terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A economia e o mercado da bola

Contratar ou “se livrar” de jogadores?
 
Começamos oficialmente o ano da Copa do Mundo! 2014 terá um calendário apertado, por isso vários jogos válidos pelos estaduais já foram disputados pelo Brasil a fora. O mais estranho é que nem parece ter começado pra valer! Ficou aquele “gostinho” de especulação intertemporada que estávamos acostumados, com bastante gente nova nos Clubes e muita movimentação nos elencos. O mercado ficou praticamente morto. 
O torcedor se habituou a contrações “bombásticas”, craques que escolhiam atuar em nosso país recheando os campeonatos com nomes de peso. 
Rolava uma expectativa gigantesca! 
Um momento favorável em nossa economia e a quebradeira mundial colocou os Clubes daqui num patamar privilegiado na América do Sul. Não é a toa que desde 2005 só temos final de Libertadores com, ao menos, um time brasileiro na disputa. A supremacia foi tão grande no período que a Conmebol precisou mudar as regras da competição, evitando confrontos de equipes do mesmo país reiteradamente na decisão desta taça.
Claro, não chegamos perto do poderio financeiro europeu (longe disso), mas os altos salários daqui, os calotes de lá, a visibilidade para a Seleção e a proximidade com sua terra natal serviu para atletas sul-americanos (não somente brasileiros) se sentir tentados em atuar aqui.
 
Seedorf casado com uma brasileira, hoje técnico do Milan, desembarcando no Rio para defender as cores do Botafogo

O que falar do absurdo que foi a grana investida para manter Neymar na Vila Belmiro por tanto tempo?!
Neste momento, porém, a economia do Mundo inteiro está entrando nos trilhos e o período de “vacas gordas” por aqui já é coisa do passado. Muita loucura foi feita nestes anos e os dirigentes estão com uma herança maldita nas mãos. Os vínculos, além de ter salários altíssimos, são de duração relativamente grande. Os custos com as novas Arenas, não apenas as reformas propriamente ditas, mas as questões contratuais com as parcerias também pesam nesta conta.
E agora?
O que mais se vê é time “tentando se livrar” de jogadores com alto custo. Se faz qualquer negócio! A política de enxugamento é geral. No Flamengo, pra piorar, a dificuldade é tão gigante que se vê lá é um esforço descomunal para manter seu time base, nem se fala muito em contratar na Gávea. Os cariocas vão penar na competição continental deste jeito.
 
Arena do Palmeiras... realmente linda! Mas quanto custará aos cofres do Clube todo este luxo?

Exceto o Santos que fechou com L. Damião e o Fluminense que trouxe Conca de volta, qual outro Clube assinou um contrato de impacto neste ano? Se compararmos com os outros anos, essas nem seriam contratações impactantes!
Já era o tempo de ver desembarcar em solo tupiniquim Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Fred, D’Alessandro, Deco, Forlán, Maxi López, Adriano, Pato, L. Fabiano, Seedorf, Loco Abreu, etc.
Qual o efeito prático nisso?
Acho que a Libertadores deste ano será mais equilibrada. Se nossos maiores adversários não evoluíram muito, os candidatos brasileiros chegam bem mais fracos do que em edições recentes.
Outra situação que temos de ficar atentos e a possível “quebradeira” geral. Em não havendo um enxugamento rápido, os Clubes naturalmente vão sofrer muito correndo o risco de não honrar seus compromissos. Esta “bolha” força todo mundo priorizar a base e nomes com pouca expressão.
Definitivamente a hegemonia brasileira na Libertadores “tende” a sofrer um duro golpe já neste ano!
 
Pitacos:
 
- Guardem esse nome: Aylan, atacante do Inter;
- Desumano a situação ao qual o Grêmio foi submetido no Passo D’Areia;
- Não podemos tirar os méritos do São José, mas a gurizada Tricolor roeu o osso Domingo;
- Exceto RS e PR, times do Brasil inteiro encurtaram a pré-temporada;
- No RJ três grandes tropeçaram e em SP o Tricolor perdeu na estreia;
- O resto venceu apertado;
- A chuva de liminares sobre o caso “Héverton” é culpa exclusiva do STJD;
- Como órgão da CBF, reiteradas vezes o colegiado optou por decisões políticas;
- Disse antes aqui mesmo no Blog e achei que deveriam manter a decisão do campo;
- Perderam a oportunidade e agora o que se vê é um pavor no meio futebolístico;
- O “calendário apertado” deve se tornar a desculpa para consertar a burrada cometida antes;
- Se preparem para um Brasileirão com 24 ou 22 times.
 
