Inter fica perto da Libertadores e Grêmio já não depende mais de si
Dois compromissos de seis pontos, como popularmente são chamados os confrontos diretos no futebol. O Colorado sofreu para bater em casa os reservas (ou misto) do CA Mineiro. Já o Tricolor voltou derrotado de São Paulo no embate diante o Corinthians. A equipe de Abel sentiu a pressão, a obrigação de vencer. Conseguiu na base da vontade, da superação. Ontem, os comandados de Felipão perderam em um jogo decidido no detalhe. Em ambas as partidas a arbitragem teve destaque, o que é ruim. Mas nada que definisse ou comprometesse diretamente o resultado.
Beira-Rio lotado, um adversário “descompromissado” priorizando a decisão na Copa do Brasil. Apesar das chances de figurar no G-4, o Galo veio ao Rio Grande com uma equipe mista, poupando seus principais jogadores. Tudo dava entender que o Inter atropelaria seu oponente... errado! Um time que entra em campo com, dentre outros, Victor, Pierre e Josué não pode ser considerada fraca. Jovens escalados por L. Culpi em uma oportunidades raras de mostrar seu valor no time de cima motivaram o grupo. Do outro lado pesaram algumas ausências e a ansiedade de vencer, decidir logo. No final, pelo jeito que se fez o placar marcando o segundo gol já nos acréscimos, em cima da hora, praticamente no último lance... valeu muito! Quando as coisas não se acertam, a vontade tem de prevalecer e o time gaúcho não se entregou, buscou estes pontos sagrados na base da garra, se superando.
Do inferno ao céu! Fabrício marca o gol da vitória depois de cometer pênalti infantil
No Itaquerão um verdadeiro embate de Xadrez. Dois times taticamente muito semelhantes. Um erro seria fatal porque o forte dos dois justamente é fator defensivo. O Corinthians se deu ao luxo de esperar um pouco mais o Grêmio, principalmente no segundo tempo. Considerando a vantagem em pontos não havia motivos para assumir maiores riscos, e então, montou-se a armadilha. Logo, os visitantes tiveram que “tentar”, buscar um pouco mais o jogo. O castigo veio justamente quando o Tricolor estava melhor, mais perto do gol que o Timão. Guerrero, isolado, levava perigo. Mas era tudo muito controlado. Depois de uma construção pela direita de ataque, a bola caiu nos pés do peruano que, errando o chute, conseguiu marcar. Coisa de centroavante. Tivesse acertado a bola não entrava.
Segundo alguns matemáticos, 66 pontos bastam... mas duas vitórias não garantirão a vaga. Há necessidade ainda de resultados paralelos
Agora o Inter está muito perto. Pega o desesperado Palmeiras em casa. Diferente do Galo que veio de “sangue doce”, sem obrigação alguma, os paulistas precisam fazer MUITO esse resultado. Haverá espaços para jogar e se Abel conseguir variar as ações, ganhando o meio-campo, o Internacional fatura essa com uma rodada de antecedência. O Grêmio não depende mais de si, mas as chances ainda são boas. Isso porque o G-4 vai virar G-5. Melhor seria ainda se o Cruzeiro revertesse o placar sobre o Galo na Copa do Brasil porque a raposa ninguém pega mais, contudo, o CA Mineiro é perfeitamente superável em pontos.
A sensação que fica é que a dupla Gre-Nal podia mais. Mas é só “sensação” em se tratando do Inter. Na minha opinião, o Internacional não tinha grandes chances de fazer muito mais do que garantir uma vaga na Libertadores. O que ocorreu é que no decorrer do campeonato criou-se uma expectativa no sentido de ser campeão por conta de sua constante segunda colocação na tabela. Já o Grêmio, todos sabem, tem time de sobra para assegurar uma vaga na principal competição do continente. Seria uma grande fatalidade, principalmente pelo esforço que se fez para trazer os nomes que compõem elenco e a comissão técnica, o Tricolor ficar de fora.
Técnicos fazem contas. Inter quase lá, Grêmio precisará de sorte!
Vai restando no fim um sentimento de frustração em ambos os lados, contudo, no Inter, repito, se analisando friamente, está perto de alcançar o que era possível. Já o Grêmio tinha por obrigação ter feito uma campanha melhor. Só o resultado final vai confirmar isso tudo ou não.
Pitacos:
- Cruzeiro é o grande campeão;
- Aliás, já é campeão desde a virada de turno;
- Merecido o bicampeonato dos mineiros, inconteste;
- Criciúma e Botafogo caíram;
- Os catarinenses mudaram várias vezes de técnico, os cariocas nenhuma;
- Se faltou competência em ambos, algo precisa ser relativizado;
- O Tigre é pequeno em termos nacionais. Algum(ns) pequeno(s) precisa(m) cair. A concorrência é desleal em vários sentidos e não dá pra esperar outra coisa;
- O Glorioso é grande, tinha que estar mais na frente da tabela, mas a grande sacanagem foi o que aconteceu em seu estádio arrendado pelo governo;
- Sem o Engenhão, o clube teve um prejuízo que gira em torno de 60 milhões de reais. Aí não tem tamanho nem tradição que resolvam!
- Isso não estava nos planos, pegou todo mundo de surpresa no Botafogo e as contas não fecharam. Futebol, antes de tudo, é dinheiro, é investimento. Sem grana, não existe milagre neste esporte.
Saudações Coloradas
Imagens: Globo.com e ClicRBS














