sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Inter 1 x 2 Grêmio

























Peço licença dos senhores, para publicar um texto que achei interesantíssimo, além de muito engraçado, a respeito do último grenal. Creio que foi a visão de todos os colorados. O texto foi escrito por DOUGLAS CECONELLO, e pode ser acessado aqui: http://impedimento.org/2012/02/23/o-vinho-e-o-vinagre-da-juventude/

Em frente à televisão, talvez ainda morando no hotel em que o Grêmio se concentra, atitude que pode ser encarada como um masoquismo quase santo ou simplesmente a espera para acordar de seu pesadelo de Carnaval, Caio Jr deve ter chorado, ganido e talvez sentido uma pontinha de orgulho da retumbante atuação tricolor no Beira-Rio e da consequente vitória de 2 a 1 que garantiu a equipe nas semifinais do primeiro turno do Gauchão. Também é possível que o final do jogo o tenha feito cuspir certas convicções, já que em dois treinos Roger mostrou-se capaz de fazer o time jogar de uma forma que sob o comando de Caio Jr. parecia impossível.

Pois diante dos olhos de Van der Burgo de Luxerleia, o Grêmio subitamente remontado por Roger – com uma zaga formada por Naldo e Gilberto Silva e uma meia-cancha onde desfilavam Fernando, Leo Gago, Souza e Marco Antônio – encaixotou o Inter num saco por onde nem luz passava ao longo de todo o jogo, com raríssimos lapsos de tempo em que o sufocado HOMÚNCULO vermelho tentava se debater, sendo logo novamente combalido pela sonolência.

Se o grande TRUNFO vermelho supostamente estava em administrar a posse de bola no meio-campo, o treinador instantâneo do Grêmio conseguiu combater justamente este aspecto ao permanecer o máximo possível com a bola nos pés, com toques rápidos e partindo para uma marcação agressiva quando os tricolores perdiam a pelota. O triunvirato composto por Fernando, Leo Gago e Souza promoveu um trabalho magistral, que impediu D’Alessandro e Oscar de fazerem o Inter jogar.

Na frente, Kléber deslocava-se como uma POMBA-GIRA por todos os lados do campo, criando as melhores chances e assumindo uma condição de ator principal que ainda não tínhamos visto neste picoteado roteiro gremista de 2012. O centroavante Marcelo Moreno, apesar de não ter mostrado uma apresentação VISTOSA, fazia um papel secundário importante, saindo da área para receber a bola de costas e poupando parte do trabalho do setor de armação tricolor. Quando o Grêmio já tinha colocado LOS DEMENTES DE DORIVAL completamente no bolso, marcou seu primeiro gol. Após cobraça de bola parada, Muriel usou toda sua descoordenação motora para rebater ao meio da área, nos pés de Gago, que chutou na trave e a bola RICOCHETEOU nas azaradas paletas do arqueiro para atravessar a linha.

O ímpeto gremista diminuiu, mas não por qualquer melhora dos colorados. Impressionou a bagunça generalizada que reinou em todos os setores do time, culminando com o supremo nonsense de Dorival Júnior conseguir levar um incontestável nó tático de alguém que ainda nem é treinador de fato. Para começar, este senhor que frequenta a casamata do Inter não conseguiu sequer posicionar seus dois volantes, que pareciam dois lunáticos hippies correndo de mãos dadas e tentando chegar a Woodstock pela Estrada do Mar. Disso resultou que o Grêmio chutou mais ou menos umas dezenove bolas de dentro da meia-lua da área. Este senhor cujo nome proporcionaria rimas PICANTES também conseguiu deslocar Oscar para todos os QUADRANTES do campo, sempre procurando um lugar onde ele conseguisse render menos.

(Uma das belezas de ser colorado é poder soar velho carregando no lombo apenas cerca de três décadas de vida. Pois saibam que cada torcedor colorado que manifestava sua crença em uma vitória avassaladora no Gre-Nal durante a quarta-feira destruía um pouco meu caráter forjado nos anos 90 – e foram muitos, quase tantos quanto os passes que Élton errou. Porque não é possível que alguém com o mínimo de conhecimento sobre o FABULÁRIO vermelho tenha realmente acreditado que o Inter venceria pelo simples fato de estar em uma fase RAZOÁVEL, enquanto o Grêmio anda numa situação tão calamitosa que aproveita até o RECUO DA BATERIA para subistituir o treinador.)

