar brucutus. O conceito de “inclusão social” (outra vertente) se espalha em ONG’s da bola parceiras do poder público e alguns ramos da iniciativa privada, mas não forma atletas porque o foco é outro. Tudo se transformou em um grande negócio. A idéia do “Rei do futebol” colaborou para o “caos” porque trabalhou a sua Lei voltada na proteção dos jogadores de alto padrão, exatamente como ele foi ao passado. O problema é que esta regra esqueceu-se de amparar aqueles 99,99% dos atletas profissionais de futebol que sofrem com essa realidade. O mesmo digo em relação aos times. O Bom Senso FC tem um discurso que visa defender esse grande grupo de jogadores desamparados por esta realidade (apesar de eu não acreditar seja este o verdadeiro propósito do movimento).
Sem a sua real identidade, nosso futebol está refém de um mercado financeiro cada vez mais avassalador. Enquanto os euros e os petrodólares são troco lá fora, aqui representam uma verdadeira fortuna. Como competir? Um contexto globalizado colocou os “desiguais” em par de “igualdade” nesta batalha desleal. Não há uma preocupação com os pequenos times em relação aos grandes (internamente falando) também. Destruímos o que tínhamos de melhor no esporte. Dezesseis anos de Lei Pelé, toda falta de sensibilidade dos homens forte do futebol neste período mudaram radicalmente as coisas por aqui.
 
Qual o verdadeiro interesse da CBF? A condução do trabalho está correta?
 
Antes tudo era muito amador (é verdade), mas a evolução para um profissionalismo muito caro transformou esse negócio em algo indecente, inoperante e inaplicável na realidade (condições) dos Clubes do nosso país.
Venho batendo nesta tecla desde a criação do Blog há quase quatro anos atrás. Tornou-se inviável fazer futebol. Fabricar jogadores “tipo laboratório” virou um baita negócio. Nutricionistas, fisiologistas, preparadores físicos e tantos outros profissionais desta ordem não fazem mais um trabalho secundário, eles se tornaram fundamentais. Peneiras, seleções e todo processo de ingresso da garotada nas categorias de base estão sendo feitas em observância ao tamanho do candidato, porque a técnica virou artigo de segunda linha. Futebol é algo que se ensina? Nos treinos esses meninos não podem dar um drible sequer. Acabou a molecagem, não pode inventar. Até porque a maioria que estão lá nem tem condições de fazer isso. Robôs de resultado! “Força, foco e fé”.
Precisa a Fifa vir lá de fora dar um jeito nesta balbúrdia? Até pra eles se tornou vexatório a surra de 7 x 1 que sofremos dentro do campo, bem como esta outra surra que tomamos todos os dias nos bastidores da bola.

Saudações Coloradas
 
[01] FERNANDEZ, Martín. Pelo menos 80% dos jogadores brasileiros estão fatiados entre clubes e investidores. Portal Globo.com – Bastidores F.C. <disponível em http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/bastidores-fc/post/pelo-menos-80-dos-jogadores-brasileiros-estao-fatiados-entre-clubes-e-investidores.html>, acesso em 25/08/14
[02] Presidente Angeloni, do Criciúma: "A Série B é uma desgraça e os técnicos ficaram loucos". Portal ClicRBS – Diário Catarinense <disponível em http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/esportes/noticia/2014/08/presidente-angeloni-do-criciuma-a-serie-b-e-uma-desgraca-e-os-tecnicos-ficaram-loucos-4585363.html>, acesso em 25/08/14

Imagens: Site Janete a Estranha, Blog 98 Curitiba, Globo.com, Blog Nó Tático e Esportes R7

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Trocar de técnico resolve? Qual o verdadeiro problema do futebol brasileiro?

Pressões forçam mudanças constantes no comando técnico e a continuidade resta prejudicada
 
Sempre foi assim! Resultados ruins, sequencias negativas... sobra para quem? Para o treinador, claro. Especialmente no Brasil, a providência imediatista preferida dos dirigentes é a demissão do chefe da comissão técnica. O resto fica para depois porque é mais fácil dar uma satisfação ao seu torcedor fazendo isso do que mudar aquilo que realmente precisa ser mudado.
 
Doriva (foto) e C. Roth foram demitidos após resultados ruins no último final de semana

Restaram poucos “intocáveis” neste Campeonato Brasileiro. Nem chegamos na metade da competição e poucos seguem trabalhando. M. Oliveira (Cruzeiro), M. Ramalho (São Paulo), A. Braga (Internacional), M. Menezes (Corinthians), C. Borges (Fluminense), E. Baptista (Sport), O. Oliveira (Santos) e V. Mancini (Botafogo) são os oito profissionais que resistiram as primeiras dezoito rodadas. Os demais times, todos já fizeram mudanças. Alguns mais de uma até.

Nada novo, Sempre foi assim!
 
A passagem de E. Moreira pelo Grêmio, por exemplo, rendeu 52,77% de aproveitamento. Muito abaixo do que poderia, é verdade. Caiu por merecimento. Mas Felipão, em quatro partidas, está com 50% de aproveitamento. Por se tratar de um trabalho novo, uma filosofia diferente em momento inicial de implementação, não vamos alongar muito a respeito. Só quero lembrar que o sistema TÃO contestado de E. Moreira foi trazido de volta e o time melhorou. 
Na maioria das “trocas”, o efeito positivo não foi sentido e as equipes continuam a “mercê” de melhores resultados. Alguns chegaram a piorar. Exceção a regra apenas nos ex-lanternas Flamengo e Figueirense com Luxemburgo e Argel, respectivamente.
 
Jayme de Andrade, interino efetivado depois campeão da Copa do Brasil em 2013 demitido na folga no início da temporada, avisado pela imprensa  

O novo comandante do clube carioca tem a melhor média de aproveitamento do Brasileirão, 83,30%. M. Oliveira, do grupo dos intocáveis, vem em segundo com 76,40% e o ex-zagueiro Colorado que trabalha no time catarinense vem em terceiro, com 72,20%. Verdadeiros milagres em dois times tão ruins e limitados como Flamengo e Figueirense, que merecem nossa atenção.
Luxa chegou como piada, motivo de chacota. Argel era mais uma tentativa maluca de tentar o impossível no Figueira. E deu certo nos dois casos! Mas pergunto... até quando eles vão conseguir tirar leite de pedra? Resultados negativos “naturalmente” vão acontecer. Aí serão questionados tendo feito o impossível até agora? Ambos (Flamengo e Figueirense) já fizeram mais de uma troca de comando. Esses Clubes possuem elencos tecnicamente fracos. No rubro-negro carioca, inclusive, não lembro de um time tão ruim. Óbvio, isso não é culpa dos treinadores.
 