Saudações Coloradas
 
Imagens: Portal Globo.com

4 comentários:

  1. Quantas vezes vimos aqui neste Blog, as listas intermináveis do Acioli com os absurdos salários dos respectivos jogadores? Quantas vezes vimos quem tinha que sair urgentemente do clube?
    Antes tarde do que nunca, a barca partiu. A demora para a saída de alguns jogadores, custou caro ao clube, custou exatamente o dinheiro das vendas de Fred, Moledo, Gilberto, Lucas Lima e Damião, sim porque o dinheiro da venda destes 5 jogadores não existem, ou alguém é ingênuo de achar que tem dinheiro no caixa colorado? Não, não tem. E digo mais, ainda tem muita conta pra pagar.
    Mas como eu já disse, "antes tarde do que nunca". As dispensas de Kléber e Gabriel foram boas. Os empréstimos de Airton, Bollati e Marcos Aurélio também, embora pagaremos parte de seus salários. Os empréstimos da garotada pelo Brasil á fora também são positivos, para que peguem cancha como o Sacha pegou, ou para serem valorizados e vendidos como Lucas Lima, são os casos de Casiano, João Paulo, Mike, Romário, Zé Mário e outros.
    Forlan encaminhou sua saída para o Japão e é outra grande noticia, apesar de deixar um grande prejuízo em sua passagem.
    Outro que deve sair é o Scocco. Também deixará um prejuízo, mas que saia o quanto antes.
    O Inter mandou bem neste início de ano, poderia ser melhor, se não tivesse renovado com o Indio, dispensado, Juan e Alan Patrick, e colocado o Rafael Moura no mercado, aceitando pagar metade do seu salário de 350 mil mensais, assim o prejuízo seria menor.
    Os que chegaram, chegaram bem, por empréstimo no caso de Aranguiz, ou pelo salário nos outros casos.
    Podia ser melhor o início de ano colorado, mas já foi um bom começo, e já dá pra ver luz no fundo da escuridão, e quem sabe as minhas listas irão acabar em 2014 ou pelo menos ficar menores.
    Klap, klap, klap, aplausos para quem começa á enxergar o que venho dizendo aqui á anos. "As pessoas aprendem por amor ou pela dor".

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  2. Uma coisa me preocupa nessa nova realidade do Grêmio. Na verdade, muitas coisas nos preocupam, na condição de espectadores e mero torcedores.
    A primeira grande questão está no profissional que treina e escala o time. Enderson é um jovem treinador, mostrou competência no Goiás, e é o melhor exemplo do que estamos discutindo aqui nesse blog.
    No entanto, não sei se esse treinador vai aguentar a pressão por resultado, e não há certeza se ele sobrevive o Gauchão, no comando técnico do GFPA.
    Não estou aqui discutindo a competência e o trabalho do treinador, antes das coisas acontecerem. Mas já vimos esse filme antes com Wagner Mancini, Caio Júnior, Silas e o próprio Julinho Camargo.
    Meu medo é que Enderson Moreira entre para o rol dos treinadores que fracassaram nessa empreitada de quebrar a seca de títulos que já dura 12 anos e que, daqui a pouco, tenhamos que torcer para o Celso Roth tirar o Grêmio de alguma crise.
    E quando vejo uma vitória por 1 a 0, com gol de penalti, contra time amador, aí eu que percebo que o problema da temporada passada ainda não foi superado, mesmo com todas as mudanças que foram feitas.


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  3. Uma coisa me preocupa nessa nova realidade do Grêmio. Na verdade, muitas coisas nos preocupam, na condição de espectadores e mero torcedores.
    A primeira grande questão está no profissional que treina e escala o time. Enderson é um jovem treinador, mostrou competência no Goiás, e é o melhor exemplo do que estamos discutindo aqui nesse blog.
    No entanto, não sei se esse treinador vai aguentar a pressão por resultado, e não há certeza se ele sobrevive o Gauchão, no comando técnico do GFPA.
    Não gostaria de discutindir a competência e o trabalho do treinador, antes das coisas acontecerem, mas já discuto, tenho dúvidas e questiono. Já vimos esse filme antes. Um jovem treinador assume o comando; dois meses depois, está demitido. Já aconteceu com Wagner Mancini, Caio Júnior, Silas e o próprio Julinho Camargo.
    Meu medo é que Enderson Moreira entre para o rol dos treinadores que fracassaram nessa empreitada de quebrar a seca de títulos que já dura 12 anos e que, daqui a pouco, tenhamos que torcer para o Celso Roth tirar o Grêmio da crise.
    A vitória por 1 a 0, com gol de penalti, contra time amador, mostra que o problema da temporada passada ainda não foi superado, mesmo com todas as mudanças que foram feitas.
    Todo mundo reclamava da retranca de Renato. Mas agora não é mais a retranca, o momento é de questionar o desempenho técnico dos dois maiores salários do Elenco que está no ataque.
    Kleber e Barcos na linha de frente são dois jogadores lentos, que qualquer defesa bem postada pode deter.
    O Enderson teria que encontrar um jogador mais veloz, com habilidade no pé, na segunda função e esse jogador está no grupo, podendo ser o Maxi Rodriguez ou o Guilherme Biteco.
    Na minha opinião, seria melhor que ele atuasse com um trio ofensivo do tipo - com Jean Deretti, Zé Roberto e Maxi - do que jogar com dois centroavantes trombadores com as mesmas características.
    Mas todo treinador jovem que assume um clube, com uma grande responsabilidade e o peso de doze anos de derrotas, como é o caso, precisa ter muita tranquilidade, personalidade, e competência, para acalmar todos nos momentos de crise, e colocar um medalhão no banco se for preciso.
    Não me parece ser essa a personalidade do mineiro Enderson. Ele mais parece um treinador que vai acatar as decisões de Koff e de Rui Costa, sem se desgastar com os jogadores mais velhos.

