quinta-feira, 5 de março de 2015

Na base do “vamo que vamo”

Com muito sofrimento, Inter vence e se mantém vivo na Libertadores

A partida de ontem contra o Emelec é do tipo que o torcedor gosta. Resultado com virada, “revirada”, emoção, enfim... ingredientes para festas tanto no estádio como nos pontos de encontro formados para assistir a Libertadores pela TV. Aquele embate de fã sair comemorando com alegria e satisfação.  Mas não dá para fazer uma análise tática! Simplesmente porque o Inter não tem um padrão de jogo. Vitória na vontade, na garra e se valendo do fator casa... só!
Me estranhou a opção de D. Aguirre em manter J. Henrique no banco. Depois de uma apresentação satisfatória diante a La U e não ter sido aproveitado no Gre-Nal, nada mais lógico que entrar como titular, dar sequencia. Vitinho começou entre os 11 e não foi bem. Sem Aránguiz contundido e não podendo recorrer a Ânderson que sentiu durante a semana, D’Alessandro era o toque refinado naquela equipe com Alex no banco como opção.

Alex entrou no decorrer do jogo e fez o gol de empate

Tudo começou muito bem, com passe milimétrico de “Cabezón” colocando Nilmar para correr e driblar pelo lado esquerdo. Gol Colorado! Aliás, que partida do Nilmar! Bem aberto, longe da área e jogando de frente, ele se transforma em uma opção importante. Mas foi coisa de time que joga em casa, primeiros minutos que os visitantes sofrem a pressão inicial do time empurrado pela torcida.
Depois veio o empate, a contusão de D’Alessandro (entrada de Alex) e a virada. Fim de um primeiro tempo igual o início do segundo, com os equatorianos jogando mais e melhor que o Colorado. Os gols foram em duas saídas erradas. Ambos com participação direta de Fabrício. Isso porque no primeiro o autor do gol evoluiu nas costas dele e, no segundo, a própria saída foi cometido pelo lateral Colorado. Definitivamente o lado esquerdo de Fabrício é o ponto fraco desta equipe.
Esperando os erros de um time que não triangulava, não armava e sem conseguir profundidade, o Emelec fazia uma apresentação inteligente. Era muito perigoso! Até que Rever resolveu carregar a bola até o meio (que não é papel de zagueiro), entregá-la a Nilmar que serviu com estilo seu companheiro Alex. O empate incendiou o Beira-Rio. Aí a partida tomou ares dramáticos. Os visitantes mais bem arrumados, esperando a oportunidade de encaixar o contra-golpe mortal contra um Inter naquele “vamo que vamo”.

Nilmar, o nome do jogo!

Aguirre precisava de armação. Sem D’Ale contundido e com Alex já em campo mais enfiado (por suas características joga mais perto da área do que no meio-campo), não tinha opções no banco para tal. Então, ao colocar Luque e J. Henrique no lugar de Vitinho e Nico Freitas, o seu “esquema de jogo” não mudou muito. Não tinha muito o que mudar também. Com muita entrega e disposição, o Inter seria premiado com um gol de Rever após rebote do goleiro. Um 3x2 fundamental para as pretensões do clube gaúcho na competição continental.
A verdade é que o Inter não fez uma boa partida ontem... nem convenceu ninguém desde o início da temporada. Quando venceu seus oponentes mais fortes, isso se deu na base da determinação e da garra. O que é bom, mas não pode ser o único alicerce de quem quer ser campeão. 
Os pontos fracos do time estão muito gritantes. Alisson e A. Costa se salvam, mas Rever esteve mal posicionado e os laterais pior ainda. Fabrício então, deusolivre! Está passando seu pior momento técnico desde que ingressou no time titular do Internacional. Isso porque vem sendo mais cobrado, mais acionado pelo adversário que força o jogo pelo seu lado. Com a qualidade do meio e do ataque, obtendo um posicionamento em linhas mais satisfatório, mesmo com esses constantes erros defensivos, o time pode evoluir. Ressalvo apenas que Sasha vem fazendo um papel importantíssimo. Não brilha muito para a torcida, mas seu poder de recomposição está “salvando” o time de muita coisa.

Iniciou a jogada do segundo gol, marcou o tento da vitória! Rever foi o herói da partida, mas precisa melhorar muito na zaga ainda

Nilmar também sentiu no fim do confronto e ficou em campo apenas fazendo número porque não haviam mais substituições. Somado aos outros contundidos, o departamento médico Colorado terá muito trabalho para deixar os titulares a disposição do técnico no dia 18. A partida no Equador diante o mesmo Emelec é para não perder. Um empate pode encaminhar as coisas. Tempo de 15 dias para Aguirre acertar esta linha defensiva e enquadrar a dupla de volantes. De repente seja menos ousado, mas segurança no meio é importante em um time que não consegue aproximar as linhas. Ânderson e Aránguiz vão perdendo espaços.

Saudações Coloradas

Imagens: Site do Inter

5 comentários:

  1. Rafael, tu tá muito pessimista meu vélho. Enfrentamos um grande time, certinho e entrosado, dirigido pelo técnico da seleção equatoriana, vencemos, tivemos as melhores chances de gol e estávamos sem Aranguis, sem Ernando, sem Anderson, sem Lisandro Lopez e mais da metade do tempo sem o D'Ale. Ganhamos da Universidade do Chile, atual campeão chileno e fomos melhores também. Libertadores é assim meu irmão, e só faz o gol da vitória num escanteio, se você criar a oportunidade de bater um escanteio.
    Vontade não tá faltando, material humano nós temos, peso de camisa também, casa nova e torcida maravilhosa idem, então temos todos os ingredientes para levantar o caneco. Lembre do que eu te disse depois da derrota contra o The Strongest, que o D'Ale reuniu todos os jogadores depois da derrota, e o Argentino não é burro, ele sabe a diferença de um com vontade e vencedor, de um grupo fracassado, e este grupo do inter vai longe. um abraço...