André do CA Mineiro destaque na mídia por uma foto que "indica" embriaguez em sua folga

A necessidade gritante por resultados e o imediatismo impregnado na cultura do nosso futebol está invertendo um juízo de valor antes até tolerável pela amadorismo que existia, mas que pela nova realidade, esse contexto novo, acaba se desvirtuando. Um futebol globalizado sem proteção alguma, Clubes daqui concorrendo com o poderio externo, desigual e desleal dos euros e petrodólares. Tudo força as entidades a pagar uma conta muito cara por atletas de baixa qualidade. Jogadores jovens com baitas contratos sem ter provado nada ainda na carreira, veteranos sem espaço lá fora que voltam com status de heróis, verdadeiros salvadores da pátria e outros sem qualidade alguma para sair do futebol brasileiro, ídolos aqui compondo os elencos ruins do Brasileirão (não só de Figueirense e Flamengo).
Por qualquer jogadorzinho “meia tigela” se faz um esforço bruto para contratá-lo, mantê-lo e motivá-lo. Profissionais de segunda e terceira categoria tratados como estrelas. Aí eu indago: “que culpa tem os treinadores”?
 
Bernard acusado de ser "jogador de Twitter" pelo treinador Mircea Lucescu do Shakhtar Donetsk. Motivo? Não se apresentar para cumprir seu contrato

Desde a Lei Pelé que exterminou a base por conta da eliminação do passe, até o vergonhoso 7 x 1 em casa na disputa da semifinal da Copa do Mundo, o Brasil se tornou um depósito de lixo em termo de jogadores. Não se consegue renovar seu quadros de treinadores e os dirigentes convivem intensamente com a cobrança exagerada por resultados imediatos sem conseguir trabalhar estrutura e categorias de base em excelência. Se fabrica jogadores tipo exportação para equilibrar finanças. Quem consegue trabalhar com seriedade, transparência e coerência morre na praia também. Porque? Oras, em um esporte onde malandragem, jeitinho e falta de palavra ganha jogo, não podemos falar de mudanças se nós torcedores, críticos, amantes do futebol não tomar consciência que a questão é institucional, legal e cultural.
Enquanto a indústria da TV precisar pagar a conta se aproveitando do adiantamento de cotas para centralizar o poder, enquanto os Clubes continuar reféns de um sistema arcaico empurrado de barriga há anos, enquanto os sanguessugas da polêmica continuar enriquecendo as custas de bobagens e baboseiras, enquanto os boleiros sem cultura alguma se deixar levar pelo assessoramento ruim e falta de profissionalismo... a dança dos técnicos é a única medida que restará aos dirigentes. Média de praticamente uma troca por rodada!

Saudações Coloradas
 
Imagens: ClicRBS, Jornal de Hoje e Blog Flamengo até Morrer.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Porque, o que e de quem cobrar

Do equilíbrio dos times gaúchos aos centroavantes de cada um

Nem vamos entrar no mérito das outras limitações de Inter e Grêmio. Vamos focar o equilíbrio das equipes e daquele responsável em marcar os gols. Os homens de área da dupla Gre-Nal foram os protagonistas do futebol gaúcho neste final de semana. Negativamente, R. Moura se destacou ao perder um gol incrível, sem goleiro, quando a partida diante o CA Mineiro ainda estava 0 x 0. Já Barcos assinalou os dois gols da vitória gremista contra o Corinthians e foi o nome do jogo.

Rafael Moura perdeu um gol inacreditável com o goleiro Victor (ex-Grêmio) deitado no chão

O Inter está lento, mas tem um bom equilíbrio desde o ingresso de um segundo volante de marcação no meio-campo. A equipe do Grêmio precisa melhorar muito, mas ficou equilibrado a partir da partida contra o Criciúma. São dois times com plenas condições de lutar por vagas no G-4 que até podem sonhar com o título. Mas neste final de semana, algo que estamos alertando desde o início da temporada aqui no Blog se acentuou, vejam:
 
Cruzeiro - R. Goulart (M. Moreno)
São Paulo - L. Fabiano (Pato e A. Kardec)
Corinthians - Guerrero
Fluminense - Fred
CA Mineiro - D. Tardelli
Santos - L. Damião (Gabriel)
Grêmio - Barcos

 
Barcos marca dois em tarde inspirada

E por aí vai... Todos os adversários diretos do Internacional têm homens de área muito melhor e mais qualificado que R. Moura. O cara só foi titular absoluto na carreira pelo Paysandu, quando concorria com Rob Gol. Ele já começou o ano mandando a torcida colorada calar a boca, mas tinha crédito por conta dos Gre-Nais do Gauchão. Agora acabou a paciência! O problema é que diferente dos outros que cobram porque sabe do potencial de seus atacantes, jogadores que podem render mais, no Inter não adianta nada reclamar de quem é ruim mesmo. He-Man só serve para ganhar do Esqueleto e montar no Gato Guerreiro! O Clube é muito grande para ter um centroavante tão limitado.
Pelo lado do Grêmio, com um time equilibrado, Barcos vai deitar! Isso porque ele tem condições de fazer as coisas acontecer. Com uma equipe bem montada, compactada, os resultados não devem oscilar tanto e o centroavante, conseqüente, aparecerá mais para protagonizar com gols.
Tudo passa por um fator fundamental: o gol! Há quanto tempo R. Moura não marca um tento?

Aquilo que começa errado, geralmente, termina errado

Escalar as jovens promessas seria a solução? Berttoto entregou a bola no gol que deu a vitória ao São Paulo e Otávio estava aos prantos no vestiário, segundo Abel, pela entregada no gol que garantiu os três pontos do CA Mineiro sobre o Colorado. Experiência só se adquire jogando, mas o momento é crucial e queimar os garotos também é complicado.

