Coerência custou caro para o Colorado
Se na física é dito que “dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar do espaço”, no futebol deveria ter uma Lei parecida: “Willians e Airton não podem jogar juntos no mesmo time”. Não sou contra a escalação de um volante trombador, mas dois ao mesmo tempo tira totalmente a saída de bola de uma equipe. Não é a primeira vez que chamo a atenção disso aqui no Blog.
Josimar, contundido, forçou o treinador Colorado chamar um substituto. Bolatti estava no banco e seria uma tremenda incoerência de Dunga escalá-lo agora. Ele não vinha jogando. O gringo não seria a “salvação”, mas ao menos sabe passar a bola pra frente. Willians e Airton, ao contrário, desarmam muito mais que o volante argentino, mas tem uma limitação gigantesca quando estão com a bola nos pés.
Optou-se pela coerência escalando quem teve sequência no time.
Scocco e Alex começavam um jogo pela primeira vez, logo, não suportariam os 90 minutos. Sobrava assim uma única alteração. A substituição foi forçada na primeira etapa com a lesão de Ednei. Dunga optou pelo óbvio.
Ignácio Scocco é a esperança do Inter para o ataque
O Inter “só” não perdeu o jogo graças aos valores individuais de sua equipe.
Falando “individualmente” ainda, Juan e Kleber foram responsáveis diretos pelos gols sofridos. No primeiro, o zagueiro Colorado foi muito mole na bola, sofreu o drible e na sequência saiu a jogada de pivô. No segundo, totalmente atrasado no lance, o lateral do Inter tomou um drible que nem um juvenil pode tomar.
Méritos ao Vagner Mancini também! Inteligentíssimo, colocou um atacante em cada lado nas costas dos alas do time gaúcho. Na meia, P. Baier distribuía as jogadas enquanto o resto da equipe se compactava de uma maneira muito positiva.
Willians veio para a cobertura do Ednei depois, mas os visitantes já venciam por 0 x 1.
D'Alessandro e Pablo dos Santos protagonizaram o lance mais bizarro da rodada!!!
Apesar do volume, a equipe de Dunga não criava e só empatou graças a uma bola parada. O Atlético-PR esperava os erros de criação (Willians e Airton) para sair em rápidos contragolpes. Perdeu quatro chances claras só na etapa complementar e estava na cara que hora menos hora, guardaria uma.
No segundo tempo, depois de perceber quão era fácil chegar na cara do Muriel, Vagner Mancini colocou um jogador mais enfiado. Na primeira oportunidade dentro da área, Éderson marcou colocando seu time na frente novamente: 1 x 2.
Já no apagar das luzes, depois de perder um gol feito, L. Damião resolveu buscar uma bola no meio-campo. Trabalhou com Otávio que, contando com a sorte do desvio, conseguiu o empate. Final 2 x 2.
O resultado foi injusto; o time paranaense mereceu a vitória. D’Alessandro foi o melhor em campo pelo Inter, mas assim como Kleber, sentiu no fim.
Pitacos:
- Como era de se esperar, a estreia de Alex foi muito abaixo daquilo que pode render. Teve a bola do jogo nos pés e desperdiçou. Precisa tempo;
- Scocco deve colocar Forlán no banco. Com um pouco mais de preparo pode se tornar titular nesse time;
- Graças a Deus, Airton tomou o terceiro amarelo. Assim, ele e Willians não podem jogar juntos, ao menos na próxima rodada;
- Boa surpresa o Cláudio Winck. Não tem medo e chega bem. Resta ganhar maturidade, mas isso ele consegue jogando;
- Ednei não tem condições de ser titular nesse time;
- R. Alves vai se firmando na posição, apesar de no segundo gol a defesa composta por três jogadores dentro da área estar mal posicionada. O atacante finalizou livre de marcação;
- Dunga foi muito mal ontem e se pretende enaltecer o empate, que o faça em referência aos seus comandados, não por seu “excesso de coerência”;
- O Fluminense parece um remendo de time. Pra piorar, Luxemburgo escala Felipe de titular e deixa Wagner no banco;
- Já a equipe do Flamengo entrou com a faca nos dentes no clássico. Foi melhor o tempo inteiro e mereceu ganhar;
- Baita rodada para o Coritnhians, todos os adversários de cima não marcaram três pontos, só ele;
- Vitória maiúscula do Grêmio também. Não vi o jogo, mas vencer o Bahia fora de casa por 0 x 3 é algo para se comemorar bastante;
- Havia falado aqui do perigo que era esse clássico diante a Portuguesa para o São Paulo agora e meio desta crise; mas “ainda” acho que não cai.
Saudações Coloradas
Imagens: Portal Globo.com


Na chegada do Airton no Inter, eu disse que ele era um caneleiro, incapaz de dar 5 embaixadinhas seguidas, e que no time da minha cidade de 15 mil Habitantes ele não seria titular.
