Time faz laboratório no Gauchão para encarar jogo do ano
Aquele empate no final entre Fluminense x Huachipato colocou
os chilenos na briga. Falamos aqui quanto aquele resultado foi ruim para o
Grêmio. A derrota diante o Caracas não era nada impossível (também falamos disso no Blog)
e agora a equipe gaúcha vive uma grande expectativa, vencer ou vencer os
cariocas no dia 10. Todos apontavam a chave como fácil, mas a qualidade (mesmo
limitada) do Hauchipato e a vontade dos venezuelanos equilibraram as coisas.
Enquanto o Grêmio busca a melhor formação, Abel Braga sofre um momento não
muito bom de seu elenco, eis a dificuldade dos dois brasileiros.
A vida de Luxemburgo não vem sendo fácil. Com três
atacantes, o técnico gremista tentou algo diferente, sem sucesso e pelo que se
vê não vai conseguir uma adaptação há tempo. Deve ter descartado da ideia; o
empate com um time misto em Passo Fundo não abala as estruturas do trabalho,
mas um sinal de alerta rodeia na Arena. Sem Elano, como encarar o Fluminense?
Praticamente um turno inteiro para encontrar alternativas
Esta missão não é impossível, no entanto, um empate
praticamente classifica o tricolor carioca e deixa o Grêmio em uma enrascada,
principalmente se o Huachipato conseguir ao menos um ponto na Venezuela. Abel
Braga aprendeu a lição e não deve repetir aquela formação ridícula da partida do
Engenhão. Arrisco dizer inclusive que sua equipe entra com três volantes,
liberando Jean um pouco mais. T. Neves, Deco ou Vagner deve fazer a ligação e
se dois destes estiverem em campo sobraria para W. Nem. Como será um esquema de
contra-golpe, creio que apenas um dos três meias começa o jogo, recuando W. Nem
para Fred concluir tudo que vier para a área.
Luxemburgo sabe disso e precisa surpreender! O feijão com
arroz inteligentíssimo nas costas do lateral direito Bruno, deslocando Barcos
para a esquerda apoiado por André Santos foi algo planejado por quem entende. Muito
simples, mas bem articulado... todos achavam que o Fluminense venceria na
hora que quisesse, menos Luxemburgo e seus comandados. O grupo gremista é de
altíssimo nível, mesmo naquela ocasião buscando um padrão ideal e equilibrado ainda. Por isso, o experiente Abel
Braga caiu na arapuca.
O salto dos cariocas vem bem baixinho para Porto Alegre, e aí
mora o perigo! Enquanto o Fluminense perdeu na hora certa, uma derrota do
Grêmio seria na hora mais errada possível. O empate também é ruim, como já
dissemos antes. Então Luxemburgo PRECISA continuar o laboratório.
Honestamente eu acredito que o 4-4-2 e a paciência sejam o
mais recomendável neste embate. Barcos, Vargas, Kleber e Wellington, apenas
dois destes devem sair jogando.
Pitacos:
* Pra mim, jogador não tem que falar de esquema tático. Se
não for para elogiar ou parabenizar o treinador nos microfones da imprensa, que
fale o que pensa internamente para a comissão técnica e o restante do grupo.
* A punição da Conmebol foi sacanagem, mas já encheu o saco
essa ladainha do L. Fabiano a cada jogo do São Paulo. Vestindo a camisa do Clube
que diz tanto amar deveria compensar qualquer insatisfação. Não está feliz?
Abre o jogo, diz o que realmente está acontecendo, rompe o contrato se for o
caso, arque com as consequências disso e bola pra frente. Quer ficar? Então
faça como fez Luxemburgo neste Domingo e Barcos semanas atrás! Exemplos
notáveis de profissionalismo, foco e dedicação. O comum teria sido ficarem de luto
pela morte da mãe e do cunhado, respectivamente. Mas eles não são profissionais
“comuns”. Jamais poderíamos julgá-los se tivessem ficado de fora ao invés de ir
a campo (Luxemburgo – Passo Fundo, Barcos – Rio de Janeiro), no entanto, esta
atitude extraordinária merece todo nosso reconhecimento.
* Um jogo que não valia nada, mas times titulares em campo
no clássico São Paulo x Corinthians. Ambos praticamente classificados, mas a
moral ficou toda no Parque São Jorge. Valeu a pena? Mesmo líder, Ney Franco
balança no cargo novamente. Ano de Libertadores tem que priorizar ou não? Fica
a pergunta.
* Ronaldo deu um show e falou uma das maiores verdades do
ano! A geração que deveria liderar nossa seleção é composta por Adriano, Kaká e
R. Gaúcho. A garotada da nova safra não está pronta e os caras citados estão
aquém do que se precisa. Muita gente boa pode se queimar, pra sempre!
* Quarta começa a competição “prioridade” do Inter na
temporada! O retorno para a Libertadores com o título da Copa do Brasil é o
maior objetivo Colorado de 2013.