Saudações Coloradas
 
Imagens: Esportes UOL e Lancenet

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Derrotas nem tão merecidas assim

Inter e Grêmio estacionam e se afastam dos seus objetivos

Duplo revés em 1 x 0. O resultado mínimo foi implacável contra a dupla Gre-Nal na 16ª rodada deste Brasileirão. Como se não bastasse perder, o resultado negativo do rival também atrapalhou. Enquanto o Inter viu o Cruzeiro ampliar cinco pontos, recebendo a incômada parceria do Corinthians na vice-liderança, o Tricolor está mais longe do G-4 e caiu para a 10ª colocação.
Na quarta-feira um único erro da defesa do Inter na saída de bola foi o suficiente para o São Paulo vencer. Sem Willians e Wellington, o time sofreu muito. Mas a derrota não passa exclusivamente pela ausência dos dois volantes titulares. A equipe é notorialmente lenta e com a grande (para não dizer surpreendente) recomposição de Kaká, Ganso e Pato, o Inter não conseguiu jogar. A vitória paulista foi construída no único gol marcado, ainda no primeiro tempo. O time de Abel não merecia perder, teve volume e se dedicou em busca do empate. Entretanto, ficou longe de merecer uma vitória. Antes de tudo, sair atrás no marcador contra equipes montadas por Muricy é algo complicado. Além disso, os visitantes estiveram mais perto de ampliar do que o Internacional de marcar na maior parte da partida, sem contar que todo aquele volume o Colorado não se tornou efetivo. Foram raras as conclusões à gol.

Reclamação de Abel: treinador questiona o calendário e o pouco tempo de treino/recuperação de atletas

Ontem, o Grêmio parece ter recuperado “o espírito da coisa”. Algo que já havíamos notado contra o Criciúma. Definitivamente não mereceu sair derrotado do Mineirão. O gol no fim foi um castigo muito duro para um time que foi taticamente muito bem e que se doou como um todo contra a melhor força do futebol no país atualmente. Fechado, jogando por uma bola, Scolari viu passar por perto até a vitória, enquanto o empate era praticamente certo. Definitivamente, o gol sofrido no final da partida não foi justo e teve um gosto muito amargo. Perder sempre é ruim, mas as duas últimas apresentações do Tricolor mostram um grupo com a cara de Felipão. Muito a melhorar, é verdade, no entanto voltou ser difícil derrotar o Tricolor. Algo semelhante se viu no início da temporada, na fase de grupo da Libertadores.

Reclamação de Rhodolfo: zagueiro saiu irritado pelo lance que gerou o gol cruzeirense

Reclamações também com a arbitragem de parte a parte, mas nenhuma das duas derrotas “foi para a conta” do juiz. O importante é entender que os dois times gaúchos têm limitações. Para ser campeão, o Inter precisa velocidade e alguém com mais qualidade na frente. W. Paulista no lugar de R. Moura “poderia” melhorar um pouco, mas seria mais do mesmo. Porque o jovem Aylon não ganha uma chance? No meio, Valdívia pode ser a opção de velocidade que Alex e A. Patrick não conseguem dar. Mas são meninos e dificilmente Abel vai colocá-los em campo. Fez com Bertotto por necessidade e o garoto foi co-autor com Juan do lance capital diante o São Paulo. Já o Grêmio está no caminho certo. Com 14 pontos atrás do líder fica complicado falar em título agora, mas o G-4 não está tão inatingível assim. Com três vitórias consecutivas o time pode chegar, encostar. O mais importante é manter jogando bem. Desta maneira o time começa forte a Copa do Brasil e fica vivo no Brasileirão.

Saudações Coloradas

Imagens: Globo.com

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Cada um na sua (ou um ajudando o outro?)

Desafios diferentes, mas muito importantes para a dupla Gre-Nal
 
Internacional e Grêmio vivem momentos diferentes na temporada. Enquanto o Colorado luta pela liderança do Brasileirão, projetando sua participação na Copa Sul-Americana; o Tricolor corre atrás do tempo perdido para ingressar no G-4, encarando a Copa do Brasil de frente por um título tão aclamado por sua torcida.
Abel Braga priorizou o Brasileirão e caiu na Copa do Brasil. Logo, no final do mês ele tem pela frente o Bahia valendo uma vaga na terceira fase da competição continental. Mas o foco é o Campeonato Brasileiro! Um jogo de seis pontos contra um aspirante ao título. Com cinco vitórias seguidas, a expectativa é de assumir a liderança provisoriamente. O encontro com este São Paulo embalado pela vitória no clássico diante o Palmeiras reserva algumas curiosidades. Pato, ex-Inter, deve estar no campo do Beira-Rio depois de sete anos. Goleiros consagrados como Dida e R. Ceni também. O embate entre os meias Kaká e Ganso x D’Alessandro e Aránguiz deve dar o alto ritmo técnico na partida, enfim, muita coisa. Desfalcados, Inter e São Paulo não contam com jogadores importantes como R. Caio e L. Fabiano de lá, Wellington e Willians de cá. Será um grande jogo, difícil apontar um favorito.
 
Dida x R. Ceni

Felipão oxigenou seu time de confiança com sua primeira vitória desde seu retorno. Sem dificuldades, o Tricolor bateu o Criciúma com maturidade e muita superioridade. Sabedor que o Santos será seu primeiro adversário na Copa do Brasil, o time precisa manter-se próximo ao G-4, como uma segunda opção de retornar para a Taça Libertadores em 2015. Mas a missão de amanhã não será nada fácil! O Cruzeiro é o líder e detentor do melhor futebol do país. Entretanto, são dois times grandes, um clássico nacional. Se os mineiros são favoritos, o técnico gremista sabe que qualquer ponto trazido do Mineirão é bem vindo. As recordações de Scolari daquele estádio são horríveis, mas agora a realidade é outra. Além dos três volantes, porque não adotar mais cautela com um quarto homem de contensão na meia? O interessante é não perder, pontuar e se manter vivo na briga pelo G-4. Jogando por uma bola, com a força e tradição que tem, porque não surpreender? É possível.

