domingo, 31 de julho de 2011

Quando o barato sai caro


Em primeiro lugar, eu queria dizer que, na minha percepção, o tricolor foi bem e merecia sorte melhor, nessas últimas duas rodadas. Contra o América-MG, a obrigação e a pressão pela vitória atrapalhou. Até agora não entendi como o Grêmio não conseguiu fazer gols no time de Antônio Lopes.
Já contra o Flamengo, teve o domínio do primeiro tempo. No segundo, sucumbiu junto com o Victor. Aliás, o goleiro reserva da Seleção também deveria ser reserva do clube em que joga. É uma injustiça deixar Marcelo Grohe no banco, na boa fase em que está. Nem vou falar do Ronaldinho, primeiro porque esse sujeito não existe mais para o torcedor tricolor, muito menos o Grêmio existiu para ele. A derrota no Maracanã foi muito mais em função das falhas e da incompetência do tricolor gaúcho, do que uma grande e fundamental atuação do cabeludo-dentuço, agora ovacionado pela grande mídia, que o querem na Seleção Brasileira.
Para mim, Victor, Gabriel, Douglas e André Lima devem ser substituídos, por Saimon-Mario Fernandes, Adilson, Mirales. O treinador tem que ser um homem com um pouco mais de experiência e vivência de Série A, mesmo que seja mais um medalhão. Julinho Camargo (o urso panda ou maestro da foto acima) é um homem inteligente e explica tudo certinho nas entrevistas. Porém parece não ter muito controle do vestiário na hora de lidar com alguns figurões, já rodados no elenco do Grêmio.
Em outros tempos, nas piores fases, o clube recorreu ao que tinha em casa e conseguiu reverter. Por que agora não pode ser diferente?
Não me surpreenderei, se o tricolor der uma reviravolta nesse campeonato, e volte a ficar entre os primeiros. Mas também não deverei atormentar-me inutilmente se o time cair mais uma vez. O Grêmio da era dos pontos corridos, parece ter vivido sempre entre os "extremos": ou briga pelo G4 ou fica na zona rebaixamento até a última rodada.
No mais, o tricolor é uma confusão só na administração do clube. Os dirigentes não se entendem e não falam a mesma língua. Contrataram Wellington Paulista para treinar e jogar no time B da Copa Rio grande, pois o regulamento não permite que o atleta seja utilizado no Brasileiro da Série A.

Disse Renato Portaluppi, ano passado, antes da renovação:

"Eu sempre dou este exemplo. Se você vai comprar uma calça jeans, tem a de R$ 100 e de R$ 400. Se você comprar a de R$ 100, depois de um mês a calça acabou e é necessário comprar outra. Se você compra a de R$ 400 é só uma vez. Todo o profissional ganha sobre o que produz. Não preciso falar do meu trabalho. Só vou avisar: o barato sai caro".

Naquele momento, ele se referia a renovação de seu contrato para o ano seguinte, procurando um acerto com a direção. Na verdade, lutou o tempo todo para que a diretoria trouxesse jogadores de qualidade, mesmo caros, mesmo que o clube apresentasse problemas financeiras. O resto da história, todo mundo já conhece, o tricolor deixou de gastar com jogadores importantes, sempre no velho discurso de que não havia condições de caixa.
No entanto, se analisarmos os fracos nomes que foram contratados, os fracassos, e a necessidade de substituir os que não deram certo, podemos chegar a conclusão de que jogadores baratos como Viçosa, Vinícius Pacheco, Clementino, Gilson, Carlos Alberto - indicados pelo próprio Renato - mais o Lins, Marquinhos e agora Wellington Paulista, são os jogadores baratos que podem sair caro, visto o risco de um rebaixamento, os prejuízos com rescisão e a necessidade de fazer novos contratos para substituir os que não deram certo.
O treinador Julinho Camargo também pode ser incluído nessa lista, visto que, fora um investimento barato que não tem conseguido colocar em prática suas ideias. Falta a ele a autoridade entre os "cascudos" e a experiência necessária para a disputa de uma Série A.
Ele assumiu o time no momento errado e, logo logo, a diretoria terá que se mobilizar para trazer o Cuca ou até mesmo Celso Roth, para ao menos se livrar da Série B de 2012.
Apesar disso, acredito que seja possível ainda fazer uma garimpagem no futebol brasileiro, e contratar jogadores de nível médio, sem gastar muito. No entanto, a diretoria e os olheiros do tricolor se mostram muito incompetentes para tal missão, visto que, ao contrário de outros clubes, não tivemos nenhum reforço que tenha tido sucesso.
O barato sai caro quando não se sabe descobrir aqueles jogadores que podem dar certo no clube, não porque não existem opções, penso eu. Pois outros clubes tem acertado nas contratações, revelando jogadores até então desconhecidos.




sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fica tudo pro ano que vem.

O momento vivido atualmente pelo Internacional, assim, bem de longe, me lembra a década de 90. Iniciávamos um brasileiro com a única certeza de que..........não seríamos campeões. O jogo de ontem contra o Corinthians deixou isso claro.

