segunda-feira, 23 de abril de 2012

Os Limites do Grêmio


O técnico Vanderlei Luxemburgo e a diretoria tricolor promovem um discurso estranho, quando aparecem na imprensa cobrando os jogadores por melhores resultados, mesmo sabendo que o time joga no seu limite. Parece mais um discurso que visa transferir e isentar-se da responsabilidade em cima dos jogadores. Marco Antonio joga no limite; André Lima joga no limite, só para citar dois exemplos. Não discordo totalmente da ideia de que o time tem jogar com espírito de luta e de superação, como em outros tempos, quando lutávamos contra todas as dificuldades. Todas as grandes conquistas do velho tricolor de guerra foram na base do esforço mútuo, lutando contra todo tipo de obstáculo. Mas dessa vez, Odone e Luxemburgo exageram.
Luxemburgo nunca admite suas falhas, assim como Odone não quer admitir que houve erro de planejamento, mais uma vez.
O time joga no limite, e a comissão técnica e a diretoria exige mais, porque sabe que só a superação poderá vencer o Inter ou um São Paulo ou um Cruzeiro, numa decisão. Além disso, na derrota, nunca irão admitir que o problema é deles. É sempre problema dos outros.
Sem Gladiador para lutar na frente, sem o Moreno em cem por cento das condições, o tricolor ficou sem o referencial no ataque, obrigando aos dirigentes virem com esse discurso falastrão e um tanto covarde, na reta final do Gauchão e da Copa do Brasil.
A diretoria sabe que errou em gastar demais com apenas dois jogadores, que não estão jogando. Poderia ter montado um time médio, igual ou superior a esse, sem gastar muito. Quanto ao Luxemburgo, esse também sabe que será cobrado pelo alto salário que recebe. Sempre foi um inimigo do tricolor nos últimos tempos. Hoje, assim como o Felipão, Luxa mudou de lado. Mas será cobrado por resultados, muito mais do que os jogadores.
Também há uma tentativa de se livrar da "mea culpa", por não ter conseguido mais reforços. A diretoria foi mal sucedida, em sua tentativa de trazer um zagueiro e um meia esquerda do exterior. Então só restou a ideia de buscar alternativas no grupo, mesmo que na base do improviso e do sacrifício. Daí a necessidade de se jogar com Gilberto Silva na zaga e de Léo Gago na meia esquerda. São jogadores de bom nível técnico, a meu ver. Mas jogam no seu limite. Dentro de determinados jogos, conseguem se destacar. Só não sabemos se podem ir além disso. O que podemos esperar desses atletas? "Não sois máquina. Homem é que sois"(Chaplin).
Mário Fernandes está vendido, porque o clube precisa de grana em caixa. Do ponto de vista financeiro, do ponto de vista utilitarista e do ponto de vista da necessidade, a venda é a melhor solução. Impossível mantê-lo. Chegou a hora. Certamente, a diretoria se mobiliza para trazer reforços para o Brasileirão, visto que, o time ainda não está pronto para a disputa.
Na bola, o Grêmio não tem a menor chance contra o Inter no Gauchão. Na Copa do Brasil, nossos maiores rivais são os "bambys", o Cruzeiro. Esses seriam os de maior tradição.
Mas existem outros, de menor expressão, jogando no mesmo nível ou até melhor. No Brasileirão, não ficaríamos entre os quatro primeiros, de jeito nenhum.
Podemos superar Corínthians, Vasco, Fluminense, na base da estratégia, na base da garra, da união e na força do grupo, mas no futebol, em termos técnicos, o tricolor ainda é inferior a todos esses clubes. Esse discurso de que devemos ter mais aplicação já não nos convence mais. No passado, para ser vencedor, o tricolor não teve somente garra, teve também qualidade, inteligência, sorte (no sentido de imortalidade), e competência, que é o que parece que está faltando agora não só nos jogadores, mas na atitude dos dirigentes e do técnico.







terça-feira, 3 de abril de 2012

Luto tricolor


Hoje mais uma estrela brilha no céu azul do Rio Grande, vencido pela doença e pela idade, nosso maior zagueiro de todos os tempos subiu para encontrar Everaldo, Foguinho, Gessy, Luis Carvalho e outros que vestiram e honraram o manto sagrado tricolor porto alegrense. Zagueiro de alta categoria que nunca usou de violência e segundo quem o conheceu e o viu jogar, acabava desmoralizando os atacantes adversários com seus dribles clássicos, um deles era um passe de letra que costumava dar para seu goleiro, atrasando a bola de forma arriscada. Só ele tinha coragem de fazer isso devido a sua habilidade acima da média até mesmo de atacantes, imaginem de zagueiros. Foi tão bom que além do Grêmio que era uma potência nacional na época, jogou também no fenomenal Santos do Pelé, que era base da seleção Brasileira onde foi campeão mundial em 1962.
E que ironia do destino, exatamente quando se vai nosso ídolo Airton “Pavilhão” o melhor dos melhores zagueiros que vestiram nossa camisa, estamos há quase dois anos extremamente carentes de zagueiros que dêem segurança a nossa defesa. Seria o desgosto que minou suas forças para resistir à infecção generalizada que o abateu?
Airton Ferreira da Silva descansa em paz! Um zagueiro que não fazia faltas, quanta falta tu nos faz!