Scolari nunca venceu no Mineirão

Resultados positivos de Inter e Grêmio beneficiam os dois direta e indiretamente! Isso porque o foco de Abel é a ponta da tabela e de Felipão se tornou o G-4. Enquanto o Inter encara um oponente direto do Grêmio, o Tricolor visita o principal concorrente Colorado. Coisas da bola que a rivalidade acentua ainda mais!

Pitacos:
 
- Petros pegou 180 dias de gancho, mas cabe recurso;
- O Corinthians perderá Elias e Gil por conta dos amistosos da Seleção;
- Um prejuízo tremendo com o desfalque de três titulares do Mano Menezes;
- Outro prejudicado é o Cruzeiro!
- E. Ribeiro e R. Goulart também são titulares convocados;
- O Inter perderá Aránguiz para a seleção chilena;
- Os três principais times do Brasileirão em apuros por seus desfalques;
- Falando em Seleção, Dunga fez sua primeira lista;
- Não dá pra criticar como também não dava para criticar a lista da Copa de Felipão;
- Lá havia quase que uma unanimidade e aqui uma necessidade de vencer;
- Com certeza alguns jogadores da Copa voltarão e muitos destes chamados não chegam a 2018;
- Mas a necessidade agora é de vencer!
- Uma ou outra contestação, porém, Dunga quer encontrar solidez em um time mesclado de jogadores do Mundial e outros mais experientes;
- Na Série B, Gladiador ex-Grêmio conseguiu um efeito suspensivo para entrar em campo ontem;
- Punido por empurrar o rosto de um oponente, repetiu o gesto diante o Vila Nova na saída para o intervalo;
- O efeito suspensivo permitiu sua escalação até a decisão do recurso;
- E depois!? Será julgado de novo?
- Um baita jogador (ta certo que visado e perseguido injustamente muitas vezes por sua história) que se perde por ter cabeça fraca;
- Qual foi o título que Kleber ganhou? Qual o histórico de sua passagem lá fora e pela Seleção?
- Uma coisa responde a outra.


Saudações Coloradas

Imagens: Globo.com

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Eficiência

Sem sustos, dupla Gre-Nal conquista vitórias
 
Inter e Grêmio venceram seus compromissos no Brasileirão. Sábado, a equipe Colorada derrotou o Goiás fora de casa. O quinto triunfo seguido sem sofrer gols colocou os gaúchos como principal concorrente do Cruzeiro pelo título, ao menos momentaneamente. Já o time Tricolor conquistou seus três primeiros pontos sob o comando de Felipão. Resultado que traz confiança e tranqüilidade para a sequencia, sem deixar o G-4 abrir muita diferença.
Abel Braga corrigiu os erros. Um time antes vulnerável com A. Patrick, mais eficiente com Welligton entre os titulares. Aráguiz, mais adiantado, faz a recomposição dando liberdade para Alex e D’Alessandro jogar. Ambos os meias se encarregam do primeiro combate na frente. Foi um jogo chato, muito fraco tecnicamente. Mas o Internacional, que pouco jogou, não deixou o Goiás jogar também. Um empate que não era de todo ruim tornou-se ótimo após um lance despretensioso. Gol contra e três pontos na conta Colorada.
 
A sorte acompanha os vencedores

Na Arena, Scolari mudou consideravelmente em relação ao Gre-Nal. Desfalcado de Pará e Barcos, a equipe retornou a configuração tática da fase de grupo na Libertadores. Com três volantes, marcação adiantada e muita dedicação, o Tricolor venceu o Criciúma ao natural. F. Bastos entrou para não sair mais. Zé Roberto parece ser o novo lateral esquerdo mesmo, posição que Felipão acenou desde sua chegada. Com Ramiro e Riveros fazendo a cobertura, os laterais não comprometeram e a equipe conseguiu volume para vencer.
 
Jovens de qualidade
 
Em comum, os dois times do Rio Grande do Sul vão encontrando o equilíbrio defensivo. No Inter a situação está bem avançada. Wellington deu o suporte que o time precisava. O melhor (A. Patrick) deu lugar ao mais eficiente. Um único volante, normalmente Willians (no sábado Ygor) não dava conta. O mesmo vale para o Grêmio! É lógico que F. Bastos, Ramiro e Riveros não tem a qualidade técnica de Rodriguinho, Luan e Giulliano. No entanto, a chegada deles na frente (mesmo que limitada) somada a pegada no meio e na cobertura, estanca a maior deficiência Tricolor. O problema é e sempre foi o avanço adversário pelos flancos. Foi apenas uma vitória em casa contra um candidato ao rebaixamento, contudo, a supremacia foi incontestável. Voltar a vencer era fundamental. O oponente vinha em ascensão, se afastando do Z-4 a cada rodada. Logo, este 2 x 0 merece ser comemorado.

Treinadores de Grêmio e Inter celebram resultados positivos

Partidas que não agradam os “olhos” de quem assiste futebol. Longe do toque rápido e envolvente do Cruzeiro. Contudo, a eficiência na proposta vale o “sacrifício”. Será difícil vencer a dupla Gre-Nal enquanto seus treinadores arrumarem seus times de trás para frente. Vencer é um detalhe secundário alcançado nas jogadas de profundidade, roubadas de bola, individualidade de bons meias e, claro, bolas paradas. Primeiro defende, depois ataca. É muito mais eficiente esperar o erro do adversário do que errar, entregar a partida.

Pitacos:
 
- Ygor, muito mal contra o Ceará substituiu bem Willians;
- Ernando, muito mal contra o Ceará substituiu bem Paulão;
- Tecnicamente, Luan é o melhor jogador do Grêmio;
- L. Coelho tem estrela, se movimenta e insiste. Mas Barcos é o titular!
- C. Borges perdeu o clássico para o Botafogo quando substituiu um homem de meia por Walter;
- Sem o meio-campo, o Tricolor se perdeu;
- Bom para os times do RS;
- O Corinthians voltou a tropeçar contra times da zona do rebaixamento;
- Muito bom também para a dupla Gre-Nal;
- Em ano de Centenário, o Palmeiras amarga sua primeira passagem pelo Z-4;
- Depois de “perder” A. Kardec e permitir todo este imbróglio com Valdívia, o Clube se afunda por falta de qualidade técnica;
- Essa vai pra conta da direção;
- O Flamengo emplaca sua segunda vitória consecutiva;
- Mais um resultado mínimo, agora fora de casa;
- Luxemburgo não arrumou o fraco Flamengo, falta “material humano” para isso;
 - Mas está conseguindo resultados graças ao “jeito de time pequeno” que fez essa equipe incorporar;
- Méritos do treinador;
- No CA Mineiro muita sacanagem de M. Rocha e Kalil com o L. Culpi;
- O treinador também não poupou ninguém e soltou o verbo;
- Natural de time que ganha Libertadores no ano anterior.