* Eu acredito que o Atlético-MG tenha aprendido a lição no
Brasileirão de 2012. Nota-se que o grupo está focado e o time vem na mesma
sintonia. Já começo achar que temos um forte candidato ao caneco da América,
apesar de o Clube não estar totalmente pronto para isso. Na segunda fase o bixo
pega de um jeito diferente! Vamos ver se os mineiros estão preparados para a
dinâmica, logística e todos os percalços extra-campo da competição continental a partir do mata-mata.
* Falei e venho falando... Vasco e Flamengo são candidatos a
fiascos em 2013. O rubro-negro até trouxe dois nomes de muita qualidade, C.
Eduardo e Elias. O problema que ambos não vivem bons momentos e o Ibson sequer é titular.
No Vasco o problema é ainda maior, não tem milagre que Paulo Autuóri possa
fazer com um grupo tão ruim.
* Muitas vezes, ir às trevas faz bem para uma equipe. O Palmeiras tem um único
objetivo na temporada, o acesso! Essa derrota de seis gols para o Mirassol já refletiu e apesar
de toda a dificuldade. Uma vontade muito maior se viu dentro de campo no último
jogo pelo Paulistão. O gol nos acréscimos acompanhado da comemoração dos
jogadores com o Gilson Kleina na beira do gramado, me parece o caminho. Não é atoa que a direção
manteve o treinador no cargo. A falta de qualidade compensada pela garra pode ser a arma na Série B.
Saudações Coloradas
Imagem: Globo.com

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ResponderExcluirCaro Rafael,
ResponderExcluirSobre o esquema tático com três atacantes e a derrota do Grêmio, dessa vez, eu concordo com o que disse o Luxemburgo quando questionado sobre isso. Ele não creditou a derrota apenas em função do esquema com três atacantes. Não foi o esquema tático em si que perdeu, foi a falta de empenho do time como um todo. Jogando daquele jeito, talvez, perdessemos de qualquer maneira, com qualquer esquema. Falta corrigir o posicionamento, reentrosar o time com o Barcos e o Kleber, e isso levaria uns dois ou três jogos seguidos. Só que o Gauchão não está tão fácil assim, para fazer testes ou um laboratório como se diz. Os times jogam firme e se aproveitam das falhas. Será mais fácil testar a formação com três nos treinos táticos que nos jogos, já que o tricolor fica na obrigação de vencê-los nesse segundo turno.
Outra coisa: o esquema não foi utilizado com o Vargas na frente, mas com Welinto, que não tem a mesma qualidade do chileno. Welinto, aliás, não é nem mesmo superior ao Leandro que foi para o Palmeiras. Mas isso é outra história.
Contra o Fluminense tudo pode acontecer. O que nos deixa mais esperançoso é o fato do tricolor gaúcho jogar melhor contra times do mesmo nível.
Na minha opinião, o grande problema do Grêmio é o excesso de jogadores renomados e muito rodados, já muito ricos no futebol, com uma certa acomodação em função do nome que possuem.
É a tal "zona de conforto" a que se referia o saudoso filósofo do futebol, Fernandão. Não existe outra explicação para um empate com Passo Fundo e as derrotas para Caracas, Huachipato e Cruzeirinho, respectivamente.
Sobre os Pitacos:
- No São Paulo, creio que Ney Franco vem perdendo o chamado "controle nos vestiários". Ele já teve atritos com Rogerio Ceni, Luis Fabiano e Ganso, três bagres velhos, com muita liderança entre os companheiros de grupo.
- Sobre o Atletico-MG e aí se inclui a liderança de Ronaldinho na seleção, eu prefiro esperar para ver. Mas não confio no gaúcho como líder da seleção. Em jogos decisivos, foi um amarelão, ainda tem que provar essa liderança, tanto no clube quando na equipe de Felipão. Atlético-MG pegou um grupo fraco na Libertadores, o único que poderia desafiá-lo é o São Paulo, mas este vive em crise, com o Ney Franco com a corda no pescoço.
- Na seleção brasileira, temos uma máfia sendo denunciada e investigada. O Ronaldo Nazário é suspeito em seus comentários, pois agora faz parte da equipe esportiva da Rede Globo, pródiga em encobrir fatos e denúncias polêmicas. Confio mais no Romário, que embora não seja o dono da verdade, pelo menos, tem exercido o seu papel crítico, enquanto parlamentar no congresso. Não sei se o problema da seleção está na falta de liderança, falta bom senso dos treinadores na hora de convocar e falta vergonha na cara de alguns jogadores como o Neymar. Como Luis Felipe vai vencer um jogo, convocando um sujeito como Diego Costa, que nunca ouvimos falar que jogava futebol? Outra questão: O que o Parreira faz na seleção, além de assistir os jogos e ganhar muito dinheiro?
Quem convoca os jogadores é mesmo o treinador Felipão?!
