quarta-feira, 23 de julho de 2014

Como melhorar o aproveitamento do ataque?

Grêmio começa encaixar, mas precisa de gols!

Enderson Moreira iniciou bem a temporada. Conquistando segunda melhor campanha de todos os times da Libertadores na primeira fase, o time criava em seu torcedor uma esperança positiva. No Estadual, o Clube não abdicou de lutar pelo caneco, variando partidas com titulares e reservas. Estava indo bem também, sem brilhantismo, mas eficiente em ambas os certames. No momento chave, faltou priorizar e o Grêmio acabou sucumbindo na competição continental já nas oitavas-de-final, além de passar vexame nos clássicos decisivos do Gauchão.
Muito contestado pela torcida e por parte da crônica, o treinador foi mantido “acertadamente”. Algumas limitações foram supridas, principalmente com a chegada de Giuliano e, agora, de Fernandinho. Uma substituição providencial, no entanto, vem sendo a promoção de Saimon na equipe titular. Pará, como já foi falado aqui no Blog, é ala. Wendell, que já deixou o Grêmio, também é um jogador agudo. Com Saimon, o time encontrou maior segurança de um lado, obtendo importante cobertura para os avanços do ala pelo lado direito.
 
Saimon vai ganhando espaço no time titular

Com um elenco mais recheado de opções, o Tricolor que tanto oscilou depois do bom momento vivido no início do ano, enche o peito gremista de esperanças novamente por um grande título em 2014. Isso porque a equipe não depende exclusivamente de um esquema ou de um jogador para fluir. O 4-2-3-1 tão usado e repetido varia para 4-3-3 ou o 4-1-4-1, conforme o caso.
Mas a impaciência impera! A pressão vem ao encontro justamente do cara mais efetivo (ao menos em números) desta equipe. Barcos é o artilheiro do time no ano e o que mais fez assistências a gol dentre todos. Um pivô nato que gira a bola, finaliza e a protege dentro da área. O problema é a baixa quantidade de gols marcados e alguns deles perdidos pelo atacante. A “bronca” nas arquibancadas e a crítica especializada estão pegando pesado. Sua qualidade é inconteste, mas muitas destas estatísticas vieram do Campeonato Gaúcho, o que justifica a insatisfação.
 
Barcos, centroavante titular e capitão do Grêmio

Realmente, o aproveitamento do centroavante gremista está abaixo daquilo que pode oferecer.
A questão não é tão simples. Para um jogador das características de Barcos marcar gols em grande quantidade é necessário volume intenso na área. Vai perder um e vai marcar o outro, a menos que esteja vivendo um momento sublime (o que não está) para guardar todas. O enquadramento tático de Enderson Moreira não cria essa circunstância repetidamente e a bola não entra na única ou até duas oportunidades criadas dentro dos 90 minutos.
O treinador gremista está reencontrando o encaixe e, com as peças recém chegadas, além daquelas promovidas, a limitação da equipe “deve” ser atenuada consideravelmente. Logo, ele não precisará mais trabalhar com tamanha precaução. Para não sacrificar mais o ataque, Giuliano e Fernandinho precisam dar o ritmo com toda velocidade que esta equipe precisa. Assim o Grêmio pode encontrar um número satisfatório de gols. Não adianta “só” não perder, para vencer, ser campeão, é necessário marcar para ganhar – futebol é bola na rede!
 
Readaptação de Giuliano ao futebol brasileiro vem sendo rápida
 
Além do encaixe defensivo praticamente encontrado, este Grêmio versão 2º semestre meio “reciclado” precisa achar também um melhor entrosamento. Tranqüilidade para Barcos não perder os gols fáceis é fundamental. Uma sequencia de duas ou três partidas marcando resolve. O problema é a paciência da sua torcida que já acabou.

Pitacos:
 
- Elano quer voltar;
- Medo de apanhar da torcida do Flamengo ou de não receber seus salários?
- Ou seriam as duas coisas?
- O Tricolor está respaldado pelo contrato;
- Aqui no Sul o jogador estava insatisfeito;
- Agora pede retorno;
- Fica provado o seguinte: quer jogar, seja o melhor! Nome não ganha jogo;
- Melhor amargurar um banco com seus vencimentos em dia sem o temor da violência da torcida?
- Tivesse pensado antes e considerado o esforço da direção que lhe trouxe, aceitando a condição de reserva sem ficar chiando, trabalhando para reconquistar a titularidade;
- Será que a direção reintegrará o jogador neste momento?
- Duvido!