Saudações Coloradas

Imagens: Portal do Inter na Internet, Globo.com e Notícias BOL.UOL

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rápidas (mas nem tanto)

Polêmicas da semana

- Petros será julgado pelo “esbarrão” que deu no árbitro do clássico disputado na Vila Belmiro. Raphael Claus não havia anotado nada na súmula. Voltou atrás e incriminou o atleta com base nas imagens, refazendo o texto. O jogador pode pegar 120 dias por agressão física (art. 254 do CBJD) ou de um a três jogos bem como de 15 a 60 dias por ato desleal ou hostil (art. 250 do CBJD). Certo é que o Corinthians perderá um dos melhores jogadores da atualidade no país por certo tempo, fundamental no esquema de Mano Menezes. Duvido seja absolvido!
 
Uma imagem fala mais que mil palavras!

- R. Gaúcho, de novo, no centro das atenções por causa de contratos. Palmeiras e Santos no páreo para contar com o jogador ainda neste ano. Há quem diga que o irmão/empresário do atleta está “leiloando” o cara de novo, prometendo o que não pode cumprir como outrora. Algo que nos recorda aquele desfecho amargo deixado na memória dos gremistas quando R10 retornou ao país. Francamente, futebol é um negócio e o profissional vai atuar onde for melhor  remunerado. Agora, que a “palavra” neste meio não tem valor algum, isso não tem.

- Inter, Fluminense e São Paulo foram “premiados” pela eliminação na Copa do Brasil. Todos se juntam ao Bahia, Vitória, Sport, Criciúma e Sport para representar o Brasil na Sul-Americana. Eu não creio que “entregaram” propositalmente. A meu ver, o Internacional jogou a toalha priorizando o Brasileirão porque perdeu em casa. Logo, se fosse para cair fora da Copa do Brasil, melhor fosse agora então. Já São Paulo e principalmente Fluminense, passaram por tragédias históricas, mas só isso. Claro que precisa mudar essa regra, o problema é fechar a conta matemática do calendário. De fato, os três podem dizer que não caíram fora da Copa do Brasil, e sim, se classificaram para a Sul-Americana.
 
Título da segunda competição mais importante da Conmebol garante vaga na Libertadores, Recopa e Suruga Cup. Altas cotas financeiras e muito prestígio internacional

- Bafafá, nota de repúdio da viúva e várias manifestações na Internet. Os cânticos ironizando a morte de Fernandão por parte dos gremistas no Gre-Nal teve grande repercussão na mídia. Não aprovo e pra mim isso é covardia. Para tudo tem limite, inclusive na rivalidade. O homem, o jogador, jamais provocou ou desrespeitou o Grêmio. A ofensa agrediu a torcida colorada, mas acima de tudo, acabou atingindo os familiares do Fernandão, gente que em nada tem haver com essa história.

- Mas é IMENSAMENTE mais grave as atitudes violentas antes do clássico gaúcho e paulista no domingo passado flagradas por câmeras, divulgadas discretamente na mídia. Ao menos desta vez, foi tudo fora do estádio. Da mesma maneira que o racismo no futebol (muito grave também) dá tanta discussão, o episódio do Fernandão segue a mesma linha. Acho mais importante o debate da violência. O tema merece maior atenção, ainda é tratado com “normalidade”, certo descaso e fica de lado. “Já faz parte” do cotidiano do esporte. ISSO NÃO PODE! Os heróis de Oruro estão soltos, assim como tantos outros “heróis” de várias torcidas no Brasil. Uma ofensa machuca? Sim, e muito. No entanto não mata e nem aleija ninguém. O respeito com integridade física e a vida do semelhante aliado ao medo de ir ao campo ver uma partida devem ter um tratamento mais urgente. Os outros assuntos não podem ser esquecidos, óbvio. Entretanto, matar e morrer por causa de futebol justifica o foco, uma discussão ampla e exaustiva (por mais chato que isso ficou) forçando uma atitude das autoridades e dos Clubes! Aliás, nesse país é assim... as coisas só acontecem depois de uma “comoção nacional”. Tem que insistir, falar, falar e falar.
 
Fora do Estádio e de seus domínios o problema é da Polícia, depois da Justiça. Mas torcedor organizado que ostenta o distintivo oficial do time é diferente! Entendo que o Clube deve ser responsabilizado. A marca é registrada!!! Logo, as entidades esportivas tem instrumentos para proibir esses bandidos de se travestir com seu símbolo, mostrando repúdio. Do contrário... é conivente!!!

- Nilmar volta? Vai parar no Inter, no Corinthians, em nenhum? A pior coisa é a expectativa gerada nessas novelas e a frustração que, normalmente, acompanham o desfecho destas histórias. Francamente, prefiro dar mais atenção ao jogo e a quem já está aqui.

Saudações Coloradas
 
Imagens: Potal Meu Timão, Blog Colorado e O Globo

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Inter “abre mão” da Copa do Brasil?

Atitudes levam torcedor acreditar que clube Colorado quer focar Sul-Americana e Brasileirão. Será?

D’Alessandro, Alex, Willians e Juan não viajaram para o confronto no Ceará, válido pela partida de volta da terceira fase da Copa do Brasil. A missão não é nada fácil. O time do Internacional perdeu no Beira-Rio por 2x1 e o gol marcado fora de casa é critério de desempate.
 