Afirmo que o elenco atual do Internacional é o mais fraco desde 2003. Sempre foi estratégia de Fernando Carvalho manter uma base forte, um time titular com qualidade e competitividade, e reservas com capacidade para substituir os titulares. Muitos títulos vieram, alguns não, ora, não dá para ganhar tudo. Mas sempre que o Inter entrava focado, lutava até o final.

Eu não queria estar na pele de Luigi. Pegou um clube politicamente rachado, em um processo conturbado nas reformas do clube, com erros gigantescos, e com um caixa problemático. No futebol, uma folha salarial astronômica, um elenco com quase 100 jogadores, vindo de um fiasco homérico no Mundial, com um treinador desgastado com a torcida, e cheio de jogadores veteranos, com a vida feita e que já ganharam muitos títulos, ou seja, sem ambições. PEPINO.

Luigi começou a trabalhar. Propôs a parceria, para não precisar mais botar dinheiro em obras. Siegmann acabou com o Inter B, dispensou alguns “encostos” do time A, e apostou em ídolo do clube como treinador. Aqui começam o ERROS. Acharam que Falcão faria jogadores medíocres, craques de bola.

Cheio de desconfianças, Falcão assumiu o grupo numa seqüência de jogos incríveis. Era ÓBVIO que uma hora iria perder. Mas Falcão mesmo com pouco tempo de trabalho diagnosticou: NÃO TEMOS GRUPO PARA VENCER O BRASILEIRO. Gritaria geral, crise no Beira Rio, uma fanfarra se 2 semanas para se vender jornais. Mas um ERRO da direção em não acreditar no treinador que a própria direção contratou. Não trouxeram ninguém, não ouviram o Falcão, investiram em 3 ou 4 apostas. E o resultado é o que se vê.

Quase 3 meses depois, se vê um Inter organizado em campo, com um padrão de jogo definido, talvez fazia tempo que não víamos isso. Mas temos certeza que não venceremos o brasileiro. Porque a qualidade do grupo é baixa. No time titular, temos jogadores com baixa qualidade na defesa, jogadores lentos no meio campo, e um ataque com qualidade mediana e sem NENHUMA REPOSIÇÃO À ALTURA. Incrivelmente, a direção se enganou perante um Gauchão vencido precisando parir uma bigorna frente a um time pior e desfalcado.

O que esperar ? Esperar 2012. Sim, porque talvez até lá a ficha da direção caia. Hoje decha a janela das transferências internacionais para compra, a maioria dos vons jogadores da série A já disputou o limite de jogos para transferência. Agora, vamos com o que temos, e aguardemos o resultado. Só espero qua agora, a direção não cometa outro erro: Querer repor o grupo, inchar a folha salarial com um monte de medíocres da série B. Se é para fazer isso, que apostem na base.

Entrarei em estado de hibernação, aguardando 2012. Como fazíamos nos anos 90. A esperança no ano seguinte.

domingo, 10 de julho de 2011

Qualidade, ou Qual Idade?



Não sei se todo torcedor anda meio desmotivado com o futebol, ou se só eu tenho esta sensação de que não tem graça nenhuma ver meu time se arrastando pra conseguir uns míseros pontinhos no Brasileirão 2011, mas em conversas com amigos que torcem para diversos times, Inter, Coritiba, Atlético PR, Santos, São Paulo entre outros, parece que o desânimo é generalizado, sem citar a nossa seleção na Copa América que é a maior decepção, e talvez esteja contaminando os demais níveis do futebol brasileiro.
Mas quero falar a respeito de uma agradável surpresa dentro do time do Grêmio, logo eu que sempre defendi a renovação, o aproveitamento maior e melhor dos jovens valores. Particularmente eu tinha a certeza de que não seria dinheiro jogado fora, mas tinha um pé atrás e achava que o melhor desempenho seria fora das quatro linhas, como exemplo para os iniciantes.
Obviamente estou me referindo a Gilberto Silva, que apesar da idade entra em campo e assume a titularidade absoluta, com um desempenho acima da média em todos os sentidos, inclusive extrapolando as funções de meio-campista presumidamente defensivo, subindo ao ataque e fazendo gol.
Sei que posso estar sendo precipitado julgando apenas pelos dois primeiros jogos, sendo que assisti apenas o de hoje, frente ao Coritiba. Mas a qualidade do meio de campo subiu consideravelmente com a sua postura quase perfeita dentro da região mais povoada do campo. Até o Rockembach me pareceu mais à vontade em campo, e o Douglas muito mais participativo no jogo.
Se esta Comissão Técnica conseguir manter este ritmo de evolução tática de nosso time até o final do Brasileirão com este elenco, teremos grandes esperanças mas só para o próximo ano, porque 2011 não nos dá mais nenhuma possibilidade de título, exceto se subir de produção assustadoramente para ganhar mais um Campeonato Brasileiro.
A única ressalva que tenho é com a Diretoria que insiste em desfazer-se de nossos zagueiros e não trazer ninguém prá reposição, o que é temerário em um campeonato longo como é o brasileiro, pois apesar da qualidade ser relativamente satisfatória, a quantidade pode ser problema se uma daquelas fases de contusões afetar o setor defensivo gremista.
E finalmente gostaria de indagar aos colegas do Blog: ninguém mais posta nada por aqui?