Dupla Gre-Nal e suas realidades
Gostaria de deixar registrado antes de qualquer coisa que, por respeito ao pessoal do Blog, preferi me abster de comentar a eliminação do Grêmio da Taça Libertadores deste ano. Igualmente fiz em relação ao resultado obtido pelo Inter em Cuiabá pela Copa do Brasil. Aguardei a disputa da terceira rodada do Brasileirão para depois comentar alguma coisa, assim evitei oportunismos (eu avisei) e demagogias. O sentimento clubístico pesa nestas horas e qualquer comentário pode soar como provocação... esta não é e nem nunca foi a minha intenção.
O torcedor gremista fez a sua parte
Explicado, começamos agora encarando o futebol brasileiro em um contexto geral. Temos 12 grandes clubes no país, times considerados de massa. São eles: Inter, Grêmio, CA Mineiro, Cruzeiro, Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. Destes, onze (deveriam ser apenas dez) disputam a Primeira Divisão. A principal competição do país assegura quatro vagas para a Libertadores. As outras nove equipes correm por fora preocupadas em não cair, mas geralmente duas delas chegam na frente lutando por G-4. Dos grandes, sempre um ou dois lutam contra o rebaixamento, outros dois ou três ficam no meio da tabela. Podemos dizer então que oito times vão lutar para se assegurar na competição continental de 2015. Uma das vagas é obtida pela consistência do time durante a competição, mas o título é coroado pela competência de um destes aspirantes. O nível das equipes caiu muito, reflexo direto previsto aqui mesmo nas campanhas brasileiras da Libertadores.
Abel Braga chegou com a missão de levar o Inter aos grandes títulos
Além do Campeonato Brasileiro, temos a Copa do Brasil e a Sulamericana. Ambas garantem o campeão na Libertadores 2015, mas se houver um time brasileiro levantando a taça da Sulamericana, Brasileirão se transforma G-3 com relação às vagas. Na Europa, as duas competições continentais são disputadas concomitantemente. Como aqui isso não acontece, nenhum time do Brasil consegue disputar Copa do Brasil e Sulamericana ao mesmo tempo, devendo “ser eliminado” no torneio nacional para ter alguma chance na competição internacional. Uma idiotice gigantesca porque este campeonato é sim muito importante!
Grêmio aposta em jogadores da base (Luan - foto) e nomes menos consagrados para fazer caixa
No que a dupla Gre-Nal precisa focar? Vamos analisar os dois em separado desconsiderando o que se viu no Gauchão (exceto os três Gre-Nais) e a Copa do Brasil por conta da fragilidade dos adversários.
GRÊMIO – O time de E. Moreira fez catorze partidas em alto nível. Três pelo Gauchão, oito pela Libertadores e três pelo Brasileirão. O Tricolor conquistou seis vitórias, quatro empates e sofreu quatro derrotas. Um aproveitamento aproximado de 52%.
INTER – A equipe de A. Braga jogou bem menos. Três pelo Gauchão e três pelo Brasileirão. O Colorado obteve quatro vitórias e dois empates. Algo próximo de 77%.
Óbvio, fica muito mais fácil tecer um comentário sobre o Grêmio porque passou por muito mais situações de jogo e extracampo que o Inter até agora. Mesmo assim, vamos lá:
O time Colorado “morre” fisicamente no segundo tempo. A média de idade do grupo é muito alta e, a partir dos quinze minutos do segundo tempo o rendimento cai vertiginosamente. Outro ponto fraco desta equipe são seus laterais, além de uma defesa limitada tecnicamente por causa do Paulão. Para chegar, Abel Braga precisa aproveitar ao máximo a parada da Copa do Mundo para dar mais espaços aos garotos! Valdívia, Otávio, Aylon, Winck e todos os outros precisam de cancha, sequência de jogo para ganhar confiança. Mas a política de gestão deste treinador é de “fechar com os seus” (bruxismo), e isso ele já fez lá atrás, na pré-temporada. Exceção à regra foi J. Henrique, não mais absoluto no time titular. A imprensa especula algumas contratações sem muito impacto, mas que podem ser pontuais como foi a do chileno Aránguiz. Em relação aos anos anteriores, as duas principais evoluções foram a diminuição considerável da dependência por D’Alessandro e a presença de um goleiro mais confiável no gol.