Também causa espanto que alguém tenha considerado favorito um time que entrou em campo com um goleiro que espalma todas as bolas para o meio da área, um improvisado lateral-direito que teve a pior atuação de um ser vivo calçando chuteiras e Sandro Silva, que passou o jogo inteiro se achando um ZIDANE DE ÉBANO. Mesmo assim, com a desenvoltura de um gambá atropelado por uma VARIANT, o Inter conseguiu empatar, quando Dagoberto aproveitou passe MANCO de Fernando, correu algumas léguas e largou para Damião encobrir Victor.

O que aconteceu no vestiário do Inter nos quinze minutos de intervalo é algo que, segundo EMENDA no regulamento do clube, só poderá ser divulgado daqui a 180 anos. Porque surpreende que o time colorado tenha voltado absolutamente igual, com uma marcação frouxa diante do OUSADO toque de bola gremista, nenhuma articulação e uma insistência inexplicável em jogar apenas pelo lado direito, aquele onde estava Elton, O AIPIM. Aliás, este senhor cujo nome inclui DOR e RIVAL ainda conseguiu azedar ainda mais nosso intragável CABERNET tirando Sandro Silva para colocar João Paulo em vez de sacar o improvisado lateral e deslocar o Sandro “EUSÉBIO” Silva para lá – ou tirar os DOIS de campo, ou jogar um carrinho de mão no gramado para parar o jogo. Qualquer coisa.

O gol do Grêmio era uma questão de tempo, o que nos levava àquele supremo DELÍRIO de querer que acontecesse logo para ver se algum rebuliço sucedia na cancha. Pois foi só Caio Jr sair que o Grêmio começou a mostrar MATIZES de Barcelona, o que mostra que o treinador estava no caminho certo. Com um toque de bola envolvente, o segundo gol saiu após Marco Antônio, talvez um dos mais apagados da AZURRA DE AZEÑA, deixar Kléber à vontade na cara de Muriel, e daí para os barbantes. O mais constrangedor, motivo de demissão ainda durante o jogo, aconteceu nos dez minutos seguintes. Mesmo perdendo, o Inter foi SOTERRADO pelo time de Roger, O NOVIÇO, que criou algumas chances, teve trinta e sete escanteios e merecia ter deixado o placar tão esticado quanto a minha vergonha. O Inter ainda perdeu duas chances, uma com Damião, apenas para que Victor também tivesse sua vitória pessoal, e outra com Oscar, lance que fez arregalar os olhos de todos os advogados do Brasil.

Uma vitória irretocável do Grêmio, que só poderia acontecer em um clássico e diante do turbilhão de pequenas infelicidades que vem reinando na caminhada de uma década dos tricolores. Quanto ao Inter, uma derrota em clássico não é tão perturbadora quanto a atuação absolutamente lamentável, onde aquele senhor, que deveria pagar alguel para ficar no banco de reservas e que conseguiu parar o jogo para ser expulso faltando um minunto para o fim, teve o demérito de ser um dos principais responsáveis. Claro motivo para demissão. Mas nós que torcemos somos amadores. Os profissinais refletem até o momento em que até o cavalo já desistiu da carroça.

