quinta-feira, 15 de maio de 2014

Brasil fora da Libertadores

Futebol nacional acusa o golpe da crise financeira. Resultado final seguiu tendência discutida no Blog tempos atrás

Quem acompanha este espaço deve recordar da opinião emitida antes mesmo do início desta Taça Libertadores 2014. Registramos por aqui que o Brasil não teria representantes na decisão. Não se trata de uma “previsão”. Não acredito nessas coisas e estou longe de me achar a “Mãe Dinah” (que Deus a tenha). Trata-se exclusivamente de análise, entender o contexto como um todo de forma sistemática.
As duas derrotas na fase pré (apesar de Botafogo e CA Paranaense ter se classificados) começou a apontar o problema.
 
Adriano, uma tentativa "frustrada" de dar qualidade ao ataque paranaense

Os times do nosso país historicamente “sentem” a pressão da competição continental. Tecnicamente é mais fácil ganhar a Libertadores do que o Brasileirão. Tite (ex-técnico de Inter e Grêmio) em entrevista recente disse isso também. Eu concordo com ele, inclusive quando entende que são fatores menos técnicos e mais emocionais que dificultam nossa participação neste tipo de campeonato. Aí a Libertadores acaba se tornando mais difícil que o Brasileirão mesmo.
 
Cariocas eliminados em um mesmo dia ainda na fase de grupos
 
Desmistificamos um pouco este “fantasma” com a sequencia de finais (e vários títulos) conquistados desde 2005. Uma hegemonia tão forte que chegou mudar as regras da Libertadores! Graças a força do Brasil no início do século, times de um mesmo país mudam cruzamentos semifinais para dificultar a presença de ambos na final. Isso aconteceu graças ao momento econômico de nosso país anos atrás. O avanço administrativo nos principais Clubes brasileiros, mesclagem de elencos com jogadores estrangeiros e, é claro, a qualidade natural de nossos jogadores também pesou. Entretanto, me parece que politicamente continuamos fracos na Conmebol (mas isso é assunto para outro debate). O que pretendo dizer é que nossos times foram tão melhores neste período que por maior que fossem os fatores extracampo da Taça Libertadores, a maneira como a arbitragem conduzia as partidas, o jeito matreiro dos gringos dentro e fora de casa, e tudo mais... a qualidade técnica era tão superior que os brasileiros se sobressaíram, quase que plenamente. O exemplo mais apropriado disso foi a conquista do CA Mineiro ano passado revertendo resultados incríveis em Minas Gerais na fase do mata-mata.
 
O Grêmio teve a melhor campanha na primeira fase (grupo da morte), mas sofreu a eliminação nas oitavas em cobranças de pênalti

O próprio Galo citado antes, nos serve para explicar isso melhor... desde a saída de Bernard, ninguém a altura foi contratado. Houve um esforço tremendo para manter o elenco remanescente, mas obviamente a qualidade desta equipe caiu (vide semifinal do Mundial no Marrocos). Todos os times que representaram o país nesta edição da Libertadores, exceto o Cruzeiro, perderam nomes importantes de uma temporada para outra. E mais... todos os times, inclusive o Cruzeiro, não se reforçaram como se fazia antes para a disputa da Libertadores!
 
O atual campeão mais consistente, mas menos forte dentro de casa

Lembro de em outros anos, o Brasil começando a disputa com três ou quatros franquíssimos candidatos ao título. Além de vir fortes, contratavam atletas de qualidade mantendo o que era bom para se tornar ainda melhor. Os nossos adversários se valiam por aqueles fatores antes explicados, porque “na bola” éramos MUITO superiores.
Por acaso alguém acha que o San Lorenzo é mais time que Botafogo, Grêmio ou Cruzeiro? Claro que não! O time do Papa eliminou três times daqui se valendo justamente disso que eu expliquei porque, desta vez, não éramos MUITO superiores como em outros anos.
 
Último representante caiu nas quartas! Desde 1991 o Brasil não tem uma campanha tão ruim na Libertadores da América
 
Na verdade, aquela velha máxima permanece... precisamos aprender a disputar esse tipo de competição! Eu não acredito que a situação econômica dos nossos times vai estar tão melhor em relação aos demais da América Latina em um período curto de tempo. Enquanto o nivelamento técnico for preponderante, mesmo que “na bola” sejamos ligeiramente superiores, a força dos gringos em casa, o jeito matreiro de fazer futebol e a arbitragem que deixa o jogo correr vão continuar fazendo a diferença.

PRECISAMOS APRENDER LIDAR COM ISSO OU ESPERAR A ECONOMIA NOS FAVORECER NOVAMENTE!

Saudações Coloradas
 
Imagens: Globo.com, ClicRBS e UOL

Um comentário:

  1. O futebol nacional vive uma crise técnica "nunca vista antes na história deste País". Um monte de cabeça de bagre ganhando muita grana. Até bem pouco tempo atrás, se tu tinha qualidade tu seria um jogador de futebol. Hoje, se tu não servir para mais nada, tu pode tentar jogar futebol.

    Olhem para a nossa seleção. Nossa referência técnica é contestada no Barcelona. Outros jogadores não são titulares absolutos em seus clubes. Jogadores do leste europeu convocados......

    O Brasil e seus clubes precisam se reestruturar no futebol, é preciso começar um trabalho diferente na base, principalmente no quesito "fundamentos" e "tático". Observe, o lateral direito do Inter, Gilberto, que não acerta 1 cruzamento, 1 drible sequer, é convocado para seleção de base. Isso é a falência do futebol brasileiro.

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