

Depois da rebordosa da Libertadores da América, de colocar os pés no chão e sentir que o sonho da América já era, nada melhor do que “juntar os cacos” (tá na moda esta expressão) e parar pra pensar e repensar aonde que se quer chegar!
Discutindo (no bom sentido) com o colega Adolino, ouvi dele que se deve “pensar grande pra poder ser grande!” Ok! É uma opinião pessoal dele, e acredito que muitas outras pessoas também pensem assim, o que é positivo pois que grande tédio que seria se todos pensassem da mesma forma.
Eu já penso que pra ser grande tem que crescer com naturalidade, sem forçar a natureza. Isto quer dizer que tem que planejar aonde quer se chegar, como vai se chegar e o que podemos usar pra chegar lá. O primeiro passo é o alicerce, senão como vamos construir algo sem base, sem sustentação? Uma hora ou outra acaba caindo, e dá um prejuízo muito grande começar tudo de novo.
A dupla Grenal deixou de usar o Campeonato Gaúcho, que apesar de deficitário isto não se pode negar, para o que serve: no mínimo como laboratório para formar um time base e testar possíveis substitutos para eventualidades, em competições de maior expressão e retorno financeiro.
Com elencos inchados, folhas salariais desproporcionais as arrecadações dos clubes e muita estrela pra pouco céu, as únicas coisas que crescem assustadoramente são as dívidas. Temos diretorias que erram mais do que acertam, como nossos atacantes que chutam três (ou quatro) pra acertar um chute a gol. Não podemos sobreviver ou depender pra sempre do improviso e/ou do brilho individual de um ou outro atleta num dia iluminado.
Chega de viver do acaso, dependendo de sorte e de lances ocasionais para arrancar pontinhos chorados em todas as competições que se participe.
- Vamos raciocinar por partes:
Primeiro, o que gera renda aos clubes de futebol? (Se eu esquecer de algo, por favor ajudem!)
Venda de direitos de transmissão pras TVs.
Venda de títulos sociais e mensalidades.
Venda de ingressos.
Aluguel do estádio para eventos.
Venda da marca do clube pra produtos em geral (souvenirs).
Venda de espaço publicitário no estádio, nos uniformes, etc..
E venda de atletas formados nas bases, que se bem administrada, dá lucros enormes ou no mínimo impede que o clube se endivide (equilibra as contas). Mas como tem “N” intermediários, sobra para os clubes uma merreca quando vende bem!
A mim parece que aí está o furo por onde vaza tudo o que os clubes poderiam lucrar, começa com os treinadores sem compromisso com a política administrativa dos clubes (quando o clube tem uma política administrativa), que preferem pedir reforços caros (muitos “peixes”) a usarem atletas baratos em fase de formação, pra garantirem os resultados imediatos e assegurarem seus empregos por pelo menos uma temporada. E quando o time não está bem o que é a primeira coisa que os diretores fazem? Trocam o treinador, sem muito critério (nem salarial!!!!) apenas pra se justificar com a torcida, a mídia ou com os conselheiros cornetas!
Se a cada temporada revelarem um ou dois atletas para valorizar na próxima temporada e vender, ta garantida a folha de meio ano (claro que uma folha sem exagero). Mas pra revelar um ou dois, tem que no mínimo botar uns quatro ou cinco pra jogar, mesmo que em rodízio, mas efetivamente no time titular. Claro que outros fatores podem influenciar neste processo, a mídia por exemplo! Mas é o risco do negócio, e todo o negócio tem seu risco!
Não consigo aceitar que times formadores por natureza, pois sempre forneceram e ainda fornecem atletas para as seleções de base, não dêem oportunidades aos mesmos em seus times principais, deixando no mínimo dois ou três passarem em branco para outras equipes todos os anos.
Então, “professores”: Botem a gurizada pra jogar!
Além de terem mais vontade, empenho dentro de campo são mais obedientes às ordens táticas dos treinadores, não tem a arrogância de uns e outros que se acham a última bolacha do pacote, por ter um salário muitas vezes maior que o do próprio “professor”. Um guri que não tem um bom desempenho no fundamento passe, por exemplo, basta dizer isto a ele e botá-lo pra treinar mais passe que com certeza em dois meses ele melhora muito.Agora fala pra um medalhão que ele anda errando muitos passes e o que pode acontecer? Ninguém sabe, mas com certeza ele não vai treinar com a mesma boa vontade do guri!
Agora passou a euforia de Libertadores, Mundial, etc e tal, vamos pensar um pouco na frente, preparando a base (literalmente) para o futuro.
Quantos exemplos já tivemos por aqui mesmo, sem contar Santos, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, etc.. isto sem citar os estrangeiros.
Sem mais ilusões, a realidade está aí, na nossa cara! Folhas salariais enormes e dívidas maiores ainda, ambas aumentando a cada dia e a sala de troféus não muda nada.
Vamos usar este resto de ano, preparando atletas para a próxima temporada, é só preparar o terreno e semear, a colheita vem depois em forma de títulos e retorno financeiro.
Não sou nenhum vampiro, mas acho que está na hora de sangue novo na área!
Como disse o colega no post anterior: Reciclar, iniciar novo(s) ciclo(s), reutilizar os recursos de um novo modo.
Tá na hora da gurizada!