Dida (foto) e Aránguiz, contratações acertadíssimas da direção Colorada
Pelo lado gremista, a falta de combatividade dos laterais e a relativa qualidade no apoio forçou o treinador escalar uma equipe com três volantes. Isso se deve também a necessidade de armação, uma vez que seus meias (um muito jovem e outro com quase quarenta anos de idade) precisam de cobertura para trabalhar a bola. O goleiro e a dupla de zaga “ainda” são incógnitas. A idéia é dar a posse de bola ao adversário, roubá-la e sair em contra-ataques, além de dar mais liberdade aos alas para abastecer o jogador referência. Dudu chegou no meio do caminho (bom jogador), mas tem estilo próprio. Carrega a bola, vai ao fundo para cruzar, além de finalizar bastante, mas não é armador de distribuir jogadas. Restringir a equipe com apenas um articulador é uma alternativa, assim como abrir mão de um dos volantes para dar mais força ao ataque. O que se vê é Zé Roberto e Luan (o principal e o melhor jogador deste time, respectivamente) rendendo menos quando precisam recompor ostensivamente. Enquanto o garoto sentiu a pressão em jogos importantes, o outro já não tem mais a mesma força física de anos atrás. Em baixa com a torcida, seu centroavante não conseguiu conquistar o coração dos gremistas desde a chegada. Barcos é um grande jogador, mas essa pressão está lhe tirando a tranqüilidade para trabalhar. Assim como a maioria dos clubes do nosso país, o Grêmio atravessa uma crise financeira muito séria e trabalha a contratação de nomes sem muito respaldo, introduzindo constantemente garotos da base em seu grupo principal em busca de um equilíbrio técnico. Como perdeu boa parte dos atletas do ano passado, o elenco ainda passa por reformulação e enxugamento de despesas.
Após contusões de Zé Roberto e Luan, o recém contratado Dudu conquistou seu espaço no time
Ambos os times gaúchos “anseiam” por um grande título! O Inter se restringiu a quatro estaduais e uma Recopa desde a conquista da Libertadores em 2010, já o Grêmio passa por um jejum ainda mais elástico, sem qualquer caneco no período. O Tricolor não conquista nada além de Série B e Gauchão desde a Copa do Brasil do ano de 2001. A exigência é grande, mas hoje parece o Inter estar mais próximo de levantar um grande troféu em 2014. Isso não significa que é franco favorito como em anos anteriores (quando fracassou), mas por tudo que se viu e se espera, o Colorado está um passo à frente. Ambos tem completas chances de estar entre os oito do Brasileirão que lutarão pela taça e conseqüente uma vaga na Libertadores, assim como na Copa do Brasil e Sulamericana. A questão vai se dividir na hora de avaliar a coerência de seus treinadores, as contusões/suspensões de seus comandados, eventuais contratações, vendas e o ambiente que se criará tanto de dentro para fora como de fora para dentro do vestiário.
Depois de um início de temporada conturbado, R. Moura começa a ganhar a confiança da torcida
Eu acredito que os dois podem margear o G-4 sem esquecer de força máxima nas Copas que seguem em concomitância ao Brasileirão. Devido a dificuldade que se gerou na Copa do Brasil com a inclusão de times da Libertadores, é de se pensar em Sulamericana! Seria uma boa abrir mão do título nacional por uma conquista internacional? O problema é que gigantes como Inter e Grêmio SEMPRE entram para ganhar. Nem pode ser diferente! Perder propositalmente é apequenar a sua história, MAS saber priorizar é outra coisa.
Por tudo isso, por toda esta extensa análise, os dois precisam melhorar para garantir títulos. Do jeito que está o Inter tem uma pequena chance, mas ambos tem completas condições de “brigar ao menos” por uma vaga na Libertadores de 2015.
Por tudo isso, por toda esta extensa análise, os dois precisam melhorar para garantir títulos. Do jeito que está o Inter tem uma pequena chance, mas ambos tem completas condições de “brigar ao menos” por uma vaga na Libertadores de 2015.