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  4. Por mais que a "tendência" seja o enxugamento de despesas (antes tarde do que nunca), um efeito colateral será sentido imediatamente! Anotem aí a conclusão no final da minha exposição.
    Bem observado pelo FJC a questão do comando gremista. Serve de exemplo. Apesar de seu bom trabalho no Goiás, criou-se uma sensação de dúvida. Ele é uma incógnita, por isso o custo dele é mais baixo. O mesmo vale para os jogadores que, em tendo qualidade comprovada, agregam "preço". Investindo menos, os elencos ficam recheados com apostas.
    Os times brasileiros que chegam na Libertadores, além de fortes (não é fácil conquistar a chance de disputar a competição), sempre apresentavam reforços consideráveis. Tínhamos equipes fortes (manutenção do elenco) e reforçadas.
    Como disse no texto, há quase uma década times daqui fazem, ao menos, a final do Certame. O Brasil praticamente reinou na Libertadores dos últimos anos.
    Nesta temporada, além de não contratar ninguém, os Clubes classificados "perderam" nomes importantes sem trazer gente à altura. Vejamos:

    BOTAFOGO: Perdeu seu treinador, dois titulares absolutos (R. Marques e Seedorf) e há rumores que Lodeiro e Dória (outros dois titulares) estejam de saída. Contratou refugos como Bolatti, R. Souto, Airton e J. Wagner.
    GRÊMIO: Perdeu seu treinador, dois titulares absolutos (Dida e Alex Telles), além do Elano e há rumores que Souza, Rhodolfo, Vargas, Bressan, Barcos e Zé Roberto (quase todos titulares) estejam de saída também. Trouxe nomes sem impacto algum como Edinho, Alan Ruiz e Geromel.
    ATLÉTICO-PR: Perdeu seu treinador, muitos titulares (L. Alberto, P. Baier, Léo e Everton), e há negociações com P. Botelho, Enderson e Marcelo (também titulares). Não trouxe nenhum nome de peso, apesar da qualidade do B. Mendes (era reserva) e Adriano (uma incógnita total), não podem ser encarados como diferenciais "agora". Trouxe outros jogadores menos expressivos também.
    FLAMENGO: Talvez o mais prejudicado porque está perdendo seus dois principais nomes (Elias e Hernane), além de L. Antônio e Gabriel que podem sair também. Os cariocas estão acreditando em Alecssandro (reserva) e Feijão (limitadíssimo). As vindas de Léo, Everton e L. Mugni podem atenuar um pouco os problemas deste time que já era fraco ano passado, mas se mostrou "copeiro" em 2013.
    ATLÉTICO-MG: Perdeu seu treinador e alguns reservas, mas conseguiu segurar R. Gaúcho. O problema é que este time não é mais o mesmo desde o título da Libertadores (quando perdeu Bernard) e não conseguiu encontrar a qualidade que lhe assegurou o caneco mais importante de sua história.
    CRUZEIRO: Uma exceção a regra? Pode ser... não perdeu seus principais jogadores e há um único rumor que o time pode negociar Everton Ribeiro com o futebol europeu. Não trouxe jogadores renomados, mas contratou os bons Marlone e Vilson, além de M. Moreno que tem boa identificação com o Clube. Mesmo assim, não teve um GRANDE reforço desembarcando para encher o aeroporto de BH.

    Como vimos, a maioria trocou o treinador, não está muito diferente de quando conquistou a vaga e, para quase todos, a qualidade do elenco diminuiu.
    Ano passado, só pra exemplificar, todos se reforçaram antes da Libertadores (exceto o Palmeiras que disputaria a Série B e não era prudente contratar mesmo). Os times daqui chegaram recheados de nomes importantes. O Grêmio caiu com um gol no fim fora de casa, o Corinthians foi roubado no Pacaembú contra o Boca, o Fluminense foi eliminado pelo vice-campeão, o São Paulo caiu para um time brasileiro e o Atlético-MG foi o campeão. Reitero que o Palmeiras não investiu, então não conta... mas TODOS passaram da primeira fase.
    Seria essa a Libertadores do equilíbrio sem um time daqui na final? Exceto o Cruzeiro, alguma equipe brasileira chega como franca favorita?
    Em outros anos quase todos os times do Brasil chegavam como favoritos. Este é, na minha opinião, o efeito colateral imediato!

    Saudações Coloradas

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