Saudações,

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

NO LIXO


Celso Roth deixou o sofrimento e as contestações a beira do gramado para se tornar um dos melhores comentaristas do meio jornalístico esportivo. Para Roth, o goleiro, o meia de criação e o centroavante são os mais cobrados, são personagens que para o público e para os analistas de plantão, pagam um alto preço caso não correspondam às expectativas. Em situações em que um atleta comete erros, afirma ele, o treinador tem que saber lidar com o problema, tem que compreender o real valor do jogador para a equipe, verificar se não é uma uma dificuldade momentânea, enfim ver o atleta como ser humano, que pode errar em determinados momentos. Num de seus textos, no blog da RBS, comenta: "Quem olha de fora, não tem noção do que é um elenco de clube grande. O caminho mais fácil e comum para quem não vive o dia a dia é jogar fora no lixo (como diz a Sandra de Sá) quem está mal, e elevar às nuvens quem está indo bem".
Os formadores de opinião e o público em geral tanto podem falar mal hoje, como podem falar bem amanhã, e tudo muda conforme as circunstâncias, conforme o ponto de vista. Segundo Roth, os atletas até sabem bem lidar com essa situação, mas podem ser afetados nos momentos de crise. O que hoje é "ouro", amanhã pode ser um "lixo". E tudo muda conforme os ventos.
Deixando o mais novo grande comentarista do meio esportivo de lado, vemos nos poemas de Shakespeare a seguinte reflexão: "Se os homens sei que como plantas arborecem E o céu que lhes dá aplauso é o céu que os vem vaiar; Gloriam-se da seiva e no ápice decrescem, Para afinal esse auge esplêndido olvidar (SONETOS, XV)".
Se observarmos bem o mundo do esporte, sobretudo, o mundo do futebol, perceberemos o quanto a vida como profissional, seja do jogador ou do técnico, é marcada por bons e maus momentos, em que os seres humanos estão cercados de hipocrisia por todos os lados, e a sorte os poderá tornar tanto ídolos hoje, como vilões, amanhã.
O que separa o craque do perna de pau? Atualmente, basta um jogador viver um bom momento para a imprensa o transformá-lo num craque. O contrário também pode acontecer com profissionais que não suportam a pressão, o estresse, a cobrança por resultados imediatos.
Existe o craque, o bom jogador, o jogador mediano e o pereba, que conhecemos como "perna de pau", aquela figura que não entendemos como chegou ao profissional. A palavra craque, segundo o dicionário, significa uma onomatopeia de algo que se quebra(crack!). Daí vem talvez o sentido de que craque, no futebol, é aquele que arrebenta, aquele que "quebra" o adversário. Na mitologia grega, Crack é um monstro sedutor e perigoso, cheio de tentáculos, que devorava seus adversários, a serviço do Deus Hades, no reino dos mortos. Sem levar em conta o sentido atribuído a droga mais famosa, e voltando para o futebol, O que é um craque?
O craque é um jogador que desequilibra, que faz a diferença. Como a onomatopeia da língua portuguesa, pode significar aquilo que quebra o adversário, ou como na mitologia, seria aquele que destroi e vence o adversário dentro de campo. O craque é craque porque prova isso dentro das quatro linhas. Em outras palavras, o que podemos entender por craque, é que ele seria um jogador que já levantou a taça de campeão do mundo ou já foi eleito melhor do mundo e é reconhecido e temido por todos.
Todos concordam que Messi é craque. Alguns argentinos o consideram, tecnicamente, melhor que Maradona, exceto no quesito seleção argentina. Messi ainda não teve o mesmo desempenho na sua seleção. Ele alternou boas e más atuações e não conseguiu ser campeão do mundo pela seleção de seu país. Alguns justificam o fato, por ele, jogar num time muito bom, que é o Barcelona. Na seleção argentina, ele não tem os mesmos jogadores qualificados como no time Catalão. Mas e o Maradona? Maradona foi craque na Seleção e Maradona foi craque nos clubes por onde passou. A ideia de que Messi não joga bem na seleção por causa da pouca eficácia de seus companheiros se torna uma falácia, quando lembramos que Maradona também jogava praticamente sozinho na época em que atuou.
Então de novo volta a questão? Messi é craque assim como Maradona? Ou teria sido Maradona um gênio, um gênio entendido como um personagem acima do próprio craque, acima do normal?
Neymar é craque no Santos, ou seja, para os santistas, no campeonato paulista, e em alguns jogos do Brasileirão! A nível mundial está longe de ser craque, pois ainda não foi campeão do mundo nem sequer pelo seu clube, muito menos pela Seleção. De modo geral, se o craque é aquele que já provou que é craque com títulos, então Neymar ainda não é craque, é uma historinha que nos contam na televisão. Ronaldo Nazário, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Romário já foram craques.