Pitacos:
- De tudo que li e ouvi me chamou a atenção as palavras do presidente Fábio Kopf;
- Após a eliminação do time, ele condicionou o fracasso ao planejamento;
- Blindando o técnico, usou como “explicação” a disputa do Gauchão pela eliminação nas oitavas diante o San Lorenzo;
- A desculpa é velha! Não tem nada de humildade nisso;
- O fato é que o Grêmio fez corretamente o revezamento do grupo durante a fase de classificação do Estadual;
- Mas na fase final deixou de abrir mão do Gauchão;
- Em 2010 o Inter “perdeu” o título em casa para o Grêmio;
- Abriu mão de seus titulares e disputou a segunda decisão com um time misto no Olímpico;
- Venceu o jogo mas perdeu o Campeonato;
- Mais a frente foi Bi-Campeão da Libertadores sem muita pressão por causa da derrota no Estadual;
- O Grêmio acreditou (mesmo desfalcado) que reverteria a vantagem;
- Levando a campo o que tinha de melhor acabou pressionando o elenco;
- A derrota vexatória em Caxias, pra mim, foi o divisor de águas;
- Certa vez disse aqui que revezar está certo, mas quem quer tudo não conquista nada;
- O jogo do Grêmio contra o San Lorenzo estava agendado para quarta-feira imediatamente ao segundo jogo final;
- A partida foi remarcada para uma semana depois;
- Deveria a direção brigar em manter a data e usar essa situação como desculpa para poupar o time;
- O Inter fez o mesmo e não quis arriscar a decisão no Beira-Rio;
- Imaginem o Grêmio levantando a primeira taça do Estádio pós-reformado?
- Todos sabiam que Enderson abriria o time quando precisasse dos gols;
- Assim o fez no intervalo do Gre-Nal, quando sacou Edinho;
- Esta manobra comprometeu todo o projeto de primeiro semestre;
- Culpar o planejamento, senhor presidente, foi um grande erro!
- Não impedir o técnico de colocar os reservas na semifinal do Gauchão e na segunda partida da decisão sim, isso comprometeu bastante.
- Após a eliminação do time, ele condicionou o fracasso ao planejamento;
- Blindando o técnico, usou como “explicação” a disputa do Gauchão pela eliminação nas oitavas diante o San Lorenzo;
- A desculpa é velha! Não tem nada de humildade nisso;
- O fato é que o Grêmio fez corretamente o revezamento do grupo durante a fase de classificação do Estadual;
- Mas na fase final deixou de abrir mão do Gauchão;
- Em 2010 o Inter “perdeu” o título em casa para o Grêmio;
- Abriu mão de seus titulares e disputou a segunda decisão com um time misto no Olímpico;
- Venceu o jogo mas perdeu o Campeonato;
- Mais a frente foi Bi-Campeão da Libertadores sem muita pressão por causa da derrota no Estadual;
- O Grêmio acreditou (mesmo desfalcado) que reverteria a vantagem;
- Levando a campo o que tinha de melhor acabou pressionando o elenco;
- A derrota vexatória em Caxias, pra mim, foi o divisor de águas;
- Certa vez disse aqui que revezar está certo, mas quem quer tudo não conquista nada;
- O jogo do Grêmio contra o San Lorenzo estava agendado para quarta-feira imediatamente ao segundo jogo final;
- A partida foi remarcada para uma semana depois;
- Deveria a direção brigar em manter a data e usar essa situação como desculpa para poupar o time;
- O Inter fez o mesmo e não quis arriscar a decisão no Beira-Rio;
- Imaginem o Grêmio levantando a primeira taça do Estádio pós-reformado?
- Todos sabiam que Enderson abriria o time quando precisasse dos gols;
- Assim o fez no intervalo do Gre-Nal, quando sacou Edinho;
- Esta manobra comprometeu todo o projeto de primeiro semestre;
- Culpar o planejamento, senhor presidente, foi um grande erro!
- Não impedir o técnico de colocar os reservas na semifinal do Gauchão e na segunda partida da decisão sim, isso comprometeu bastante.
Saudações Coloradas
Imagens: Portais Globo Radio, UOL, Fox Sports, ClicRBS, CBN Foz e Vera News.





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