-O Pelaipe falou a pura verdade quando questionado sobre alguns jogadores do futebol brasileiro, sobretudo, o CE10. Todos imaginavam que ele seria o Zico, mas ele não é o Zico, ele é Carlos Eduardo; todos deliravam que Neymar fosse o Pelé, mas Neymar não é o Pelé, é so o Neymar. O Pato (ou Damião) era para se tornar um novo fenômeno, mas o Pato é apenas o Pato, Damião é o Damião. Assim, vários nomes que surgiram na geração que sucedeu ao Ronaldo Nazário, foram taxados muito cedo como grandes craques, de modo equivocado e prematuro, daí essa desconfiança e todos esses questionamentos sobre o futuro de nosso futebol na Copa
Rafael,
ResponderExcluirAcredito que é muito pequena a diferença entre os dois esquemas acima citados, pois basta o Barcos ou o Vargas segurar um pouco mais pelo meio, até mesmo se revezando entre eles para um fazer companhia ao Kleber ou Welington mais fixo à frente (na minha opinião prefiro o Kleber por ser mais incisivo) e talvez a ausência do Elano não seja tão sentida.
Quanto ao Fluminense, é certo que o Abelão não vai "se abrir" tanto como no RJ pois ele não é nenhum principiante neste mundo da bola. A fraca e irregular campanha no campeonato Carioca tem sido encoberta pelas ridículas campanhas de Vasco e Flamengo, mas o foco principal deles também é a LA.
Mas por favor, vamos nos decidir afinal: o Gauchão serve ou não de parâmetro para alguma coisa? Como laboratório é válido ou não?
Sobre o São Paulo: muitos criticam Murici, Felipão e até o Luxemburgo e outros treinadores por serem déspotas, mandões e disciplinadores, mas o Ney Franco que é "bonzinho" e amigo dos jogadores por onde passa, não consegue manter o controle do elenco porquê? Será que onde tem muito cascudo tem que ser só na base da paulada? Esta é uma pergunta para ser respondida pelo "saudoso filósofo" (como bem alcunhou o FJC) Fernandão, afinal parece que ele também passou por uma experiência semelhante, e logo na sua primeira tentativa de ser treinador!
FJC
Me parece que o problema na seleção é muito parecido com o do Grêmio, como tu disse acima: falta vergonha na cara de alguns, além de comprometimento com quem lhes paga os salários (bem gordinhos por sinal)!
Quanto aos chamados "craques" atuais, tem alguns com potencial prá isso sim, mas o ideal seria que a imprensa baba-ôvo (Rio-SP principalmente) fizesse como diz o pagodinho meia boca: "Deixa acontecer, naturalmente!" E não ficasse forçando nós todos a engolirmos na marra essa pecha artificial e prematura de craque ainda preso ao cordão umbilical! Essa prática já enterrou muitos talentos que despontavam com muito futuro!
Marcão,
ResponderExcluirEstá difícil de entender certas coisas que acontecem no tricolor, alguns jogadores são afastados por briga com o Luxa, caso do Vilson; outro por estar gordo, caso do Anderson Pico; e outro, por estar com contrato próximo ao vencimento, caso de Bertoglio. Agora, surge um afastamento por uma questão técnica, como é o caso de Marcelo Moreno. Mas se analisarmos a tal questão técnica, o que isso significa?
O que será que o Luxemburgo e o Ruy Costa querem dizer com "problema técnico"? Significa que o jogador está mal tecnicamente? Que não sabe mais dominar uma bola ou chutar no gol? Ou não estaria em boas condições físicas? Ou será que o termo "técnica" significa um conjunto de fatores, seja o desempenho em campo, seja o comportamento dentro do grupo? Será que ele foi flagrado na noitada? Ou será que se trata de uma simples rivalidade com o empresário?
Tem aquela história de que o Moreno havia subornado alguns membros da geral, para levar faixas para o estádio, pedindo o seu retorno.
A questão "técnica" não está bem explicada. Se a questão técnica for o desempenho técnico em si, então, Welinto, Vargas, William José e até mesmo o Kleber, poderiam entrar nessa lista, afinal, todos estão abaixo do que se esperava!
As decisões, as opções, e as justificativas da direção e do treinador, não fazem sentido. Se é verdade que o Moreno não está jogando nada, é verdade também que os outros, com excessão do Barcos, também estão devendo.
E a decisão de deixar o Bertoglio fora só porque seu contrato vence antes de terminar o campeonato também pode ser questionada, afinal, Vargas também também tem uma cláusula que permite que ele saia a qualquer momento, conforme a vontade do Napoli da Itália.
Não vejo grande diferença entre o argentino e o chileno, exceto, o mito que se criou em torno do Vargas, logo depois que saiu do Universidade do Chile.
O Grêmio tem muitas questões mal explicadas e mal resolvidas nos bastidores, que a torcida não sabe. Fabio Koff e Ruy Costa guardam a sete chaves, certas questões. Por onde passa, Luxemburgo sempre arruma problemas com "jogadores estrelas" no time. Foi assim com Marcelinho Carioca no Corínthians; foi assim com Ronaldinho no Flamengo. Seja onde for, ele tem problemas, ou com jogadores ou com jornalistas.