Renato Gaúcho foi craque do Grêmio, do Flamengo, do Fluminense, do Bota-Fogo, do Cruzeiro. Na seleção brasileira, contudo, não era craque, era apenas mais um entre tantos bons jogadores.
Existem outros grandes jogadores que atuam no futebol brasileiro, que podem ser considerados como grandes jogadores ou bons ou excelentes jogadores, mas não são craques.
Assim, por exemplo, D'Alessandro pode ser classificado como excelente ou ótimo jogador, mas não é craque. Jogadores revelados pela dupla, como Anderson e Pato, eram considerados "novos craques", hoje seriam bons jogadores, atuando em grandes clubes da Europa, porém, não são craques, pois não estouraram no maior futebol do mundo e nem sequer na Seleção tem lugar entre os titulares, o que nos leva a duvidar se estariam no pelotão de elite, por assim dizer. Jonas provocou uma grande crise na falta de gols, a partir do momento em que deixou o Olímpico. Era um excepcional atacante, mas não podemos chamá-lo de craque. Para os gremistas, Tarciso, sim, foi craque. O Paulo Nunes de 95 e 96 fazia a diferença e podemos dizer que, no Olímpico, foi craque. O lateral esquerdo Roger, hoje auxiliar técnico, e treinador titular no próximo Grenal, era de médio para bom lateral. E no entanto, desde a sua saída em 2001, o tricolor não encontrou estabilidade na lateral esquerda.
No time atual do Grêmio, Victor é um bom goleiro, está longe de ser apenas um médio. Gabriel e Mário Fernandes são bons jogadores, longe de serem apenas médios. Julho César também é bom jogador, um pouco acima da média. Ninguém nega que Fernando é um bom volante, provavelmente, um dos próximos a figurar na seleção brasileira. Kleber e Marcelo Moreno já provaram que são ótimos atacantes, resta manter essa escrita. No mais, jogadores como Marco Antônio, Marquinhos, Léo Gago, são jogadores de nível médio, considerados, bons jogadores para os seus clubes de origem, como a Portuguesa de Marco Antonio, o Coritiba de Leo Gago e o Avaí de Marquinhos. No tricolor, no entanto, estão longe de ser os melhores, são considerados jogadores de nível médio.
Outras figuras desconhecidas ainda são incógnitas, difíceis de qualificar, muito cedo para termos uma avaliação, como é o caso de Grolli, Naldo, Pablo, Felipe Nunes, etc. Não será surpresa se daqui a algum tempo, esses atletas não sejam destaques por outros clubes, em outras circunstâncias, em outra fase da carreira, como já aconteceu.
Bolívar foi dispensado pelo Grêmio por ser considerado muito limitado como lateral direito. Pouco tempo depois, teve a oportunidade de entrar para história do Inter, como um dos zagueiros mais vitoriosos com a camisa colorada. Guiñazu atuava com meia esquerda avançado, e era horrível de se ver. Tite alterou seu posicionamento para a segunda função do meio campo e ele se tornou um dos melhores volantes da América do Sul. Damião rodou por times da segunda divisão do futebol catarinense, e nem o Paraná Clube apostava um vintém. Hoje está supervalorizado, cotado para jogar no melhor time do mundo.
A sorte, a fama, a glória, é momentânea e passageira. E o que entendemos pela palavra craque hoje, pode não ser a mesma amanhã. Os vilões de hoje, podem ser os heróis de amanhã, como Luxemburgo, que nos tempos de Parmalat era vilão dos gremistas. Hoje, porém, não se tem outra alternativa para os gremistas a não ser torcer para que seja o salvador. O futebol como a vida é cheia de ironias, cheia de surpresas e mudanças.
Alguns críticos consideram a demissão de Caio Júnior precipitada, pois com a fragilidade do elenco atual, a responsabilidade não poderia ser atribuída somente ao técnico, que não é capaz de fazer milagres. Joguem o time no "lixo", não se pode fazer nada com essa equipe! Mas será mesmo impossível extrair algo de bom desse grupo? Já vi o tricolor com time pior que esse, dando melhores resultados!
No geral, o time do Grêmio, a meu ver, está de médio para bom, muito acima dos times do interior, e mesmo assim Caio Júnior não conseguiu dar padrão à equipe. Celso Roth pode ser contraditório por nos trazer em seu blog grandes ideias, contrariando aquilo que fazia na prática quando estava à beira do gramado. No entanto, ele está absolutamente certo em afirmar que o treinador tem que administrar os conflitos, quando a opinião comum joga contra, quando a multidão julga pelo momento. Conceitos de "craque", de "bom" e de "mau" jogador são relativos e mudam conforme o tempo e conforme o contexto. Não há uma "verdade absoluta" ou uma conotação que nos livre de equívocos de julgamentos preconcebidos, sem a influência do meio em que nos rodeia, sem influências externas, que possam fazer com que tenhamos um ideia descompromissada e desinteressada.
Quem garante que Grolli não será o herói com a camisa do Inter amanhã, já que foi colorado na infância?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TEMPO DE DAR UM TEMPO