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  2. Grande Acioli! Mas se você ler com atenção nas "entrelinhas" não estou pessimista, MUITO PELO CONTRÁRIO! Vontade, garra e determinação extrema é algo difícil de alcançar na boleiragem, importante demais... o espírito de Libertadores está encarnado pelo grupo, algo bom que neste tipo de competição. Ajuda muito! "Mas" só querer vencer não é o bastante (salvo algumas exceções de regra). E o Inter tem muito a melhorar, mas muito mesmo. Ou seja, eu acredito que esse time está produzindo 55% ou 60% do que pode. A meu ver, isso é otimismo porque "pode" melhorar, não!? Até lá, vai jogando com dois volantes mais marcadores até encontrar um sequencia para atuar com apenas um deles. Ânderson e Aránguiz vão perdendo espaços por isso e, se quiserem ser titulares, vão ter que melhorar. Jogar com o nome não cola com esse treinador, tanto que Sasha, Alisson e A. Costa são titularíssimos. Joga quem tiver melhor. Por maior que seja o respeito que eu tenha pelo campeão chileno e o ótimo Emelec, este time do Inter em 100% atropelaria os dois no Beira-Rio sem dificuldade alguma. Porque somando o que o elenco tem de bom, com uma aplicação tática eficiente e esta vontade que estão mostrando dentro de campo, vai ser difícil bater o Colorado. O importante é a classificação! São duas competições distintas (03 pra quem joga a fase pré). Mas o grande campeão começa se apresentar no mata-mata. Então Aguirre tem tempo suficiente para compactar o time, encurtar as linhas e diminuir os espaços. Fabrício é o ponto fraco e se não tem alternativa, tem que cobrir o cara. Por isso, digo para você que me fiz mal compreender... o Inter tem MUITAS chances, mas só de vontade não se forma o dono desta taça.

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  3. Parabéns aos colorados pela bela vitória! Acredito eu que o bom resultado se deve muito em função da qualidade individual dos jogadores do Inter, que está numa condição em que, saindo um, entra outro com a mesmo potencial técnico.
    Agora é preciso se livrar do rótulo de "cavalo paraguaio", que todo ano pesa sobre o Inter, ao entrar como favorito na corrida pelos títulos.
    No mais, está praticamente classificado para as oitavas e é forte candidato a conquistar tudo mais uma vez.

    No Grêmio, a onda agora é a aposta nos jogadores que vem do Uruguai. Ano passado havia uma aposta muito grande nos argentinos!
    Não sei se a família "Rodriguez" que vem do velho Uruguai vai resolver esse problema do poder ofensivo - do meio para o ataque!
    Não me lembro ter visto jogar nem Cristhian Rodriguez, nem o Sr Braian! Tomara que não tenham vindo só pelo sotaque, como às vezes acontece!
    Deixando os jogadores de sotaque castelhano de lado, creio que a contratação do Maicon foi uma boa alternativa!
    Talvez seja aquele jogador que falta no losango que tem três marcadores e um articulador, suponho eu!
    Não creio que Felipão manterá no time Giuliano, Douglas e Luan, no mesmo esquema! Acredito que vai sobrar uma reserva para o seu boneco, Douglas, camisa 10 do meio campo !
    Pelo pouco que vi jogar, Maicon é jogador de segunda função, parecendo ser um bom marcador, com bom passe, porém um pouco lerdo no meio campo.
    Mas ainda falta material humano como um zagueiro mais rápido e pelo menos mais uma alternativa no meio de campo ou no ataque!

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  4. Na minha opinião a libertadores tem 3 candidatos reais a titulo:

    São paulo que tem um bom elenco e um ótimo técnico o time está muito próximo do sua melhor forma e com as vitorias certas e confiança tem tudo pra chegar candidatíssimo, sem falar que tem tradição e camisa.

    Corinthians: a equipe do Tite tem aquela característica chata de time finalista, é um time até certo ponto que aparenta ser limitado mas na verdade é muito qualificado e competitivo, tem menas tradição que outros mas tem ainda o gosto da vitoria da sua libertadores ainda na boca e quer e pode mais, me lembra muito a equipe do próprio Inter de 2010.

    Boca Juniors: Pra mim o mais forte candidato ao titulo, se não campeão, venho acompanhando a equipe argentina pois trabalho com um colega que é torcedor e infelizmente o Boca alia qualidade e vontade de vencer nesse elenco, o time é muito bem treinado e não vem dando chance para os adversários é disparado a equipe argentina mais forte e qualificada do torneio. Sem falar que ninguém é mais tradicional e perigoso do que o Boca em uma Libertadores, se com equipes muito inferiores já foi campeão e vice com essa tem tudo pra levar a taça novamente.

    Vale lembrar que essas são minhas observações e que futebol é ganho dentro de campo e que equipes podem engrenar, embalar e crescer durante o torneio e se tornarem campeãs.

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  5. Meus amigos, Libertadores, nas fases decisivas é mata-mata. Não precisa tu ter um super time, precisa crescer na hora certa e o time dar liga. Vejam o exemplo do ano passado, o Cruzeiro que foi campeão brasileiro foi eliminado precocemente, enquanto o Grêmio que nem entre os 4 ficou no brasileirão, só perdeu nos pênaltis para o São Lorenzo que foi o campeão.

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