Desfalques de peso

O que me chamou a atenção, além dos desfalques, são alguns comentários da diretoria publicados pela Imprensa. Vejam:

Foi uma decisão tomada em conjunto com a comissão técnica e com a direção. Optamos pela preservação, pois são jogadores que sentiram algum tipo de desgaste físico devido à sequência de jogos no meio e no final da semana. Com alguns são jogadores que necessitam de um tempo maior de recuperação e para não perder nenhum deles por mais tempo, tomamos a decisão. (...) O Aránguiz retornou de lesão no Gre-Nal e viajou para o Ceará. É um jogador importantíssimo e como todos, corre o risco de outro problema físico. Queremos e temos condições de buscar a classificação com o grupo que viajou. (...) Não estamos pensando em Sul-Americana. Seguimos com o planejamento do começo do ano de conquistarmos a Copa do Brasil e o Brasileiro. Vamos com todas as nossas forças para a decisão(01), afirmou o assessor de futebol, Roberto Melo.
 
Roberto Melo, assessor de futebol do SC Internacional-RS

É óbvio que Copa do Brasil deixou de ser uma prioridade! Assim fosse, os jogadores iriam TODOS para o Nordeste, mesmo com risco iminente de lesão mais grave. A diretoria JAMAIS vai se pronunciar diferente, é claro. Isso porque além desses quatro que desfalcam a equipe, os titulares Wellington Silva e Wellington também não viajaram. Ambos atuaram por outros clubes na Copa do Brasil e estão impedidos de jogar nesta competição pelo Inter.
Time grande tem que entrar para ganhar sempre, almejar o título de tudo que disputa. Mas... quem quer tudo, às vezes, fica sem nada! Decisão correta da direção e da comissão técnica. O Inter não está abdicando da Copa do Brasil, até porque Aránguiz (o nome mais importante do Inter atualmente) que recentemente se lesionou, vai a campo e não será poupado. Contudo, assumir o risco de perder titulares por várias semanas tendo acusado às vésperas do confronto algum desconforto, é falta de inteligência. Isso porque em sendo vice-líder do principal campeonato do país e, na pior das hipóteses, retornar a uma competição internacional que dá vaga para a Libertadores não é a estratégia errada.
 
Célio Silva marcou de pênalti em 1992 o gol que deu o último título nacional ao Inter, justamente em uma final de Copa do Brasil diante o Fluminense
 
Ao mesmo tempo, jovens como Valdívia e C. Winck podem ter uma oportunidade de sair jogando. Outros mais experientes como J. Henrique e A. Patrick também pintam como opção. O certo é que o time “vai tentar”. Se conseguir a vaga, ótimo. Se não conseguir a classificação, o tal risco de uma lesão muscular mais grave foi atenuado, priorizando o mais importante que é o compromisso de sábado pelo Brasileirão.

Saudações Coloradas
 
(01) Fonte das entrevistas: Carmelito Bifano/Correio do Povo. Matéria "Inter fala em prevenção contra lesões e garante foco na Copa do Brasil". Disponível em <http://www2.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=532982>, acessado aos 12/08/2014

Fonte das Imagens: Portal Correio do Povo na Internet e Globo.com 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Gre-Nal 402

Inter confirmou favoritismo vencendo o clássico

No texto Nó tático para vencer! (Como ganhar este Gre-Nal?) publicado na terça-feira aqui no Blog (05/08), já havíamos previsto muito do que poderia acontecer ontem. Destaco alguns pontos em especial. Vejam:

Em relação ao Grêmio...

- “A maior limitação está justamente nos flancos (marcação) e o time se tornou relativamente lento na armação. Scolari veio para fazer ‘algo diferente’ e por mais óbvio que pareça a escalação de três volantes, acredito que possa começar com a formação clássica (4-4-2) com dois armadores no meio”.
- “Time que chega mais junto sai na frente, o Grêmio precisa resgatar isso”.

Grêmio recuperou parte do "espírito" deste Clássico, mas não foi suficiente

Em relação ao Inter...

- “A já limitada zaga não contará com Paulão. Os laterais não passam de comuns. Por isso, eu creio que Willians e Wellington devam ser mantidos”.
- “Assim, D’Alessandro jogará bem aberto na direita”.
- “Wellington e Willians fariam a cobertura desta defesa pouco confiável”.

Uma vitória incontestável

No geral...

- “(...) os meias do Tricolor não são exímios na recomposição. (...) A individualidade de Luan, Giulliano ou outro armador qualquer que entrar será fundamental. (...), o segundo atacante terá de marcar MUITO na saída e se colocar bem posicionado a cada lançamento. Será altamente desgastante”.
- “Apesar de irritar os amigos gremistas... com apenas dois volantes no Grêmio as chances do Inter aumentam”.
- “(...) Abel com todos seus meias à disposição (o Grêmio) não pode entrar com dois armadores de pouca força de recomposição”.
- “(...)podemos ter “surpresas” para a partida entre Inter e Grêmio no Domingo? Alguma coisa acredito que sim”.

Abelão fez o simples e venceu com sobras. Scolari tentou surpreender, mas a qualidade Colorada foi determinante na etapa complementar

Como vimos, a partida pouco fugiu do contexto debatido por aqui. Felipão ousou um pouco mais do que eu esperava, é verdade, mas nada passível de uma crítica mais severa porque os gremistas estavam ansiosos por mudanças.
Pará inverteu de lado e Ramiro caiu na direita. Os volantes que vinham jogando foram todos substituídos. Enquanto isso, Abel foi coerente mantendo o segundo volante Wellington entre os titulares após reingresso de Aránguiz. O time gremista começou chegando junto, até com certa deslealdade. Os Colorados não mudaram o jeito de jogar e foram envolvidos inicialmente. Havia um revezamento Tricolor para “dar uma pegada” em D’Alessandro e Aránguiz, anulando os dois na primeira etapa. Já o Inter tentava rodar a bola, mas com os meias muito bem marcados, a saída ficou prejudicada. No primeiro tempo a ideia do Grêmio deu certo! Em saída errada do Inter, Dudu desperdiçou a chance. Na segunda etapa, amarelado e cansado, Rodriguinho foi substituído ainda no intervalo. Ao invés de Luan, Scolari lançou Fernandinho. Mais à frente o treinador corrigiu, mas aí já era tarde. É muito difícil manter aquela intensidade 90 minutos, mesmo que não tivesse errado na troca. Daí em diante o Inter envolveu, vencendo com sobras. Um terceiro volante no Grêmio era fundamental. Todos os meias do elenco de Felipão não são exímios marcadores e as invenções nas laterais não surtiram efeito prático. Já Abel encontrou o time e não deve mudar nada daqui em diante.

