Internacional em conflito com problemas surgindo em cadeia
Depois da “temporada de caça” ao treinador D. Aguirre, membro da imprensa tornou-se coadjuvante em uma história “que ainda vai dar muito pano para manga”. Nem vamos falar do ocorrido, é notório e de conhecimento geral. No mesmo dia do jogo, publiquei nas redes sociais a seguinte opinião: “O R. Moura mandou nossa torcida calar a boca ano passado. Fabrício levantou dedo simbolizando "tomar no @#$%" pra gente. Pior, tem MUITO metido a ídolo que não respeita o clube em noitadas, sacaneando em renovações, minando vestiário, etc. Isso não se restringe ao Inter, tem em todo lugar. Por isso, TORÇO PELO COLORADO, exijo o máximo dos "funcionários da entidade" (99% dos jogadores não passam disso) e espero dos nossos dirigentes o mesmo amor que sentimos por esta camisa na hora de tomar as decisões, com lucidez e respeito a nossa história. ‘Males que vem pro bem’. Adeus Fabrício e qualquer um que se achar maior que nosso SC Internacional. Não precisamos de você!”. Sei que no “calor” do momento é complicado e perigoso se manifestar, mas este era o meu sentimento naquele instante.
Fabrício recebendo placa das mãos de diretor ao completar 150 jogos com a camisa Colorada
Depois, também dispensando maiores detalhes, o comunicador Luciano Potter do grupo RBS acusou um torcedor do Inter de ter proferido injúrias raciais contra Fabrício. Seu testemunho deu ensejo a uma acusação que a procuradoria do TJD deve apresentar ainda hoje pedindo punição ao clube.
Reitero que devemos pensar MUITO antes de publicar uma opinião, mas novamente em uma rede social, me manifestei da seguinte forma: “Como associado e ex-conselheiro, L. Potter deveria ter ajudado o clube. Bastava procurar a B. Militar ou os seguranças particulares para que o Inter tomasse providências, afastando qualquer prejuízo. Não me refiro em omissão, mas sim, em ação positiva. Falou mais alto seu ‘lado comunicador’, se pronunciando publicamente no meio de informação que participa criando prova contrária ao Inter. Ele tem prestígio e reconhecimento, suas palavras vão pesar na decisão. Lembro que o Estatuto é muito claro quanto ‘denegrir a imagem’ da entidade. L. Potter a denegriu ‘independentemente’ de ter sido verdade a injúria racial ou não. Entendo que é motivo para expulsão dele do quadro de sócios, inclusive como pessoa ‘non grata’ dentro do Beira-Rio, proibindo-o inclusive de ingressar e permanecer nas arquibancadas. Falando em ‘verdade’, o suposto ‘injuriador’ nega veementemente a acusação. Ainda mais, se diz de miscigenação negra. Dentro de um estádio de futebol, com palavrões se misturando em um momento de tamanha emoção, L. Potter ‘pode’ ter ouvido o que não foi dito. Não teria se confundido? Os demais torcedores ‘teriam deixado’ uma injúria racial nas arquibancadas sem uma retaliação imediata? Na prática, o indiciamento da procuradoria do TJD vai gerar ‘no máximo’ em perda de pontos, levando uma eventual decisão do Gauchão em Gre-Nal para a Arena. Um prejuízo muito pequeno porque não acredito em exclusão. Mesmo assim, com o veredicto desfavorável fica a mancha na história de uma instituição que tem por símbolo o ícone de ‘Clube do Povo’. É mais do que justificável a exclusão deste rapaz do quadro associativo do SC Internacional.”
Luciano Potter, comunicador do grupo RBS
Primeiro, gostaria de compartilhar com os amigos do Blog meu sentimento de torcedor, aquilo que foi instantâneo. Isso foi o que me veio em mente na hora gerando estas manifestações.
Mas agora, em uma posição mais imparcial, crítica e despregada de sentimentos, me sinto na obrigação de levantar alguns pontos. Primeiro que não retiro uma vírgula do que disse, reiterando que o art. 16, IV (do Capítulo III) do estatuto do clube está previsto punições ao associado que “por atitudes imorais ou incompatíveis com a ética, prejudicarem o Clube em seu crédito ou interesse”, desde advertência, verbal ou escrita, suspensão de até noventa (90) dias, até exclusão.
Quanto ao presidente, ele contemporizou. Óbvio que V. Píffero pode dispensar Fabrício por justa causa. Se assim não fosse, como os dirigentes conseguem demitir treinadores, por exemplo, ainda no vestiário?
No entanto, a questão gira em um pilar de três pontas bem complexas: Titularidade, financeiro e grupo.
O Inter não tem um time definido, mas alguns titulares são bem conhecidos. Exemplo disso é Alisson, D’Alessandro, Sasha, e..., e..., Fabrício! Sim Fabrício é o titular de Aguirre. Apesar de sua limitação, os concorrentes pela vaga são mais limitados que ele. A questão financeira pesa em primeiro lugar porque sua saída necessariamente forçará a contratação de outro na mesma posição e, em segundo lugar, este atleta “ainda” tem valor de mercado. Em relação a grupo, o lateral está a anos no Inter. D’Alessandro, o capitão, já se pronunciou pelo grupo pedindo sua permanência. Tudo isso pesa e Píffero acertou em colocar panos quentes “ao menos por enquanto”, até que uma decisão mais racional e coerente possa ser tomada.
D’Alessandro falou em nome do grupo
O certo é que a saída de D. Aguirre não está mais em pauta. As manifestações em ira de Fabrício também estão deixando de ser assunto. Fica a questão da injúria racial acusada pelo correspondente do grupo RBS, julgamento que deve acontecer antes de quarta. Tudo pode mudar, ao menos, os confrontos e o mando de campo decisivo em um provável Gre-Nal. Mas o pior é, a meu ver, o abalo da imagem de um clube que sempre se posicionou contra o racismo, correndo o risco de sair manchado por isso como aconteceu com o Grêmio ano passado, principalmente depois das ofensas contra Paulão (que não deu em nada) e Aranha (que custou a eliminação do time na Copa do Brasil).
Saudações Coloradas
Imagens: Portal do SC Internacional e Globo.com



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ResponderExcluirRafael,
ResponderExcluirSentimento não muito diferente dos gremistas que viram os episódios ocorridos com o goleiro Aranha. E desculpe-me a expressão, mas me pareceu até mais ridículo que o caso do Grêmio. Sem dúvida nenhuma isso é péssimo para a imagem do clube.
A princípio, nos perguntamos se é justo ou não punir um clube por um problema que é cultural e social, ou seja, vai além dos gramados de futebol.
Mas se ficar provado alguma coisa, o Sport Club Internacional tem que assumir também a responsabilidade por atos de seus torcedores. No caso do Grêmio, surgiu a questão da responsabilidade ética, social e até educacional de um clube de futebol. Afinal, uma instituição esportiva, que é formada por investidores e torcedores, metade pública, metade privada, tem ou não o dever de educar e coibir tais situações.
Num primeiro momento, achei um absurdo, mas de cabeça fria temos que ter o bom senso de que o clube deve e pode sim ter seu papel cultural e social, por que não deveria?
O torcedor do Inter não é diferente de outros torecedores, muitos levam para o estádio suas próprias frustrações e insatisfações para descarregar no primeiro jogador que errar um passe, no adversário do campo ou da arquibancada, e nesse caso, a agressividade poder ir para qualquer um que não tiver muita simpatia com as sociais do estádio.
O Fabrício não é nenhum santo, mas não foi um exagero também da torcida tanto fervor por um jogo de futebol que sequer tinha peso de decisão ou de vaga em Libertadores?