Saudações Coloradas

Imagens: Portais Leia já, Esportes R7 e Fox Sports

4 comentários:

  1. Rafael,

    O Enderson está sob pressão. Se perder ou empatar contra o Coxa, ele pode ser demitido.
    Sinceramente, preferia o Renato Portaluppi e suas contradições no discurso de treinador-torcedor, do que o Enderson Moreira - sósia do tiozinho da propaganda do Posto Ipiranga.
    Sobre o Saimon, creio que o jovem merece nova chance, mas não como lateral. Mas se for para jogar com um marcador pelo lado, seria preciso encontrar um ala pela esquerda. Creio que o Enderson tem o Fernandinho e o velho Zé que poderia fazer essa função, porém, nunca se sabe o que passa pela cabeça do treinador.
    De qualquer forma, causa-me estranheza sempre essa vontade dos treinadores em escalar ou três volantes ou três zagueiros. Não seria melhor ele explorar mais os recursos que tem no ataque, e treinar mais a marcação na saída de bola dos zagueiros adversários?
    O Elano é ex-jogador em atividade. Como já havíamos discutido isso por aqui, Deveria haver algum grupo de Bom Senso também para discutir os altos salários dos jogadores.

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  2. Só para complementar...
    Talvez o caminho no gol não seja apenas a construção da jogada com a posse da bola, já que essa pode ser interceptada pela marcação do adversário, mas a roubada de bola no ataque pressionando o adversário em sua defesa.
    Escrever assim parece fácil, o futebol parece tão simples. Ao invés disso, nossos treinadores enchem o time de volantes ou zagueiros, priorizando a marcação, dizendo que isso é uma tendência dos times modernos como o que vimos na Copa.
    Na verdade, prioriza-se a defesa com jogadores de qualidade da linha defensiva para a frente, não com quebradores de bola.

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  3. O Barcos me parece um jogador cansado, desanimado, que se arrependeu de vir para Porto Alegre.
    Talvez o seu lugar não seja aqui. Não joga com alegria, não empolga.

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  4. FJC

    Marcação sobre pressão – esse é o sonho de qualquer treinador de futebol! Marcar no campo adversário sufocando... afastar a bola de sua área criando volume o tempo todo. Uma maravilha. Mas para isso funcionar, antes de tudo, precisa ter em mãos um elenco grande e repleto de QUALIDADE. Depois, é fundamental recomposição. Aí precisa compactação. Tudo é alinhado com preparo físico, experiência, treino (muito treino) e aplicação tática. Aí pergunto, qual time do Brasil tem um grupo para jogar desta maneira, tempo para treino, tempo para preparo e tempo para recupeção física? Abel, por exemplo, tenta isso no Inter. Mas o time não vence longe do Beira-Rio. Porque? Simples... sem Aránguiz o time não tem recomposição, os goleiros não sabem jogar com os pés, os alas são comuns, a zaga é limitada, os volantes (exceto o chileno) não conseguem dar um passe sequer, o centroavante titular perde muitos gols e os meias estão com uma idade avançada (exceto A. Patrick que é só joga com a bola nos pés e fica paradão em campo – “pra não chamar de vadio”). Por isso o técnico precisa encontra uma forma de armar com o que tem, procurando eficiência nas qualidades que consegue formar. Nem R. Portaluppi, Guardiola ou Mourinho resolveriam isso. Não existe milagre! O treinador precisa tirar o melhor daquilo que tem e, às vezes, não dá pra fazer outra coisa. Inventar é pior.

    Barcos – o cara ta mal mesmo. Mas no Brasil temos a cultura de caçar bruxas, achar um único culpado pra tudo. Açoitam o Barcos como um Judas (boneco) em festa popular. Essa desproporcionalidade eu critico. Primeiro porque o esquema não favorece seu futebol. O cara joga dentro da área e precisa de volume. O time cria uma, no máximo duas, às vezes nenhuma chance de arremate para o centroavante. O problema está aí! Quando cria, ele perde. Não quero (nem pretendo) transferir responsabilidade, a culpa por este momento é toda dele mesmo. Apenas chamo a atenção disso. Essa sua impressão de desmotivação de Barcos, claro que é real. Ele entra em campo cobrado, se cobra e as coisas não acontecem. A torcida vai chiar, a crônica vai criticar... ta certo mesmo, cada um com o seu papel. Só que a questão da motivação de um jogador reside aí, estar feliz e tranquilo. Qualidade o cara já provou ter, mas precisa de duas ou três partidas em sequencia marcando. Precisa trabalhar a cabeça, achar sua paz. Apenas Barcos pode resolver esse problema. A torcida não tem mais paciência, a imprensa está em cima dele e o treinador não pode montar um esquema mais ousado agora porque Giuliano e Fernandinho mal chegaram.

    Saudações Coloradas

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