Uma vitória que assegurou a vice-liderança provisória no Brasileirão

Em resumo, o torcedor, a direção, a crítica e principalmente Felipão precisam entender que as carências nos flancos por falta de peças com qualidade para marcar, “força” a armação com três cabeças-de-área ou até três zagueiros nessa equipe gremista. O melhor desses jogadores foi alcançado na difícil fase de grupos (grupo da morte) na Libertadores. Uma derrota no Gre-Nal de virada na Arena, em um planejamento falho, colocou em dúvida esta formação. Aquilo foi um acidente de percurso desnecessário porque o Grêmio devia ter poupado seu time principal na fase final do Estadual. Na intensidade que o futebol está, os meias do Tricolor (até por características próprias) não vão desempenhar o papel de marcação como propôs Felipão. R. Portaluppi viu isso ano passado e teve sucesso. O time de segundo semestre ganhou em qualidade com as contratações, é verdade, mas ainda é limitado na linha defensiva. Repito... Pará é ala, não um lateral. 
Já Abel fez a leitura correta. Venceu porque tem um esquema mais bem definido e um time superior. Preocupante é a falta de um plano B. Com o chileno Charles Aránguiz, este time é candidato ao título. Sem ele, o Inter se torna uma equipe comum. O treinador deve preparar um enquadramento tático mais defensivo quando seu principal jogador estiver lesionado, suspenso ou a serviço da sua seleção. Outra alternativa é trazer Fred, que pode substituir o gringo à altura, mantendo este enquadramento a temporada inteira. Entre os atletas do Bom Senso FC, Juan queimou minha língua e fez um partidasso, já Dida quase comprometeu.

Saudações Coloradas

Imagens: Portal ClicRBS, Zero Hora e ESPN

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A falta de “bom senso” do Bom Senso FC

Inaceitável!
 
Todos têm o direito de brigar, lutar pelo melhor para si, sua classe, enfim. Estamos em um país democrático e livre. Mas esta liberdade tem de estar pautada em um contrapeso importante! Em uma sociedade correta de pessoas sérias, os entes devem ser dotados sim de direitos, igualmente e proporcionalmente, devem respeitar e honrar suas obrigações.
Juan e Dida não participaram de algumas atividades pelo Internacional nesta semana que antecede o principal jogo da equipe, até agora, no Brasileirão 2014. Porque? Reunião do Bom Senso FC. Líderes do movimento, ambos obtiveram uma licença para participar deste encontro em Brasília.
 
Juan, muito "bom senso" e pouco futebol
 
O torcedor, principalmente o associado, pode e "deve" se mostrar incomodado não apenas com o pedido dos jogadores, bem como pela autorização da diretoria em permitir toda e qualquer atividade paralela EM HORÁRIO DE TRABALHO que não seja focado exclusivamente no Gre-Nal de domingo.
A legislação contempla uma série de questões que disciplinam ações e atividades dos funcionários sindicalizados. Refiro-me aqueles empregados blindados pela garantia da estabilidade sindical. Esse movimento é um sindicato? Passou pelo processo de sindicalização? Os jogadores são componentes de algum sindicato por acaso? Não vejo, honestamente, porque jogadores fazerem uma solicitação dessas agora e pior, a diretoria acatar a licença logo em uma semana de clássico tão importante.
Óbvio, se o resultado for positivo no campo ninguém vai lembrar ou questionar isso. Em não sendo, ainda mais havendo um lance capital por falha de qualquer um dos dois, a polêmica pode vir à tona! 
 
Dida do Bom Senso FC ou do SC Internacional?

A meu ver existem folgas. Assuntos particulares devem ser tratados em folgas, momento não conflitante com suas obrigações profissionais. Se entendermos que não se trata de assunto particular, então pergunto:
 
Qual respaldo sindical esse Bom Senso FC tem? Qual interesse do Inter, principalmente de seu associado, na dispensa dos atletas nos treinamentos em momento de tamanha importância? Qual o real comprometimento desses jogadores com o time? Quais são as prioridades em uma semana chave como esta? Há de se pensar em outra coisa logo agora que o Colorado finalmente conseguiu encaixar vitórias consecutivas, lhe consolidando próximo da liderança de um campeonato que não conquista desde 1979???
 
Saudações Coloradas
 
Imagens: Blog do Amaro Junior e Globo.com

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nó tático para vencer!

Como ganhar este Gre-Nal?

Time grande quando entra em campo não muda seu jeito de jogar. Nem por isso deixa de bloquear as qualidades do adversário ou abre mão de explorar os pontos fracos do oponente. Tudo vale para vencer!
Em um embate desequilibrado se monta uma estratégia específica, diferente deste dérbi que coloca gigantes frente a frente. No clássico, mudar muito se torna até perigoso. Mas podemos ter “surpresas” para a partida entre Inter e Grêmio no Domingo? Alguma coisa acredito que sim.

Gre-Nal: uma das maiores e mais tradicionais rivalidades do planeta

INTERNACIONAL: Favorito, Abel conta com o retorno de Aránguiz. Com isso seu time ganha em recomposição e qualidade na saída. Essas eram as maiores carências das últimas apresentações. A já limitada zaga não contará com Paulão. Os laterais não passam de comuns. Por isso, eu creio que Willians e Wellington devam ser mantidos. Vai sobrar para Alex ou A. Patrick. Assim, D’Alessandro jogará bem aberto na direita e R. Moura levará consigo um zagueiro para dentro da área. Aránguiz é polivalente. Se o treinador optar pela saída de Alex, o chileno vai cair na esquerda. Sacando A. Patrick, o gringo vai centralizar. Wellington e Willians fariam a cobertura desta defesa pouco confiável.

