domingo, 26 de abril de 2015

O Gre-Nal dos treinadores

Aguirre e Felipão são felizes em suas escolhas, mas zero não sai do placar

Gostei do clássico! Aprecio partidas de futebol em que o esquema tático é variado e os times disputam um jogo inteligente. Acabou esse negócio de porrada. Faz tempo que os Gre-Nais passaram ser jogos interessantes de se ver. Claro, não é um “show” de técnica nem um espetáculo de encher os olhos, mas é muito longe daquilo de tempos atrás. Mais futebol, menos briga. A primeira partida das finais do Campeonato Gaúcho ficou marcado, ao menos em minha opinião, pela leitura bem feita dos dois técnicos antes e durante o confronto.

Primeiro tempo do Grêmio, segundo do Inter 

O Grêmio veio a campo com três meias, nenhuma novidade até aí. Já o Inter surpreendeu escalando o que tinha de melhor, sem preservar ou poupar quem esteve em campo quarta-feira pela Libertadores. Para marcar o ímpeto dos armadores gremistas, dentro da Arena, nada melhor do que respeitar os donos da casa e fechar o setor.
Três volantes inicialmente mal posicionados pelo lado Colorado colaboraram pela pressão Tricolor no campo de ataque. Aránguiz, N. Freitas e R. Dourado andavam para trás nos avanços do adversário, que abria inteligentemente pelos flancos e chegava com muito perigo. O fator surpresa gerou a sobra de um homem no segundo pau em bolas alçadas na área. Quando R. Dourado, o melhor jogador em campo, passou revezar com Aránguiz no primeiro combate mais a frente, a partida equilibrou.
 
O melhor em campo!

Daí em diante o time de Aguirre tomou a posse de bola pra si, mas só conseguia profundidade nas jogadas individuais de Nilmar ou na passagem de Willian pela lateral direita. Com Sasha marcando Giuliano e vice-versa, praticamente os dois se anularam. O meia gremista só conseguiu criar algo quando mudava de lado. Luan e Douglas, bem marcados, não criavam tanto como nos primeiros minutos.
No fim da primeira etapa, os três cabeças-de-área do Inter já estavam amarelados com cartão, o Grêmio tomou os espaços e voltou ser melhor. Felipão, acertadamente, manteve o que estava dando certo para os últimos 45 minutos, enquanto Aguirre substituía N. Freitas por Valdívia, também muito correto! O treinador Colorado já havia alcançado o que queria no primeiro tempo. Era hora de arriscar tirando de campo um jogador com eminente perigo de expulsão.
 
Valdívia entrou bem e mudou o jogo

Em grande fase, explorando justamente o lado de defesa mais fraco do Grêmio, Valdívia deu outro rumo ao clássico. Depois de partir para cima e forçar o segundo amarelo de P. Geromel, o time do Inter tomou a bola definitivamente até o fim, não precisou mais cometer faltas e sufocou o Grêmio em seu campo de defesa.
Aí brilhou a estrela de Felipão. Com duas substituições, especialmente na entrada de Wallace, seu time conseguiu anular relativamente os avanços do Internacional com um a mais em campo. Aguirre não deixou por menos e promoveu as entradas de Ânderson e R. Moura. Entendo a opção dele ao invés de Alex e achei correto. Os visitantes criavam, mas desperdiçavam as oportunidades, ou simplesmente paravam em  M. Grohe, melhor atleta do time em campo.

Goleiro Gremista passou confiança para sua defesa 

Em relação a arbitragem, achei que Daronco amarrou muito marcando todas as chegadas. Nem tudo era falta, mas ele apitava. Distribuiu muitos cartões também para não perder o controle da partida. Mas no geral ele não influenciou no resultado e nem beneficiou lado algum.
No fim ficou bom para ambos. De repente melhor pro Grêmio que, marcando um gol no Beira-Rio, força o Inter a sair para vencer a partida. Em compensação, o Colorado tem uma semana cheia, não entra com tanta pressa em vencer porque outro zero a zero leva para decisão em pênaltis, e se beneficiou indiretamente com o resultado em Minas. O Galo, seu adversário na Libertadores dia 06, empatou sem gols em casa com a Caldense. O time do interior joga por um empate. O treinador L. Culpi já anunciou dois dias de folga para o grupo (exceto para Guilherme que teve contusão muscular, saiu no intervalo e terá de se apresentar para exames) e volta trabalhar só na quarta. Tudo isso, logicamente, pensando na decisão de Domingo. O Galo não liquidou a fatura no Mineirão como queria, longe disso, e eu duvido muito preservará seus jogadores principais para a volta (que será disputada em Varginha). Bom pro Inter que assim não tem a desvantagem de escalar força máxima no Gre-Nal e chegar “só ele” desgastado no meio da outra semana.
 
Pitacos:
 
- O resultado de Minas não foi o único que surpreendeu;
- A equipe do Bahia tomou três do Vitória da Conquista fora de casa;
- Sport caiu na semifinal para o Salgueiro;
- Goiás e Coritiba perderam a primeira final também;
- Mas todos, exceto o Bahia e o Sport que caiu, são favoritos ainda;
- Os pequenos queimando minha língua por enquanto;
- Em Santa Catarina tudo igual;
- JEC joga pelo empate em Joinville e o Figueira vai ter que remar;
- Um jogo aberto no Scarpelli, com chances para ambos os lados;
- Ficou pior pro time da Capital;
- No RJ, jogando pior, o Vasco venceu e leva a vantagem consigo;
- Difícil E. Miranda perder esse caneco;
- Em São Paulo, o Palmeiras perdeu a grande chance que teve;
- Apesar de vencer, perdeu pênalti e não teve ímpeto para aproveitar o homem a mais;
- Robinho deve voltar Domingo e o Santos tem todas condições de virar;
- Com 2 ou 3 gols de diferença, o time de O. Oliveira ficaria com uma mão na taça;
- Segue aberto essa disputa do paulista;
- Uma câmera flagrou Alex conversando com torcedor gremista;
- Segundo leitura labial da matéria veiculada no portal do ClicRBS ele teria dito: “Vou vir pra cá”;
- Será?

Saudações Coloradas

Imagens: ClicRBS, Globo.com e Site do Inter

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Belo exemplo da dupla,para o mundo com a torcida mista,sobre o jogo foi um bom jogo,mas o Grêmio saiu com uma bela vantagem.Mas no Inter este ano estamos no caminho correto,dando chances para os garotos como a muitos anos não era dado,sem falar que o IInter está voltando a jogar um futebol bonito,e os da base não se intimidado no clássico,Dourado,William e Jeferson,jogaram muito bem,sem falar que William tem passes precisos e Jeferson está melhor que Fabrício,e ainda temos o genérico Valdivia,que me fez lembrar o Oscar quando chegou no início era mais correria,mas rapidamente cresceu,e virou um grande jogador.Mas nos Estados do Sul costumamos falar que tudo vira Grenal aqui na BA tudo vira BAVI,só porque a cidade é Vitória da Conquista,o sarro é que o Bahia perdeu para o Vitória genérico!

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  3. No estádio do Inter, tudo pode acontecer. Se der a lógica, vence o Inter. O Grêmio não pode tratar isso como um desastre. O trabalho tem que continuar e os reforços tem que chegar.
    Falta mais um meia e mais um atacante goleador nesse elenco.
    Como os noticiários mostraram, poderíamos começar pelo Alex. Na falta de bons jogadores de meio campo, embora com 33, ele seria bem vindo ao se somar com o Douglas na função de articulador da meia cancha.
    A meu ver, a muito tempo que o Inter desvaloriza esse talento.

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