No livro bíblico de Eclesiastes, atribuído ao sábio Rei Salomão, que reinou sobre Israel durante 40 anos, a mil anos antes de Cristo, registra-se uma apologia ao tempo, indicando que a cronologia das coisas obedece ao tempo certo, e de que há um ciclo perfeito para as coisas acontecerem.
Diz:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Eclesíaste 3:1)
O tempo pode ser nosso maior aliado ou nosso maior inimigo. A maneira como lidamos com ele, como interagimos com as conseqüências de sua passagem sobre nossa vida e, principalmente, o legado que vamos construindo à medida que nos relacionamos determina a qualidade do nosso tempo – durante o tempo todo.
Poderíamos até dizer que ser feliz é ser senhor do seu tempo, e não ser escravo dele!

Como já temos abordado sistematicamente o tema imediatismo, resolvi fazer este post sobre o assunto. É uma verdadeira praga que aflige nossos tempos modernos, em qualquer âmbito da sociedade e nós pacientemente assistimos acontecer sem poder mudar os destinos, principalmente de nossos descendentes que inevitavelmente sofrerão as conseqüências de tudo isto. Não me refiro somente ao meio ambiente que é o que mais está em evidência e é o mais afetado pelo homem nas últimas décadas.
Na política é até vergonhoso o descaso das autoridades eleitas em todas as esferas, e o pior é que nem lembramos quem votou em quem, pois o ato de votar é simplesmente “pra cumprir tabela “ e manter os direitos em dia. Mas vamos ao futebol:
Hoje se uma equipe não vencer pelo menos três jogos seguidos, temos torcedores de todas as espécies revoltados em maior ou menor grau. Desde os que simplesmente deixam de acompanhar seu time do coração, no campo ou nos meios de comunicação até os que se acham proprietários do time, do clube e até mesmo da vida dos dirigentes ou demais profissionais de SEU CLUBE! Alguns chegam a perder a noção do razoável e da civilidade partindo para agressões seja aos torcedores rivais (que consideram inimigos mortais), seja aos dirigentes ou atletas rivais, ou do próprio clube e até mesmo aos torcedores da mesma bandeira. Enfim, é o caos total com a desculpa do amor a uma equipe, que parece ser perfeitamente aceita pelo resto da sociedade. Aliás, resto de sociedade me parece ser estes imbecis travestidos de torcedores “organizados” que parecem não terem vida própria, pois a qualquer hora do dia aparecem alguns para tumultuar treinos, entrevistas coletivas e até na vida privada dos profissionais.
Será que não têm nada mais útil ou proveitoso para aproveitar seu tempo com suas famílias? Será que têm família?
Trabalhar honestamente, estudar para conseguir galgar posições numa profissão decente é muito demorado, é bem mais rápido dar golpes, ou traficar ou até pegar uma arma e sair assaltando por aí! E haja cadeias, e haja políticos corruptos levando o seu rapidinho por que na próxima eleição é outra história, ninguém vai lembrar mesmo porque já estará ouvindo apenas a campanha presente, e se ganhar uma camiseta já acha que está no lucro!
Quanto aos clubes de futebol especificamente, criou-se uma roda viva que é alimentada pela pressão conjunta da mídia, torcida e falta de inteligência dos dirigentes amadores que sustenta a um grupo de treinadores numa eterna dança das cadeiras, e outro grupo de empresários que por sua vez movimentam os nomes de atletas de todas as espécies, dos mais desconhecidos contratados por DVD com melhores momentos, até aos mais manjados que trocam de camisas pelo menos uma vez por ano.
E nós fazemos o quê? Cobramos reforços, troca de técnicos, títulos às pilhas, novos estádios.... E assim caminha a humanidade!
(Acho que eu já disse isso antes aqui!)