ResponderExcluirPois bem, o problema do Inter é bem este, formação do elenco, pois em algumas posições há vários jogadores como no ataque e em outras quase nenhuma opção. Por exemplo, lateral direito, não temos nenhum de qualidade, de volantes só temos o Williams.
Some-se á isso várias peças inúteis no elenco como Bollati, Rafael Moura, Airton, Ednei, Gabriel, Igor, Helder, Caio e Forlan, e acrescente o fator que não temos casa para jogar, até que estamos indo bem obrigado.
Estes dias eu disse que o ano era perdido para a dupla grenal, que eles não ganhariam mais nada este ano, que era hora de dispensar os medalhões na medida do possível e dar cancha pra garotada, pois bem, ontem entrou o garoto Otavinho no Inter e colocou fogo no jogo e fez até um gol. No Grêmio entrou o Guilherme Biteco e o Matheus Biteco e fizeram gol também no Bahia.
Se na rodada anterior, o Renato falhou na estratégia, temos que reconhecer que dessa vez, o "carrocel maluco" com três zagueiros e três volantes, vulgo 3-5-1-1, foi eficaz. Mas não vi um reconhecimento sequer dos cronistas, aqueles mesmos que o vem criticando. Tem comentarista que quer ver crise no tricolor.
ResponderExcluirRenato quer desafiar a crítica. Quando questionado sobre o esquema tático, diz que não tem nada definido, e que pode mudar a cada jogo.
Para os especialistas, isso é uma afronta, pois todos tem em mente a ideia de o treinador de futebol deve ter um padrão tático de jogo.
Ao que parece temos, por um lado, a vaidade e a loucura do treinador, que desafia os jornalistas, com algumas invenções de professor Pardal, por outro, a opinião, a vaidade e o orgulho dos cronistas que parecem saber tudo de futebol.
De minha parte, como torcedor, ainda prefiro acreditar no treinador. Pois é ele quem trabalha dia a dia com os jogadores.
Creio que o sistema de jogo com três zagueiros, deve ser mantido, pois parece que temos um pouco mais segurança na defesa, muito fragilizada, somente com Bressan e Werley.
Resta então acertar o meio de campo e o ataque, que ainda não acertou a pontaria.
Com jogos no meio de semana e no fim de semana, não há muito tempo para treino. A estratégia é a motivação psicológica, improvisação e o espírito guerreiro dentro de campo. Esses fatores podem superar a deficiência técnica.
O campeonato está doido, e depois dessa rodada, não se sabe mais quem é o favorito. Uma vitória basta para alimentar alguma esperança de reação, e uma derrota ou empate pode parecer o fim do sonho.
A verdade é que não se tem um time, desses da ponta da tabela, que possamos observá-lo com alguma inveja de seu elenco.
O Coritiba provou nessa rodada que a vitória frente ao Grêmio foi por acaso, e que pode ser o grande cavalo paraguaio desse campeonato. Um time que empata em casa com times como Atlético-Pr (caso do Inter), com Goiás (caso do Bota-Fogo) e com Santos (caso do Cruzeiro) tem que ter cuidado para não sonhar cedo demais com o título, nesse incerto e indefinido Campeonato Brasileiro.
Rafael,
ResponderExcluirNão tenho certeza se podemos chamar de coerência, ou de falta da opções mesmo misturada com a mentalidade simplista do Dunga. Acho que não se pode esperar grandes mudanças ou invenções do comandante colorado, porque ele incorporou no seu perfil de treinador o mesmo futebol simplório e esforçado, mais baseado na força física e no conjunto que sempre executou em campo como atleta!
Assim como o Renato incorpora à equipe o espírito de atacante fanfarrão e improvisador que sobrevive do talento individual aliado à mediocridade dos
adversários que enfrenta.
FJC
Os cronistas querem ver o circo pegar fogo, mas eu também entendo que um time precisa primeiro assimilar um esquema tático definido, para daí sim determinar variantes de acordo com o adversário ou com o que a ocasião requeira! Como o campeonato é longo e por pontos corridos, é muito importante ter elenco qualificado e variações táticas para utilizá-lo da melhor forma possível, mantendo-se com um rendimento/aproveitamento de médio para cima para poder sonhar com o título!
Quanto às previsões de favoritos e tals, só posso me repetir e dizer: Menos pessoal, menos! Tem muita água prá correr ainda, não nos precipitemos julgando em cima de resultados que não indicam nenhuma direção de favoritismo ainda! Qualquer pequena sequencia de duas ou tres vitórias e muda toda a configuração da tabela, tanto em cima como em baixo!
Mas o divertido do campeonato brasileiro é isso mesmo, criar expectativas diferentes a cada rodada, sejam essas positivas ou negativas!