Treinador Colorado não deve surpreender na escalação

GRÊMIO: Felipão acenou que pode escalar Zé Roberto na lateral. Para quem não lembra, foi nessa posição que ele iniciou a carreira. A maior limitação está justamente nos flancos (marcação) e o time se tornou relativamente lento na armação. Scolari veio para fazer “algo diferente” e por mais óbvio que pareça a escalação de três volantes, acredito que possa começar com a formação clássica (4-4-2) com dois armadores no meio. Sabedor da fragilidade da defesa do Inter e da força nas investidas pela meia deve montar uma blitz na intermediária soltando um jogador de velocidade nas costas de W. Silva. Abastecer Barcos constantemente é fundamental. Aliás, volume de jogo na área é o que mais faltou para o centroavante argentino nesta temporada.

Torcedor gremista espera "algo diferente" com Felipão no comando

Clássico é um jogo pegado! No entanto, os últimos Gre-Nais foram bem disputados, abertos. Fator que favoreceu o toque de bola do Internacional. Time que chega mais junto sai na frente, o Grêmio precisa resgatar isso. Com dois volantes Felipão terá de orientar um de seus zagueiros para cobrir os avanços de Alex ou Aránguiz pela esquerda. Na área, R. Moura fatalmente cairá no “mano à mano” com o último homem de defesa. D’Alessandro não pode jogar com liberdade. Logo, a opção por Zé Roberto na lateral é perigosa. Apesar do seu ótimo vigor e de toda sua experiência, Scolari não é maluco de jogar sem cobertura naquele setor, ainda mais com um veterano de 40 anos marcando o argentino. O Flamengo fez isso e foi goleado. Edinho ou outro volante que caia por aquele lado deve desempenhar esse papel.

Sequencia sem vitórias em Gre-Nal incomoda

Sem um terceiro cabeça-de-área no time adversário, o Inter terá espaços. Abel conhece o elenco gremista e sabe que os meias do Tricolor não são exímios na recomposição. Basta encaixar! Abel vai ordenar o giro da bola sem tantos “balões”. Aránguiz, que volta ao time, dará esta dinâmica. Felipão é uma raposa velha e se insistir no clássico 4-4-2 com apenas dois volantes, vai explorar a velocidade de um atacante de lado. O Inter não utiliza mais de um atacante normalmente. A individualidade de Luan, Giulliano ou outro armador qualquer que entrar será fundamental. Seja Fernandinho ou Dudu, o segundo atacante terá de marcar MUITO na saída e se colocar bem posicionado a cada lançamento. Será altamente desgastante.
Apesar de irritar os amigos gremistas... com apenas dois volantes no Grêmio as chances do Inter aumentam. Até posso queimar a língua, mas um time que encara a equipe de Abel com todos seus meias à disposição não pode entrar com dois armadores de pouca força de recomposição.

Pitacos:

- Levir Culpi abriu mão da concentração;
- Jô sumiu e desfalca o Galo nesta quarta-feira em Chapecó;
- O discurso é bonito;
- Já a prática...

Saudações Coloradas

Imagens: Portal ESPN, Portal Teckler, Jornal NH e Jornal de Boa Vista

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Semana de Clássico

Gre-Nal no dia dos pais promete mexer com o futebol gaúcho

É sempre assim! Quando Inter e Grêmio se enfrentam o jogo começa muito tempo antes da bola rolar. Os ingredientes são vários. Além de esconder o jogo, os treinadores “empurram” favoritismos e pressionam a arbitragem de toda maneira. Ambos são experientes e sabem fazer essas coisas como ninguém. Desde o apito final do último compromisso, o Gre-Nal já vem sendo disputado pelos Clubes, momento a momento.
 
Argentino aqui: D'Alessandro é o maior expoente Colorado neste clássico

A partida em si vale apenas três pontos, porém, há quem diga que vitória em Gre-Nal conta muito mais que isso. De um lado, o Colorado chega embalado somando vitórias consecutivas que lhe asseguraram na terceira colocação do Brasileirão. Já o Tricolor conta com a estréia de Felipão na casamata. O Inter tem o retorno quase garantido de seu jogador mais importante (Aránguiz), mas tem o desfalque certo de Paulão (suspenso), com Willians e Wellington em reavaliação. Pressionado, o Grêmio teve derrotas para times que brigam contra o rebaixamento, mas Barcos vem confiante assinalando três gols nos últimos dois jogos. Além disso, ele não foi advertido com cartões diante o Vitória. Aliás, nenhum pendurado tomou o amarelo. O Tricolor deve vir inteiro.
No geral, o Inter ainda não convenceu. Temerário por uma derrota no primeiro clássico realizado no Beira-Rio após a reforma, Abel sabe que é tão importante não perder como ganhar esta partida. Scolari não terá tempo para implantar sua filosofia em uma semana, portanto deve trabalhar a parte motivacional mesmo, sem mudar muita coisa.
 
Argentino acolá: Barcos já marcou gols em Gre-Nal

Se a sorte voltou a abençoar Abel, tendo em vista que o gol de R. Moura contra o Santos não poderia ter sido marcado em melhor hora, o Grêmio reclama muito da arbitragem na Bahia. A meu ver foram dois resultados justos! O Internacional melhorou ligeiramente enquanto os paulistas não souberam aproveitar as saídas erradas do Inter aliando a velocidade de seus jogadores, principalmente no primeiro tempo. O Tricolor, por sua vez, saiu na frente permitindo o crescimento dos donos da casa. Nos lances capitais, falha infantil de Pedro Geromel que sequer saltou naquela bola e, depois, “compensação” em um pênalti “maroto” marcado no segundo tempo. Compensou, entendo eu, por não ter sido assinalado outro muito claro na primeira etapa. O ex-Colorado Caio fez a festa.
Lógico, o Inter é favorito, mas em Gre-Nal o favoritismo é um negócio MUITO perigoso.

Pitacos:
 
- Nilmar pode ser anunciado pelo Inter antes do Clássico;
- Fred e Taison podem voltar também;
- Jogadores de qualidade inconteste;
- Mas que precisariam de um tempo muito grande para readaptação;
- Especula-se o retorno de R. Gaúcho para o Grêmio;
- A direção nega;
- O meia, que já foi eleito melhor do mundo, chegaria pronto para jogar;
- Não há necessidade de maiores adaptações.


Saudações Coloradas

Imagens: Globo.com